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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

04.- CUPINS VIVEM A EUSSOCIABILIDADE



Ano 7***  WWW.PROFESSORCHASSOT.PRO.BR ***Edição 2347
Uma blogada já no quarto dia do ano, parece que nos vai aos colocando no ritmo cotidiano, já fazendo remotas as celebrações da virada. O dia de ontem teve duas marcas que se fazem válidas para gerar a edição da primeira sexta-feira do ano.
A primeira foi a palestra, onde por mais de duas horas falei para um atendo auditório de mais de uma centena de professoras e professores do Colégio Metodista Americano. Os aplausos intensos e continuados e as várias manifestações de colegas, das diferentes áreas traduz o quanto a fala foi apreciada. Trago como endosso a manifestação colocada no Facebook por Fábio Pinto, envolvido com proposta de doutorado: Mestre Chassot, sou aquele professor de literatura do Americano que o importunou hoje, depois de sua palestra. Espero que possamos nos reunir e conversar em breve: sua fala me levou a vários 'insights' e, principal e felizmente, me encheu de dúvidas. Vamos conversando e, espero, chegará o momento de nos encontrarmos ao vivo. Grande abraço e, mais uma vez, obrigado pela palestra. Fabio B. Pinto.
A segunda marca da quinta-feira me faz trazer algo que já assuntei, aqui, em maio de 2010. Mais uma vez tive contratar exterminadores de seres vivos. Sou vítima continuada de cupins. Se pudesse mostrar a transformação de uma revista em folhas rendilhadas, certamente meus leitores me absolveriam das mortes que fiz praticar em defesa dos bens materiais mais preciosos que tenho. Assim ante um tribunal vou evocar a legítima defesa de meus livros — mais preciosos que esses vândalos que põem risco o que mais prezo de meu patrimônio (a foto é de uma das minhas estantes).
Aprendo sobre cupins na Wikipédia: cupim (no Brasil), térmite ou térmita (em Portugal), muchém (em Moçambique) ou salalé (em Angola), ou ainda, formiga-branca [em espanhol: termitas, termes, turiros ou comejenes y também hormigas blancas], é um inseto eussocial da ordem Isoptera [Isos, igual e ptera, asas = asas iguais], do qual existem cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo.
 Mas vejam que estes cupins vivem a eussociabilidade. O termo eussocial é conferido aos animais que apresentam as sociedades mais complexas, ou seja, aqueles que compartilham três características: uma sobreposição de gerações em um mesmo ninho, o cuidado cooperativo com a prole, e uma divisão de tarefas (reprodutores e operárias). Como exemplo, podem ser citados as formigas, abelhas, vespas, cupins e o rato-toupeira-pelado, um roedor africano. Entendo porque me pesa essa guerra difícil contra seres tão organizados.
Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha (na foto), que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia.
Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários) que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.
Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.
A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.
Os cupins são mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos, ou ainda pragas agrícolas, entretanto, apenas cerca de 10% das espécies conhecidas de cupins estão registradas como tal.
Em número de espécies, a ordem Isoptera deve ser considerada intermediária entre os insetos, já em termos de biomassa e abundância, os cupins apresentam enorme significância e podem ser comparados às formigas, minhocas, mamíferos herbívoros das savanas africanas ou seres humanos, por exemplo, e estão entre os mais abundantes invertebrados de solo de ecossistemas tropicais. Esta grande abundância dos cupins nos ecossistemas, aliada à existência de diferentes simbiontes, confere a estes insetos a possibilidade de desempenhar papéis como o de "super decompositores" e auxiliares no balanço Carbono-Nitrogênio.
É fácil imaginar meus transtornos nessa quinta-feira, de palestra no Americano. Não desejo visitação de um casal de cupim fundante de uma nova colônia para ninguém. Mas uma excelente quinta-feira, e anuncio uma dica de leitura sabática supimpa para amanhã: A Mãe dos fiéis, que acenei aqui em dias passados.

13 comentários:

  1. "Enfrentei durante um ano uma colônia de cupins-de-terra que ameaçava atacar meus livros e durante meses outra colônia que ameaçava a sala da robótica. Enfim, ambas foram vencidas."

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  2. Limerique

    Uma casa infestada de cupim
    Para livros, coisa não há tão ruim
    O mestre em apuros
    No seu intra muros
    Se não exterminá-los será o fim.

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  3. Limerique

    Uma comunidade eussocial
    Comendo livros e coisa e tal
    Êmula do professor
    Que a vê com horror
    Então, se não combatê-la, babau.

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  4. Limerique

    Eles vão corroendo aos pouquinhos
    E habitam em nichos nos cantinhos
    Comem os livros do professor
    Não inspiram afeição e amor
    E atacam os móveis dos vizinhos.

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  6. Limerique

    Devora patrimônio tal inseto
    Se vacilar, do assoalho ao teto
    Não possui piedade
    Ataca a sociedade
    Costuma fazer trabalho completo.

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  7. Limerique

    São insetos comedores de madeira
    Livrar-se deles não existe maneira
    Vivem a tripa forra
    Mate-os ou corra
    Ou lhe devoram a morada inteira.

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  8. Limerique

    Bicho danado devora de montão
    Esse inseto um pouco trapalhão
    Pois costuma devorar
    Madeira, seu próprio lar
    De alguma forma suscita atenção.

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  9. Limerique

    Cupins vivem eussociabilidade
    De vagar vão comendo a cidade
    Um dia, se Deus quiser
    Não restará um sequer
    Esta nossa esperança na verdade.

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  10. Limerique

    Cupins são vírus da civilização
    Invadem casas e entram em ação
    Comem até livros
    Que os mantêm vivos
    Destrutivos e malvados eles são.

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  11. Este comentário foi removido pelo autor.

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  12. Limerique

    Dizia Miguel de Cervantes Savedra
    Alguma ideia sobre cupins medra
    Quer seus textos preservar?
    Não se deixe enganar
    Publique livros somente em pedra.

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  13. Minha biblioteca, a qual grande parte herdei de minha mãe, resistiu a duas infestações de cupins as quais consegui controlar com detetizadores especializados. Porém acabou soçobrando ao ataque fulminante da minha esposa que baniu meus livros empoeirados. Vingança dos espíritos dos cupins.

    abraços

    Antonio Jorge

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