Ålborg Ano 4 # 1300 |
Este blogue, que por uns dias se transforma em diário de viagem, vive o risco de ser repetitivo só falando e ilustrando neve. Quando ontem ao entardecer: leia-se 17 h, olhava da janela da minha sala para a extensa paisagem branca, pensei em tirar algumas fotos para esta blogada. Dei-me conta que meus leitores poderiam acreditar (e isso seria um equivoco) serem as mesmas fotos dos dias anteriores. Só aumenta o volume da neve depositada, quando nesta segunda-feira na verdade se completou para nós o sétimo dia com neve.
Ontem nevou durante as quase oito horas que estive na Universidade. Como já contei aqui: a chegada foi uma epopeia. Tivemos que descer uma escada de uns 30 degraus que mais parecia um tobogã. Depois achar o prédio (o ônibus nos deixara mais longe devido à neve) foi mais um desafio. Localizado o prédio, encontramos a escada interdita. Trago fotos da escada de acesso ao prédio onde trabalhamos, depois de ter sido removido parte da neve.
Apresento um tríptico tomado por volta das 18h de ontem na parada, quando aguardávamos o ônibus, que dá uma ideia do deserto branco formado pela neve.
A propósito de remoção de neve, o Kenneth, em casa de quem jantamos na noite de sexta-feira, escreveu de seu domingo: “Ontem gastei duas horas em meu telhado removendo neve.” Outros contaram de quanto manejaram pás para retirar neve para poder movimentar seus carros. Esta madrugada, trabalhos públicos de remoção – presentes em toda a cidade – modificaram a paisagem que temos de nossas janelas.
Uma nota do cotidiano: ontem, ao voltarmos da AAU nos dividimos nas lides domésticas. A Gelsa com muito esmero preparou um muito saboroso risoto. Minha colaboração foi buscar, com moradores da casa, especiarias que não dispúnhamos: isso me ensejou interlocução com uma estudante búlgara, que faz aqui o seu doutorado em Relações Europeias e um malásio, que faz doutoramento em Engenharia Computacional. Coube-me ainda uma faxinada muito necessária quando já completamos uma semana no apartamento.
Depois desta nota doméstica uma nota social: aqueles que acompanharam esse blogue neste fevereiro me viram relatar em sucessivas edições,
primeiro a existência de um ninho com dois ovinhos na parreira da Morada dos Afagos; depois consegui fotografar uma rolinha que foi batizada de Columbina. Acompanhei seu choco quase imóvel em dias muito quente e em dias de intensas chuvaradas. Às vésperas da partida anunciei aqui a desova de dois filhotes. Agora o Bernardo me envia a foto de um deles já quase alçando voo. Aqui reparo o evento.
Para mim o mais difícil não é não poder me comunicar com as pessoas. Isso até com meu inglês rudimentar eu consigo. O complicado é não conseguir ler um jornal. E estes há a rodo, (inclusive muitos gratuitos), um cartaz publicitário ou folder. Nas livrarias, qual um analfabeto deleito-me mirando interrogante as capas dos livros.
Para que vejam que não exagero acerca de meu analfabetismo em danes vejam esse verbete da Wikipédia: Aalborg eller Ålborg er en by i Region Nordjylland og med sine 122.461 indbyggere (2009) Danmarks fjerdestørste by.
A tradução é: Aalborg ou Ålborg é uma cidade na Jutlândia do Norte, com 122.461 habitantes (2009); é a quarta maior cidade da Dinamarca.
Eis o que diz a edição em danes da Wikipédia acerca do maior cientista do país: Niels Bohr blev født den 7. oktober 1885 i København. Han døde samme sted den 18. november 1962. Hans fader, Christian Bohr, en troende Lutheraner, var professor i fysiologi ved Københavns Universitet, mens hans moder, Ellen Adler Bohr, kom fra en velhavende jødisk familie, prominent i danske bank- og parlamentariske cirkler. Hans broder var Harald Bohr, en matematiker og olympisk fodboldspiller, som spillede på fodboldlandsholdet. Niels Bohr var også en passioneret fodboldspiller, og de to brødre spillede en lang række kampe for Akademisk Boldklub.
Algo como: Niels Bohr nasceu no dia 7 outubro 1885 em Copenhague. Ele morreu no mesmo lugar em 18 novembro de 1962. Seu pai, Christian Bohr, um luterano devoto, foi professor de fisiologia na Universidade de Copenhague, enquanto sua mãe, Ellen Adler Bohr, veio de uma rica família judia de destaque no setor banqueiro dinamarquês e círculos parlamentares. Seu irmão Harald Bohr foi um matemático e jogador de futebol olímpico que jogou no time de futebol. Niels Bohr foi um jogador de futebol apaixonado, e os dois irmãos jogaram numerosas partidas para Akademisk Boldklub.
Ou ainda: Niels Bohr og hans kone Margrethe Nørlund fik seks børn. To døde i en ung alder, og de fleste af de andre fik succesrige liv. En,Aage Niels Bohr, blev også en meget succesfuld fysiker; som sin fader vandt han en Nobelpris i 1975 . Bohr blev i 1916 udpeget til professor på Københavns Universitet.
Isto é: Niels Bohr e sua esposa Margaret Nørlund tiveram seis filhos. Dois morreram em tenra idade, e os outros tiveram uma vida bem bem-sucedida. Um deles, Aage Niels Bohr, um físico também de muito sucesso como seu pai: ele ganhou um prêmio Nobel (de Física) em 1975. Bohr, em 1916 foi nomeado professor na Universidade de Copenhague.
Quando é um assunto teórico a língua complica ainda mais: Bohr introducede også ideen om, at en elektron kunne falde fra en højere energi bane til en lavere, idet den udsendte en foton (lys-kvant) af diskret energi. Dette blev grundlaget for kvanteteorien
Isto pode ser traduzido como: Bohr introduziu também a idéia de que um elétron pode decair de uma órbita de maior energia para uma de menor, uma vez que há a emissão de fóton: uma quantidade discreta de energia (luz) – um quantum. Isto se tornou a base da teoria quântica
Depois dessa demonstração de quanto o danes é esotérico traduzo, com o auxílio do Tradutor do Google, Stemmer fra en meget god tirsdag como sendo Votos de uma muito boa terça-feira.
Mestre Chassot, seguindo a mitologia bíblica, parece que a catástrofe na tentativa de construção da Torre de Babel é a responsável pelas difículdades na sua interação linguística na Dinamarca.
ResponderExcluirUma nota necessária: sei que a maioria dos cristãos podem ficar com raiva do termo mitologia, mas as histórias da bíblia não são outra coisa senão relatos religiosos de uma tradição, ou seja, uma compilação de mitos.
Ótimo dia.
Meu querido Marcos,
ResponderExcluirse soubesses o quanto a tentativa daqueles semitas ambiciosos em construir a Torre de Babel já me prejudicou / prejudica em minha vida. Isso deve ocorrer para bilhões de humanos. No passado, quando não havia os tradutores como o do Google isso era ainda mais dramático. Acredito que os únicos que lucraram / lucram / lucrarão com a tentativa de chegar aos céus por meio de uma torre são os tradutores e os editores de dicionários.
Agora, convenhamos que Jeová não foi nada misericordioso. Poderia apenas ter mandado um tufãosinho sobre a torre e hoje todos falaríamos a mesma língua em todo o mundo.
Com continuada admiração por teus comentários
attico chassot