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sábado, 5 de janeiro de 2013

05.- A MÃE DOS FIÉIS



Ano 7*** WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2348
Um livro muito especial inaugura as dicas sabáticas de 2013. Em 18 de novembro, fizera, aqui, uma promessa que só agora venho cumprir. Contava que, em meio à leitura do xaroposo 50 tons de cinza, recebera um presente de meu querido amigo Prof. Jairo Brasil, a quem tive o privilégio de orientar, quando de seu mestrado.
Então estava grávido de desejo de terminar aquela trilogia maçante (não perdi meu tempo com o terceiro volume) para envolver-me com a obra presenteada.
Lera então apenas o primeiro parágrafo do livro do qual faço hoje a primeira dica sabática deste adventício 2013.
PASHA, Kamram. A Mãe dos fiéis: um romance sobre o nascimento do Islã. [Original inglês: Mother of the Believers. Tradução: Mariluce Pessoa] Rio de Janeiro: Record. 2012. 532p, 230x160x28 mm. ISBN 978-85-01-08995-3
Então brindara aos meus leitores com o parágrafo de abertura pela sua poética beleza e o reapresento aqui e agora:
O que é a fé? Esta é a pergunta que me faço há vários anos, querido sobrinho, e não estou mais perto da resposta agora do que quando meus cabelos ainda eram avermelhados como o despontar da aurora, e não como desse prata pálido como a luz do luar, como são hoje.
Esta amostra não é fortuita. O livro onde é o relato nascimento do islã na leitura de Aisha — a mais jovem e amada esposa do Profeta Maomé — no texto ela fala na primeira pessoa —. “Eu tinha 6 anos quando me casei com o Mensageiro, embora nossa união só tenha sido consumada quando se iniciaram minhas regras aos 9 anos de idade. Ao longo dos anos, tomei consciência que meu casamento, em uma idade tão jovem, foi considerado escandaloso, até mesmo bárbaro, pelas altivas mulheres nobres da Pérsia e de Bizâncio, apesar de nenhuma delas se atrever a me dizer isso pessoalmente. Claro, estou acostumada aos murmúrios cruéis de fofocas. Mais do a maioria de mulheres de minha época, fui alvo das adagas ocultas do ciúmes e do rumor. Talvez isso já fosse esperado. Um preço que devo pagar por ser a esposa preferida do homem do homem mais reverenciado e odiado que o mundo jamais conheceu” (p. 12).
O romance traz as memórias de Aisha de 613 — quando ela nasceu sendo considerada a primeira pessoa a nascer no berço da nova religião até sua morte em 678. Houve um período de sua vida que ela viveu ciúmes de ser uma das oito esposas do Profeta, vivendo na mesma casa. Houve situação que Moema ainda tinha, em outra casa como concubina uma escrava cristã que lhe fora presenteada com que teve um filho, que ao nascer foi muito festejado pelos islâmicos.
A obra é de Kamram Pasha (foto de sua página: www.kamranpasha.com), um paquistanês, que com três anos mudou-se para os Estados Unidos, onde é aclamado produtor de televisão. Acerca do autor, um depoimento significativo que está apenas no final do livro e que parece importante para entendermos (e crermos mais em) o texto: “Quero que saibam que sou muçulmano fervoroso e praticante. Teologicamente considero-me sunita, e espiritualmente sinto grade inclinação para o sufismo, a essência mística do islã. Por linhagem, sou um sayyid, descendente direto do Profeta por meio de sua filha Fátima e de seu neto Husayn. Para mim, este romance este romance foi tanto uma viagem gratificante ao coração de minha tradição religiosa, como estudo elucidativo das pessoas apaixonadas e complexas, que foram meus antepassados. Eles eram homens e mulheres simples, que viviam num deserto remoto, e por isso mesmo poderiam ter sido esquecidos pela História. Entretanto, pelo mero poder da fé, conseguiram virar o mundo de cabeça para baixo” (p. 529).
O livro é excelente, especialmente dedicado àqueles que — como eu — apreciam História das religiões. Tive uma decepção histórica e uma dificuldade na narração.
Nos 65 anos em a obra descreve há muitas lutas e muitas violências. Primeiro são lutas para eliminar Maomé e nova religião por tribos rivais e comunidades judaicas, depois são as batalhas entre Medina e Meca, com os mecanos superiores em número e poderio bélico e Medina triunfando, pois lutava com (ou por) Alá, quando a religião se expande são lutas de conquistas a outros povos e por fim, depois da morte do Profeta são as lutas intestinas para se apoderar do lugar de sucessor de Maomé. A conhecida divisa que nos foi apresentada, numa leitura cristã criticando a maneira de expansão do islã: “Crê ou morre!” é radical.
A minha dificuldade com a narração decorre de minha não familiaridade com nomes árabes (difícil, às vezes de identificar se masculino ou feminino) que no texto são numerosos e de muitas diferentes dinastias.
Recomento aos meus leitores de maneira entusiasmada, nesta primeira dica sabática: A Mãe dos fiéis: um romance sobre o nascimento do Islã. 

4 comentários:

  1. Uma curiosidade no islamismo é que encontramos em seus preceitos originais os primeiros e maiores avanços nos direitos das mulheres. Já com a interpretação radical dos movimentos modernos este avanço retrocedeu sucofando mais ainda a figura da mulher.

    abraços

    Antonio Jorge

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  2. Limerique

    Judaísmo, cristianismo e islã
    Rechaçam outras crenças pagãs
    Adoram um só deus
    Aquele dos hebreus
    Cultivam porém rivalidades vãs.

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  3. Caro Chassot
    Fico muito contente que tenha acertado tua preferência neste regalo. Acredito que a partir de nossa convivencia de Mestre e Pupilo, desde a orientação no Mestrado da Unisinos, possibilitou-me entender um pouco de tuas preferências.
    Grande abraço e um Bom Fim de Semana.
    JB

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  4. Dear Mestre Chassot,

    Thank you for your wonderful review and kind words about my book. I was able to translate the Portuguese to English and was very moved by your comments.

    I would love to visit Brazil one day and do a book reading. Perhaps I will be able to do so soon. Inshallah as we say, if God wills.

    Peace,
    Kamran

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