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sábado, 13 de fevereiro de 2010

13 * A dica de leitura é ‘Uma Breve História do Mundo’

Porto Alegre Ano 4 # 1290

Primeiro uma justificativa ao atraso desta postagem. Entorno das 6h estava com a edição editada. Ao tentar postá-la ocorreu um problema com produtos do Google (o blogspot, por exemplo) e a postagem não chegou a bom termo. Por muito tempo vários endereços da rede estavam indisponíveis. Sentimo-nos, então, completamente ilhados, sem ‘a tal globalização’! Fui salvo pelo Bernardo que localizou ser um problema com a NET. Veio a Morada dos Afagos com seu dispositivo de conexão de telefone celular. Foi possível postar essa edição. Assim, meu filho querido me fez de novo alguém global.

A abertura da sabatina é com uma notícia que se faz manchete: Os filhotes da Columbina desovaram. Nesses dias aprendi algo acerca das práticas de choco desta variedade de rolinhas que acompanhei tão de perto nessas últimas duas semanas. Primeiro seus ninhos não são como o ninho da maioria dos passarinhos urbanos que conhecemos. A Columbina tem seu ninho formado por pequenos galhos. As parreiras, ao invés das árvores, são o lócus preferido para a nidação. Isso foi confirmado aqui pelo Marcos e também pelo seu Henrique, o meu factótum que já referi. Outro detalhe, agora confirmado. Quando os filhotes saem dos ovos a fêmea não abandona a situação de continuar no ninho assentada como se os ovos ainda não tivessem descascados. Ontem,

observei que a pombinha não ficava assentada como antes, mas um pouco de pé. Levantei a hipótese que já houvesse filhotes. Não sem insistência, consegui que ela saísse do ninho. Não ouvia pios e não conseguia visualizar o conteúdo do ninho, devido à ramagem. Consegui com a câmara a confirmação: os ovos descascaram e pode se ver, não com muita nitidez, dois filhotes. Não se pode dizer que são bonitos, mas ai estão a festejar a continuação da vida.

Mais um sábado com dica de leitura. E como em todos desse ano (e esse já é o sétimo sábado) aflora para comentário um livro lido nessa semana de férias. Antecipo que nem de perto o trazido hoje compete com outros seis já trazidos aqui (três de Maximo Gorki, Amós Oz, Philip Roth e Moacyr Scliar). Hoje trago algo acerca de Uma Breve História do Mundo do professor Geoffrey Blainey.

Há pelo menos duas situações que desfavorecem Blainey na competição. A primeira: talvez não seja ‘uma leitura de férias, quando se quer fazer férias de leitura’ como comentei aqui em uma blogada em 22 de janeiro “Férias de leituras, mas leitura de férias”. É um maçudo, e às vezes, maçante livro de sala de aula. Nada contra a leitura de livro didático nas férias. Segunda: sempre devemos desconfiar de livros que estão por semanas (como é este) nas listas dos dez mais vendidos. Somos influenciáveis por estas listas, às vezes ‘maquiadas’ ou até artificialmente infladas. Uma confissão: Tenho já esse livro há meses (talvez antes de ele entrar no placar dos 10 mais). Começara a ler e abandonei. Agora, quando me dei conta que já tanto tempo ele é best-seller, resolvi encarar. Vale ler, mas há coisas menos superficiais sobre o assunto.

Mas seguindo a usual proposta das dicas que se fazem recomendação sabatina, apresento a ficha bibliográfica, algo do autor e do livro.

BLAINEY. Geoffrey Uma Breve História do Mundo [A very short history of the world; Não indicação de tradutor]. São Paulo: Fundamento Educacional. 2008, 23 x 16 cm. 342 p. ISBN 978-85-88350-77-

Geoffrey Norman Blainey (11 de março de 1930, Austrália) é um historiador, escritor e professor australiano. Tem vínculos com as universidades de Harvard e Melbourne. Blainey tornou-se famoso ao escrever o livro hoje objeto desta blogada e A Short History of the Twentieth Century (no Brasil: "Uma Breve História do século XX").

Ele foi nomeado para Universidade de Melbourne em 1962, foi professor de História Econômica em 1968, professor de História em 1977 e então, Reitor da Faculdade de Artes de Melbourne em 1982. De 1994 a 1998, Blainey foi o Chanceler fundador da Universidade de Ballarat.

Geoffrey Blainey é laureado pelo New York International Britannica Award "pelo seu excelente trabalho na disseminação do conhecimento em favor da humanidade" e vários outros prêmios acadêmicos e literários.

Blainey já escreveu mais de 32 livros durante toda a sua vida, sendo A very short History of the World, como no Brasil, um best-seller na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Acerca deste comentado sucesso, diz na quarta capa: “um balanço da fantástica saga da humanidade, magistralmente compilada desde seus primórdios até os frenéticos dias em que vivemos. É como ver a paisagem pela janela de um trem em movimento, afirma Geoffrey Blainey, um dos mais aclamados historiadores da atualidade. Sem jamais perder o foco, Blainey vai mais além: descreve a geografia das civilizações e analisa o legado de seus povos. O leitor deve se preparar para uma viagem inesquecível: saberá como eram as noites dos primeiros nômades; testemunhará o surgimento das religiões; questionará a carnificina das guerras e acompanhará a ascensão e queda dos grandes impérios. Uma Breve História do Mundo vai entrelaçando a história de um povo a outro, de forma didática e vibrante. Distante de formalismos, o livro instiga e envolve o leitor página por página, levando-o a conhecer e interpretar melhor os fatos que nos levaram aos dias de hoje”.

