ANO
7
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Uma nova fase:
Agora, SEMANÁRIO.
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EDIÇÃO
2478
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Chegamos à quinta-feira
dia, estabelecido como aquele da edição hebdomadária deste blogue. Ele, depois
de 6,8 anos de edições diárias, no último dia 13, se fez semanal.
Há muitas adaptações.
Por exemplo: o diário de bordo como fica? E as dicas sabáticas de leituras? E
as edições associadas acerca de um tema?
Há vazios: não
existe mais a curtição de ver, a cada dia, uma nova produção elogiada ou
criticada. Essa talvez seja a perda maior. Mas, também, não existe mais aquele
(quase) tormento herdado de minha mãe: Não sei o que vou cozinhar (= blogar)
amanhã!
Quase sete
anos de cachimbar deve ter deixado a boca torta. Há novas aprendizagens.
Apreendo-as.
Na última
quinta-feira comentava aqui minha viagem naquele dia a Santa Maria. Vi a
fachada macabra da Boate Kiss, marco de uma tragédia dolorosa, que ainda neste
domingo fez sua 242ª vítima: uma aluna da UNIFRA. Esta, a instituição que me
acolheu de maneira atenciosa, para falar, à noite para centenas de professores
e estudantes envolvidos com o PIBID.
A propósito de
falas, nesta segunda-feira vivi uma experiência saborosa: a convite do
professor Guy B. Barcellos fui, mais uma vez, ao Instituto Estadual de Educação
Paulo da Gama. Desta vez para conversar sobre Ciências para quatro turmas de 7º
e 8º anos do ensino fundamental (a maioria já nascidos no século 21). Algo
significativo: as mesmas discussões que faço com pesquisadores e professores trouxe
para eles. Valeu ver seus olhinhos encantados querendo saber mais.
Em blogadas
espaçadas adensam-se emoções de uma semana. Isto me obriga compartir uma
tragédia.
Em dia atrás, ao entrar em sala de
aula, disse informalmente a uma aluna: “Não vieste à aula passada!”
“Explico-lhe” e convidou-me para sairmos um momento da sala. “Meu marido, na
semana passada resistiu a um assalto e foi assassinado!” Fiquei estarrecido.
Estava com uma jovem mãe que perdera o marido de 28 anos. Senti-me impotente.
Como avaliar a dor daquela quase menina.
Ainda por cima revoltou-me o legalismo.
O Centro de Atendimento ao Estudante
não quis reconhecer-lhe o abonamento de faltas, mesmo que mostrasse a certidão
de nascimento de um filho com o pai, cuja certidão de óbito apresentava.
Faltava uma certidão de casamento. O salutar foi que imperou o bom senso da
coordenadora do curso. A Rosimeri Cardoso se faz para mim exemplo de mulher
forte. Neste registro minha encantada admiração.
Mas, o ocaso
desta quinta-feira me encontra, uma vez mais, fazendo um repetido trajeto:
Porto Alegre/Frederico Westphalen. Amanhã tenho a minha segunda sexta-feira
mensal na URI. Mas antes de ir à rodoviária tenho algo que prevejo aflore
emoções. Vou ao Instituto de Química da UFRGS para palestra na Semana
Acadêmica: Formas de motivar o
aprendizado em Química.
Não é trivial.
Revisito, ao anoitecer, a instituição mais in/extensamente presente em minha
história. Nela comecei como atendente no Restaurante da Reitoria, fiz graduação,
mestrado e doutorado e como professor ocupei todos os postos da carreira
docente (de auxiliar de ensino a professor titular; posto conseguido por concurso
público de provas e títulos). Fui Vice-diretor e Diretor do Instituto de
Química e coordenador da Comissão de Carreira de Química.
A minha
graduação em Química foi na Faculdade de Filosofia, há época que estas unidades
universitárias eram protótipos de uma Universidade, pois ofereciam cursos de Ciências
da natureza, Humanidades, Letras e Artes.
