ANO
7
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ERECHIM – RS
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EDIÇÃO
2480
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A postagem desta
blogada — em um dia santo (¿ou feriado?) resquício de uma hegemonia da Igreja
católica que se esboroa — ocorre desde Erechim. Cidade que merece o título que ostenta:
“Capital da amizade”.
Cheguei aqui
na madrugada de ontem, retorno a Porto Alegre, à 01h desta quinta-feira. À
tarde participei na URI, no Programa de Pós Graduação em Ecologia da banca de
defesa da dissertação “Saberes locais acerca de espécies vegetais
praticado por agricultores familiares ecológicos na região do Alto Uruguai” da agora
mestre Camila Raquel Dipp. As interlocuções com meus
colegas da URI-Erechim: Sônia Beatris Balvedi Zarzevski (Orientadora),
Jean Carlos Budke (Co-orientador) e Alice Tereza Valduga foram frutuosas.
À noite
o departamento de Ciências Biológicas e do
Coletivo Educador do Alto Uruguai Gaúcho promoveram a palestra “Indisciplinaridade: para além da
transdisciplinaridade”. O público foi estimado em cerca de 200
participantes. A fala foi seguida de
sessão de autógrafos. www.uricer.edu.br/new/site/inicio
Mas esta blogada tem outro eixo. Ao chegar,
ainda escuro em casa, depois do dia em Erechim, há outra partida. Na agenda ela
classifica-se como ‘turismo familiar’. Promete-se algo emocionante. A Gelsa e
eu vamos avonar com duas de nossas netas: a Maria Clara e a Carolina, com seus
pais Clarissa e Carlos, vão conosco em busca de um castelo, há muito no meu
imaginário. Quando,
há uns anos, em fevereiro de férias, li a excelente trilogia de Luiz Antonio de Assis Brasil, Um
Castelo no Pampa dizia-me ser uma lacuna na minha formação gaúcha não
conhecer o castelo de Pedras Altas. Hoje, catalisado pelo espírito estradeiro
de minha filha e de meu genro, um sonho deve se transmutar em realidade.
Na trilogia ficcional (descrita com detalhes em www.lerdemais.com/2011/09/um-castelo-no-pampa.html), a abertura é o livro Perversas
Famílias com a visão magnífica de um castelo em estilo medieval com suas
torres, construído em pleno pampa gaúcho, com banheiros ornados
de tritões, biblioteca com gravuras de filigranas a ouro.
No segundo volume da série: Pedra
da Memória vive-se alternâncias entre uma muito arraigada cultura nacional
e o sempre presente estereótipo da corte europeia,
A clausura ocorre com o terceiro volume: Senhores do Século, quando ao lado de personagens que não perdem o
brilho ao longo de toda a saga, que surge a figura de uma mulher ímpar que
constrói seu destino com uma obstinação arrasadora.
Saborosa ficção de Luís Antonio Assis Brasil se
tece com a realidade do lendário
castelo de Pedras Altas que pode ser conhecido com mais detalhes em assisbrasil.org/ castelo.html de
onde trago breves excertos:
O castelo de Pedras Altas se impõe nas desoladas planícies do sul do
estado do Rio Grande do Sul como testemunha da história e patrimônio dos
gaúchos. Nascido em São Gabriel, Joaquim Francisco de Assis Brasil - diplomata,
político, revolucionário, agropecuarista e escritor - escolheu a sede do
castelo em 1904. Situada a 30 quilômetros de Pinheiro Machado, Pedras Altas tem
clima seco (altitude de 370 metros), pastagens abundantes e fontes de água. A
pedra angular da fortaleza, de 44 cômodos, foi lançada em maio de 1909. Depois
de ter atuado nas embaixadas de Washington e Portugal e discursado em
parlamentos, Assis Brasil queria morar no campo. Também desejava oferecer
conforto à segunda mulher, Lídia Pereira Felício de São Mamede, filha de José
Pereira Felício, o segundo conde de São Mamede. Os dois se casaram em Lisboa,
em 1898.
Assis Brasil ergueu a fortaleza com traços medievais numa das paisagens
mais isoladas do Rio Grande do Sul para mostrar que era possível desfrutar a
natureza sem ficar embrutecido. A ideia não era ostentar, mas enobrecer o
campo. O diplomata, que privou com reis e chefes de Estado, achava que o arado
e o livro eram as ferramentas do progresso. Em 1999 governo tentou tombar o
castelo de Pedras Altas como monumento histórico, mas a família de Assis Brasil
recusou, preferindo manter o castelo com a família.
Pedras Altas impulsionou a atrasada pecuária gaúcha. Assis Brasil
importou vacas jersey da Inglaterra, robustos touros devon, cavalos árabes e
ovelhas karakul e ideal. Só criava animais de raça, como galinhas white
wyandotte trazidas dos Estados Unidos. Ele também introduziu novas espécies de
árvores, como o eucalipto, construiu estrebarias, galpões e porteiras que ainda
funcionam. Ainda inventou utensílios, como a bomba de chimarrão de mil furos
que jamais entope e leva o seu nome.
Estar em Pedras Altas é uma das metas deste dia
de Corpus Christi. Esta quinta-feira deverá terminar Jaguarão(Brasil)/Rio
Branco(Uruguai).
Obrigada Professor, a tua contribuição no trabalho foi muito valiosa, espero que no futuro possamos no encontrar novamente. Boa viagem! Abraços
ResponderExcluirLimerique
ResponderExcluirAo globe trotter Chassot pouco falta
Sua andança pelo mundo ressalta
Conhece Ásia e Europa
E agora com sua tropa
Conhece o castelo de Pedras Altas.
É curioro observar como determinado capricho criou um ambiente medieval em nosso cenário.Ratifico como são profícuos os conhecimentos aqui adquiridos.
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Ao mestre Chassot: "Um Castelo no Pampa" Impressionante esta história quanto conforto e luxo ele decide proporcionar a Lydia e ainda criou uma leitaria para produzir manteigas e queijos,pena que não fala nada sobre sua primeira esposa.Mestre muito linda essa arquitetura me responda se o governo daí divulga e se empenha em conservá-lo. Parabéns pelas belezas do teu Rio Grande do Sul. Um forte abraço Ley
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