Primeiro preciso reconhecer que o que está anunciado não é propaganda enganosa. Não se pode, todavia contar uma imensa e variada história de mais de seis mil anos. Como que “a paisagem pela janela de um trem em movimento”, talvez Blainey quisesse dizer de avião veloz ou de uma nave espacial.

Sempre que tivermos que falar de algo extenso (como querer narrar a história do Mundo: desde o início da civilização até os dias atuais) de uma maneira breve com o próprio título sugere há um risco inevitável: não podermos nos ater a certos detalhes que são muito importantes. Para quem deseja conhecer melhor certos temas há outras obras menos superficiais. Para quem deseja realmente um livro denso em dados e detalhes, esta obra deixa muito a desejar.

Todavia a mesma tem méritos. Constitui-se em uma excelente leitura informativa. Bastante romanceada e sem notas de rodapés ou informações remissivas.

Assim agora o convite para um bom sábado e para nosso encontro dominical amanhã. Para aqueles que curtem o Carnaval: coloquem samba no corpo. Aos outros – e eu estou nesse grupo – uma boa curtição do feriado. Então até domingo.

6 comentários:

  1. Mestre Chassot, felizmente, a blogada de hoje trata de algo que eu conheço um pouco: História.

    O livro de Blainey é o que eu chamo de História romanceada. É uma obra pretenciosa, que busca tratar de toda a história, mas que deixa muito a desejar no que se refere, por exemplo, à história do extremo oriente. Sei que é exagerado esperar que tudo fosse contemplado na obra, mas também foi exagerado, da parte do escritor e dos editores, afirmar que se trataria de uma análise de toda a história, ainda mais em menos de 400 páginas.

    Contudo, é um livro que seduz a muitos.

    Ótimo dia.

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  2. Meu caro Marcos,
    não esperava de um historiador opinião diferente. Parece que concordamos na avaliação deste livro de Blainey. Permito-me acrescentar mais duas dimensões que me incomodou no livro. Uma, é falar da história com referências geográficos do presente. Por exemplo, dizer na Itália só se plantava batatas e na Inglaterra só beterraba. Não se diz onde: hoje é a Itália, por exemplo. A segunda, tomar o Budismo como religião e compará-lo com outras religiões monoteístas. Isso apenas alguns dos muitos senões que tem o livro.
    Todavia, dizes bem, o livro seduz a muitos. Continua um sucesso. Na Folha de S. Paulo de hoje está em 3º lugar (semana passada era o 4º) entre os de não ficção. Isso ocorre há meses. O A Ciência através dos tempos nunca apareceu nem 100º lugar, mas eu o acho melhor ~~ perdoe-me a falta de modéstia.
    Um muito bom domingo com uma desejada chuva, um merecido sonho nesta tarde de calor equatorial,
    attico chassot

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  3. Mestre Chassot. Concordo com o comentário do Marcos e a sua, quando dizem que é impossível uma obra querer contar 6 mil anos em algum punhado de páginas. Isso é simplesmente inviável e conseqüentemente se torna superficial. Mas deixo uma questão no ar, desde que estou formado noto que quando falo ser um historiador existe muita admiração, curiosidade e interesse de "leigos" em relação a história. A pergunta é a seguinte: até que ponto este livro aproxima as pessoas ao estudo de história e o quanto ele é relevante? Na minha opinião acho válido, pois uma obra como essa pode cativar as pessoas a procurarem outras obras que vão tratar de determinados assuntos especificos abordados nesse livro. Abraço a todos e bom carnaval!

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  4. Meu caro André,
    obrigado por tua presença aqui numa madrugada carnavalesca.
    Não discordo de ti que esses livros tenham uma finalidade: abrir o gosto à historia e fazer que as pessoas desejem algo mais sofisticado. Houve uma época que os supermercados brasileiros foram inundados por vinhos ‘tipo alemão Liebefraumilch’ de origem duvidosa (norte da África) de preço muito acessível. Alguém disse: é bom que sejam consumidos, depois as pessoas vão desejar algo mais elaborado. Que se comece dando ‘Paulo Coelho e Geoffrey Blainey, que depois se lerá algo melhor;
    Com votos de um bom carnaval com muita Vida, em uma dimensão plena
    attico chassot

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  5. Legal gostei da dica!!!

    vou por uma minha!

    DICA.....Livro A Ordem é Amém!!!

    sinopse:Joseph Sulivam , um antigo corretor de imovéis , encontra na igreja a saída para seus problemas financeiros,e nessa nova trajetória , se torna pastor de mais uma igreja evangélica.Depara com situações que o levam a caminhos contrários da verdade , enganando os fiéis , e aumentando o seu patrimônio pessoal , mas DEUS tem planos para reverter essa situação.

    ele ta no site:

    www.seteseveneditora.com.br

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  6. Suelen obrigado,
    a abertura de espaço aqui para divulgação de um livro religioso deixa um ateu feliz.
    Volte mais vezes,
    attico chassot

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