ANO
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Ontem contei aqui a minha estada, pela
primeira vez no Acre. Ela foi muito gratificante. Mesmo saindo de Porto Alegre
no final da tarde de quarta-feira, cheguei em Rio Branco [em duas etapas: Porto
Alegre / Brasília / Rio Branco (2027km + 3123km = 5.150km)] ainda no final de
quarta-feira pelo horário local, até porque aqui se está com duas horas aquém
do horário de Brasília.
Minha agenda na quinta-feira foi de três
turnos na Universidade Federal do Acre. Pela manhã e à noite fiz palestras com
auditórios concorridos. Pela manhã, dentro das comemorações dos 10 anos do
Curso de Química da UFAC discorri acerca de assentar
óculos para olhar o mundo. Na fala da noite, além dos participantes que
estavam pela manhã, participou um grupo significativo de alunos e professores
do IFAC, para uma fala que teve como tema central "Das disciplinas à indisciplina".
Na tarde de ontem participei de uma banca
de defesa de mestrado de Elisângela Maria de Souza Anastácio, que orientada
pela Prof. Dra. Anelise Maria Regiani elaborou uma dissertação e apresentou um
produto de unidades didáticas para o ensino médio privilegiando “Contextos regionais e saberes tradicionais: a
história da borracha no estudo de polímeros”. Participou comigo na banca o Prof. Dr.
Evandro Ghedin, da
Universidade Estadual de Roraima (UERR). Esta dissertação é vinculada ao Programa
de Pós Graduação em Ensino de Ciências, da UERR.
Acerca do trabalho da Elisangela, que é professora
do Colégio de Aplicação da UFAC refiro uma originalidade: alunos do ensino médio
envolvem-se no aprendizado da extração da borracha natural e seu processamento
industrial visitando uma fábrica de preservativos masculinos (camisinhas) em
Xapuri, terra natal de Chico Mendes. A fábrica é gerenciada pela Fundação de
Tecnologia do Estado do Acre, com a capacidade de produção anual de 90 milhões
de preservativos e consumo médio de 500.000 litros de látex, gerando 160 empregos
diretos e envolvendo ainda cerca de 700 famílias extrativistas de 30 seringais.
Localizados na reserva extrativistas Chico Mendes e projetos do entorno da
cidade.
Ainda, se fazem presentes em ações com as
famílias de seringueiros os desafios enfrentados por Chico Mendes (1944-1988), líder
seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Lutou pela
preservação da Floresta Amazônica e suas seringueiras nativas. Recebeu da ONU o
Prêmio Global de preservação ambiental.
Ainda na manhã desta sexta-feira tenho
uma fala para os mestrandos do Programa de Ensino de Ciências da UFAC. À tarde serei
privilegiado com algumas visitas turísticas pela capital. À noite participo de
jantar e quando começar o sábado iniciarei o longo retorno.
Ontem falei aqui do Imperador Gálvez, eis
algo que me parece significativo: na Assembleia Legislativa do Estado do Acre
há uma estátua de Gálvez e atrás dele a bandeira do Estado Independente do
Acre. Nela, está escrito “Se a Pátria não
nos quer, criamos outra! Viva o Estado Independente do Acre!”, frase que
foi dita por Gálvez no dia 14 de julho de 1899, durante a declaração da
República do Acre perante a população que ali habitava. A frase virou um
"bordão" e, até hoje - mais de 1 século depois de dita pelo Imperador
Gálvez - a maioria dos acrianos a conhece perfeitamente.
Olá meu Caro Chassot
ResponderExcluir|Que maravilha estar nesta "pontinha" do Brasil, e que certamente deve muito ao Barão do io Branco, nosso maior expoente das relações internacionais. Uma boa estada por aí, e uma grande jornada. Abraço do JB.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPresumo a grata satisfação em poder afirmar a estada, em atividade como professor, nas 27 unidades federativas do Brasil.
ResponderExcluirEstar na terra de Chico Mendes deve se constituir numa experiência ímpar. Comungar da energia que moveu Chico na luta pela preservação ambiental é algo extremamente significativo e um privilégio. Obrigado mestre por partilhares tão brilhantes momentos conosco.
Grande abraço.