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segunda-feira, 21 de março de 2011

21.- Um tema para marcar a semana

Porto Alegre * Ano 5 # 1691

Antes de abrir aquela que é última semana completa de março e que inaugura o outono no Hemisfério dois destaques dominicais. A primeira algo dos dulçores do avonado e outra acerca da blogada de ontem.

Destaque UM: O lindo domingo outonal (o outono astronomicamente começou às 20h20min21seg) catalisou que Gelsa e eu atendêssemos o querido convite da Ana Lúcia e do Eduardo e fossemos à Estrela. Foi muito bom, além de saborear um excelente churrasco, curtir o Guilherme e Felipe e também reencontrar a Ana Lúcia e o Eduardo. Na volta fizemo-nos propósito: bisar isso com mais frequência.

Destaque DOIS: Quando fiz a postagem da blogada de ontem, tive uma sensação de ter feito uma edição frívola. Encontro em um caderno dominical esta frase, a quem não se dá o crédito: “rir não é uma formar de desprezar a vida, sim de homenageá-la!” Parece que foi escrita para me apaziguar. Isto fez, também, o Professor Guy em se comentário lembra que "Ridendo Castigat Mores" (com o riso se castigam os costumes). Eu depois de ter proposto outras presumíveis autorias em minha resposta, vi atribuída a Voltaire (1694-1778), cujo verdadeiro nome era François Marie Arouet.

As quatro primeiras edições desta semana serão monotemáticas. Elas se inserem dentro de ser 2011 o Ano Internacional da Química. Há diferentes dimensões para esta celebração. Para estes dias, elejo a celebração dos 100 anos da descoberta do núcleo atômico por Rutherford.

Todos nós que uma vez estudamos Física e/ou Química na Educação Básica aprendemos algo que talvez para alguns ficou naquele escaninho de conhecimentos de cultura geral: Ernest Rutherford (1871-1937) formulou o moderno modelo do núcleo atômico, que revolucionou a física moderna: um caroço duro e diminuto, que concentra 99,9% da massa do átomo. Ambicioso e aplicado, prêmio Nobel de química de 1908, Rutherford é a antítese do clichê espontaneísta de "gênio" da ciência.

Talvez para muitos de meus leitores isso não seja muito mais que recordam de uma das descobertas mais cruciais no limiar de nosso século 20. Outros há, como eu, ensinamos isso e algo mais muitas vezes em nossas aulas no curso colegial e talvez, com um pouco mais de sofisticação matemática, nas aulas de Química Geral nos cursos de graduação.

De hoje até quinta-feira, quero brindar meus leitores, especialmente aqueles menos afeitos com a teoria atômica, com quatro edições segmentadas de um texto No coração da matéria escrito por Cássio Leite Vieira, publicado na edição dominical da Folha de S. Paulo de 20 de março. Meu convite para nesta semana conhecermos um pouco de momentos excepcionais da Ciência é catalisado pela qualidade do texto.

Então ofereço a primeira parte do texto. Adito votos de uma segunda feira muito frutuosa a cada uma e cada um. Nesta para mim há dois de sala de aula: pela manhã, mais uma aula (já na já 5ª semana letiva) de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa para turma de Música e a tarde a primeira aula para uma nova turma da Universidade do Adulto Maior, na qual começo meu terceiro semestre.

No obituário que o "New York Times" publicou em 20 de outubro de 1937, lia-se que poucos humanos atingiram, em vida, a imortalidade – e, muito menos, o Olimpo. As palavras refletem a extensão da fama do físico neozelandês Ernest Rutherford, cuja biografia lembra a de heróis de contos infantis em que garotos pobres se tornam nobres e admirados.
A obra científica de Rutherford impressiona. Mas ele será sempre lembrado como aquele que escavou o átomo a fundo e, de lá, trouxe ao mundo o coração da matéria, o caroço duro e diminuto que ele batizou "núcleo atômico".

Para entender Rutherford e suas descobertas sobre a radioatividade, a estrutura dos átomos e a transmutação dos elementos, é preciso descrever, ainda que brevemente, a física do final do século 19, da qual ele é fruto. Nas palavras do historiador da ciência Erwin Hiebert, esse cenário era marcado por uma crescente percepção de uma unidade das ciências físicas; pela urgência em abarcar os fenômenos do "muito grande" e do "muito pequeno" em uma só visão do mundo; por uma nova atitude, mais ousada, em relação à especulação científica; e pela ênfase nas colaborações científicas.

Segundo Hiebert, os físicos estavam prontos para (se preciso) construir um mundo radicalmente novo para englobar os novos (e aparentemente não relacionados) fenômenos: elétrons, raios X e radioatividade. Esta última -radiação cuspida espontaneamente pelos átomos- era um constrangimento para a física e a química do século 19, que não podiam explicá-la.
Rutherford, depois de um flerte com as ondas de rádio, descobertas em 1887, passou a estudar a radioatividade, campo que então reunia os elementos básicos para uma (próspera) carreira científica: era intrigante, fascinante, promissor e – principalmente – ininteligível. E com pouquíssima bibliografia – como justificou, mais tarde, a física polonesa Marie Curie, ao escolher o tema para seu doutorado naquele final de século.

2 comentários:

  1. Querido mestre
    Estudos na área da neurociência mostram que piadas, textos humorísticos e comédias nos fazem rir porque surpreendem nosso cérebro. Nós terminamos de ler com a mente antes de finalizá-lo com os olhos. decorre daí que, se o texto não segue o caminho previsível, nos surpreende e leva ao riso. Isto é ótimo, não é mesmo? Enquanto temos a capacidade de nos surpreender, e de rir das surpresas, também temos a capacidade de ser criativos. E de amar, a mais surpreendente das jornadas. Seu post de ontem, com viés humorístico, nos lembra disso. Porque não precisamos ser sempre politicamente, eticamente, filosoficamente, economicamente, religiosamente, rigidamente, corretos. Há que ter folgas para se respirar, e surpreender, não acha? Uma boa semana, que anuncia homenagens à Química! E um forte abraço: Cris Flôr

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  2. Muito querida Cristhiane
    ~~primeiro vibro que agora tenho teu endereço para poder trazer-te minhas respostas a teus comentários ~~ é significativa esta contribuição da neurociência a nossa reação a textos humorísticos. Obrigado por aditares a meu comentário esta contribuição.
    Agradeço também o privilégio de ter como leitora deste blogue alguém que se faz doutora estudando, também, o binômio escrita<>leitura

    Um afago
    attico chassot

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