Iniciei como
professor na UFRGS na Faculdade de Filosofia em 1967 (aposentei-me 1991) e em
1968 uma reforma universitária (Lei 5540/68) editada pelo governo militar
redesenha a Universidade brasileira. A palavra chave é ‘departamento’. Havia
talvez dois ou três professores de Química na Faculdade de Filosofia, Migro
para um dos três departamentos do então criado Instituto de Química
(Departamento de Química Inorgânica) onde foram lotados professores
provenientes da Agronomia, Engenharia, Farmácia, Filosofia, Geologia. O
Instituto de Química oferecia disciplinas de Química para todos os cursos da
Universidade onde havia o conhecimento químico no currículo. Eu era o mais
jovem dentre os professores, cabiam-me as disciplinas menos disputadas.
Lecionei, durante vários semestres Química Geral para alunos de três cursos
(Engenharia Química, Farmácia e Química) que iniciavam a carreira acadêmica. Em
geral, três turmas de mais de 50 alunos cada. Era muito bom.
Talvez, ter
sido ’escalado’ para dar uma disciplina de História da Química (que ninguém
queria dar) tenha decretado minha transmutação profissional. Tenho gratidão à
disciplina QUI-114- Evolução da Química. Aprendi muito na sua docência. Primeiro
reconhecer que não podia lecionar História da Química sem saber História da
Ciência; depois vi que deveria estudar História da Filosofia, das Artes, das
Religiões (a mais significativa), das Bruxarias e também a história daqueles
que tiveram suas histórias sonegadas ou apagadas. Foi isto que fiz e me
facilitou ser professor. Talvez, um professor diferente. Hoje, este professor
revisita um pouco de sua gênese.
Caro Chassot,
ResponderExcluirtalvez essa decisão de fazer uma blogada semanal traga alguns prejuízos mas certamente te trará mais tranquilidade para escolher os temas. Minha saudação nesta quinta-feira que começas com uma visita à memória ao trilhar mais uma vez pela casa que te acolheu durante a formação de Química.
Desde já, desejo-te uma ótima viagem à Frederico.
Um abraço.
Muito querido amigo Garin,
Excluirque bom tê-lo (de novo) aqui.
Tu, que por largo tempo mantiveste um blogue diário com cada edição marcada por profundas reflexões, alas ‘ex-cathedra’ acerca da sempre presente interrogação: o que vou blogar para amanhã.
Obrigado pela compreensão e também pelos votos.
Com amizade
attico chassot
Caro Mestre Chassot, o que o faz diferente é a humildade inerente aos sábios. Temos sentido a falta do assunto diário, assunto este que era muito bem direcionado pela sua veia de lecionador, mas o nosso apreço pelo senhor é maior que nossa curiosidade. Muito bem citada a intransigência da burrocracia (com dois "r" mesmo)
ResponderExcluirabraços
Antonio Jorge
Meu caro Antonio Jorge,
Excluirrecém cheguei a Frederico Westphalen, depois de 6,5 horas de ônibus. Também senti falta de não ter uma postagem nova no blogue. Compensou-me teu atencioso comentário.
Obrigado e uma boa sexta-feira
attico chassot
Limerique
ResponderExcluirQuem tem pelo ensino tanta paixão
Como esse gaudério de roxo culhão
Nunca é grande o desafio
Que ele navega como no rio
Porque então não fazer revisitação?
Meu caro Jair,
Excluirdesde Frederico Westphalen, um agradecimento que da revisitação da noite de ontem foi mais importante (para mim) a revisitação do que a fala que fiz.
Gaudérios de culhão roxo também choram.
Obrigado por poetares minhas maratonas,
attico chassot
Ao Mestre Chassot: Mesmo que atrasada obrigado pelo carinho e conhecimento que tens compartilhado a nós, e também te agradeço por suas grandes aulas que jamais serão esquecidas mesmo que só as quintas-feira. Um forte abraço Ley
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