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terça-feira, 29 de novembro de 2011

29.- ¿A Copa é nossa ou da FIFA?

Ano 6 *** PORTO ALEGRE

*** Edição 1944

Falei ontem que iniciava os rituais de despedidas do Centro Universitário

Metodista, do IPA. Ontem tive minha última aula na Universidade do Adulto Maior. Recebi muitas manifestações de carinho. Uma desta se materializou num lindo cartão, assinado pelo grupo. Havia também um crédito para retirada de um livro em livraria de rede especializada. A Professora Rosane Papaleo, Coordenadora da UAM, também compareceu a sala de aula para trazer suas despedidas. Na foto um grupo de alunas e aluno deste semestre.

À noite, participei de banca de avaliação de relatórios de estágio de quatro alunos da licenciatura em Música. No encerramento a Professora Maria Cecília de Araújo Rodrigues Torres, Coordenadora do Curso de Música, assegurou que continuaria sempre convidado para participar de atividades e assim não via-me como alguém que se despedia.

Lembro, que de vez em vez, já me manifestei aqui acerca da importunidade de o Brasil sediar a Copa do Mundo de 2014. Já antes da escolha do país sede eu torcia pela nossa não escolha. Primeiro algo lateral, que mostra hegemonias: a natural que esteja falando de futebol e de um campeonato masculino.

Há dias, respondendo a um questionário: Em qual cidade do Brasil você gostaria de assistir a Copa em 2014? Nenhuma, de preferência no exterior. Assim estou me habilitando a um escambo de aluguel.

Mas não sou o único no contra fluxo! Neste sábado, no aeroporto de Curitiba, adquiri o número de novembro da edição brasileira do Le monde diplomatique. Fiquei ainda mais surpreso com a já conhecida intromissão da Fifa em nossa soberania.

Primeiro algo da fonte dos que trago a seguir. Publicado desde 1954 na França, Le Monde Diplomatique, tem 71 edições internacionais produzidas em 25 línguas e conta com uma tiragem mensal de 2,4 milhões de exemplares em todo o mundo. No Brasil a última edição é a do Ano 5, número 52.

No número 52 há quatro substanciosos artigos. Que cada um deles poderiam nos convencer que a pergunta: ¿A copa é nossa? Tem como resposta um sonoro NÃO.

#1.- Estamos sofrendo uma manipulação brutal onde Luís Brasilino entrevista Carlos Vainer, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da UFRJ, denuncia a manipulação do amor dos brasileiros por sua cidade e pelo futebol como forma de conquistar apoio para a realização da Copa do Mundo. Ele alerta: é um grande negócio para as grandes empresas, não vão sobrar migalhas.

#2.-A Lei Geral dos interesses particulares por Leandro Franklin Gorsdorf (da Faculdade de Direito da UFPR) & Thiago A. P. Hoshino (Assessor jurídico da organização Terra de Direito e membro do Comitê Popularda Copa de Curitiba) que mostram como autoridades brasileiras parecem admitir que a recepção de um megaevento autoriza também megaviolações de direitos, megaendividamento público e megairregularidades. É preciso questionar este tipo de relação de vassalagem política que endossa um bloco de negócios privados gerador de considerável ônus público.

#3.- Desrespeito e exploração dos trabalhadores dos jogos por Ramon Szermeta (Coordenador da Campanha Play-Fair Brasil” Para que os trabalhadores saiam ganhando) que apresenta a tese de que é raro encontrar no debate na imprensa tradicional discussões sobre ou com os principais personagens que, ao fim e ao cabo, são os últimos responsáveis pela realização da Copa no Brasil ou em qualquer outra parte do Globo: os trabalhadores das diversas categorias profissionais que se esforçaram, dia após dia, para que tudo realmente aconteça.

#4.- África do Sul 2010: legado no bolso da Fifa e seus parceiros por Alexandre Praça (jornalista) fica evidenciado como os sul-africanos acreditaram nas promessas de mais empregos, turistas e investimentos bilionários que viriam com a Copa. Mas, segundo Eddie Cottle, autor do livro Copa do mundo da África do Sul: um legado para quem?, nada disso se materializou. Estariam os brasileiros caindo na mesma armadilha?

Este blogue, pretende – de vez em vez – trazer esta usurpação cometida pela Fifa em outras edições. Aguardem.

6 comentários:

  1. JOSÉ CARNEIRO escreveu de BELÉM:

    Caro amigo prof. Chassot:

    Não tenho perdido nem uma postagem do seu blog, embora ciclotimicamente eu fique à margem de escrever comentários. São os dias e suas tarefas inadiáveis que se sobrepôem às vontades.
    O seu anivertsário, por exemplo, fiquei ligado nele mas, como estava em viagem, fui deixando para depois. relembro-o agora, A meia grosa de anos, receba os meus efusivos parebens pela data. Vida longa, meu amigo.
    Sobre a blogagem de hoje, mais do que pertinente, envio um artigo que publiquei aqui em O Liberal no primeiro semestre deste ano. Não tenho certeza se já o havia enviado.
    Grande abraço,

    José Carneiro

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  2. Muito prezado amigo José,
    obrigado por tuas aparecidas, elas sempre dão vontade de tocar o mundo para frente.
    Obrigado também pelos cumprimentos de aniversários que teve brinde aqui com uma delegação belenense.
    Gostei do teu texto e acredito que tenho autorização para publicá-lo aqui. ¿Qual seria seu tom se Belém tivesse sido escolhida para uma das sub-sedes?
    A continuada admiração do
    attico chassot

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  3. Caro Chassot,
    Tudo está dito no teu texto. Não existe almoço grátis, teremos um evento que encherá o bolso de alguns (sempre os mesmos) e ao povão as batatas! Sou contra e desde que o Lula jogou todas as fichas para trazer a Copa para cá, tenho dito isso nos meus escritos. É lamentável. Abraços, JAIR.

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  4. Meu caro Mestre Chassot
    Excelente a trazida da questão da COPA para a edução desta terça. Eu, da mesma forma que o Jair, sempre tive a desconfiança, e porque nao dizer quase a certeza, de que essa Copa do Mundo poucos benefícios traz ao país. Aliás, há vários críticos da Economia que justificam a atual situação da Grécia pelo endividamento ocorrido nas Olimpíadas de 2004. Imagine nós que vamos sediar, além da COPA de 2014, as Olimpíadas de 2016. É dinheiro que não acaba mais, principalmente num país onde a corrupção também acomete vários setores, de forma contundente o da construção civil. É viver prá ver...

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  5. Caro Chassot,

    ontem foi impossível ler o teu blog, mas hoje estou me recuperando: esse final de semestre tem sido de muitos afazeres.
    Deixo de lado os comentários sobre a Copa de 2014 e comento o teu momento de despedida semestral da UAM. Estou sendo convidado para dar continuidade ao teu trabalho com esse grupo. Será um desafio enorme estar no lugar que sempre foi teu nesses últimos quatro anos. Espero que possas me ajudar nessa empreitada. Também reafirmo o que a Profa. Cecília falou: não é uma despedida, se depender da minha vontade, serás convidado a compartilhar conhecimentos com esse grupo.

    Um abraço,

    Garin

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  6. Meu caro Garin,
    tua ausência virtual ontem no blogue causou preocupação.
    Estamos ‘mal acostumados’. Quanto ao Universidade do Adulto Maior dois assuntos. Comentei com os alunos nossa harmoniosa parceria em seminário do Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão. Outro: quando soube que seria tu que me sucederia imaginei que podíamos continuar algumas parcerias juntos. Que venha 2012!
    Um abraço desde o aeroporto de Brasília,
    attico chassot

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