15.- Já amealhando emoções no ano 51

Porto Alegre * Ano 5 # 1685

Manhã mais fria do ano em Porto Alegre. 17ºC anuncia o adeus do verão. E os rogos do Planeta são que as notícias de catástrofe nuclear não passem de ameaças.

Se a blogada de ontem falava em ‘day after’ querendo traduzir a ressaca [Conjunto de efeitos na sequência de um acontecimento (ex.:ressaca da vitória); só o Priberam tem esta acepção positiva; o Houaiss e o Aulete trazem registros negativos à ressaca] das comemorações do dia jubilar, ontem as sensações foram muito gostosas em suas três ações que anunciara aqui.

Pela manhã a aula de Conhecimento, Linguagem e Ação Comunicativa com uma turma com 18 alunos da licenciatura em Música foi muito agradável. Vários assuntos foram trazidos na ‘hora da rodinha’. Foi valorizada a lembrança de que as duas escolas de samba, vencedoras dos dois maiores carnavais brasileiros (Beija Flor no Rio de Janeiro / Vai Vai em São Paulo) homenagearam músicos: cantor Roberto Carlos e maestro João Carlos Martins. Discutiu-se também sobre as marcas da virada do século 19/20 (certeza) e 20/21 (incerteza). Para o próximo encontro a ênfase será no texto ‘Diálogo de aprendentes’.

Mas as maiores expectativas estavam postas na tarde. Primeiro a aula magna da Universidade do Adulto Maior e depois a entrega dos originais do livro que meu envolveu nos últimos meses.

A primeira das atividades tinha dois grupos: um formado por muitos dos que foram meus alunos nos dois últimos semestres e outro, muito numeroso, daqueles que iniciam como alunos novos agora. A sessão de acolhida foi presidida pela professora Rosane Papaleo Freire, Coordenadora da UAM e da Pós Graduação em Geriatria e Gerontologia Interdisciplinar. Houve primeiro a fala do Pastor Flavio Artigas, Coordenador da Pastoral Escolar e Universitária, que aproveitou com sabedoria os estertores do Planeta para chamar a atenção do quanto os humanos se julgam equivocadamente poderosos. A segunda fala foi do Professor Edgar Tim, que como Pró-Reitor de Extensão destacou a importância que a Rede Metodista de Educação do Sul confere a atividades como da UAM – pois se no Campus Central vivíamos a abertura do 9º semestre da UAM, simultaneamente ocorria momentos de abertura da mesma atividade nos Campi de Santa Maria e Uruguaiana. Coube-me trazer, como terceira fala, uma mirada de 50 anos de minhas atividades de escrita, tendo elegido o viés dos ferramentais do escrever, falando desde a lousa ao I-Pad.

Para encerrar minha fala contei da surpresa e da emoção, quando há um ano, estando como professor visitante na Aalborg Universitet recebi o convite para lecionar a disciplina Aspectos antropológicos do envelhecimento e ministrei a primeira aula em 15 de março de 2010 e, agora, de minha alegria por, com esta fala inaugurar o terceiro semestre na UAM.

Adito duas fotos do evento.

Contei que no livro Memórias de um professor: hologramas desde um trem misto que estaria entregando em seguida à Editora, encerava o capítulo que celebra meu ser professor no Centro Universitário Metodista do IPA, referindo aquela que é desde março de 2010 a gratificação mais expressiva de minha história: ser professor da UAM. [...] Tenho a cada tarde de segunda-feira como alunas e alunos cerca de meia centena de mulheres e homens, maiores de 65 anos que, por já terem muita experiências de vida, encantam o meu ser professor há 50 anos. [....] Aquele jogo do contente que simulei quando tive que deixar a Unisinos não foi simulação; é muito bom já estar no nono semestre no Centro Universitário Metodista do IPA.

Esta afirmação recebeu aplausos do auditório. Para mim foram momentos de muita emoção.

Ontem, com a entrega de uma caixa com 373 páginas produzidas durante 2010 e revisadas neste 2011, pus ponto final uma atividade envolvente, nos últimos meses: fazer-me memorista e contar algo de minhas histórias. Agora resta esperar o julgamento do Conselho Editorial que escolhera quatro títulos entre vários propostos e depois – se escolhido – preparar-se para novas etapas que envolvem o acompanhamento da produção. Agora já tenho no horizonte organizar uma quinta edição extensamente revisada de A Ciência é masculina? mesmo que já esteja amealhando histórias deste ano 51 que começou prenhe de emoções.

Na alegria de poder, uma vez mais com meus leitores meus fazeres acadêmicos adito meus votos de terça-feira muito boa. Lemo-nos amanhã, provavelmente, uma vez mais.