ANO
9 |
EDIÇÃO
3026
|
Esta
edição do blogue abre espaço para noticiar algo que acontece neste mês em
significativas universidades brasileiras. Ao longo do mês de abril, dezenas de
universidades públicas (e algumas privadas) de todo país realizam a 2°Jornada
Universitária em Defesa da Reforma Agrária. Na sua primeira edição, em abril de
2014, 57 instituições de ensino superior, entre campus, institutos e
universidades brasileiras desenvolveram atividades em torno da jornada. Abril
também é o mês em que acontecem com maior intensidade as lutas pela terra e
pela Reforma Agrária, com a jornada de lutas do MST, ao rememorar o Massacre de
Eldorado dos Carajás, quando 21 Sem Terra foram brutalmente assassinados no
Pará, no dia 17 de abril de 1996.
Encontros,
debates, palestras, exibições de teatro, filmes e feiras com produtos da
Reforma Agrária serão apenas algumas das programações previstas para este mês.
O objetivo da jornada é levar o debate da Reforma Agrária e a luta do campo
para o cotidiano das universidades e, assim, abrir um canal de diálogo e formação
com os estudantes. Nas últimas décadas o debate sobre a questão agrária tem
sido deixado de lado nas escolas e universidades do país. Fonte para redação do texto e da foto [abertura da 2°Jornada
Universitária em defesa da Reforma Agrária, nesta segunda-feira (6), no Campus
Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB)] Página do MST.
Por
isso, foi desenvolvida a jornada universitária, criada a partir de uma
articulação com professores que apoiam a questão e querem, por diversas
maneiras, debater a temática no meio acadêmico. Para o MST é importante
afirmar: “Realizamos ocupações do latifúndio do saber, rompendo com as cercas
da ignorância, construindo conhecimentos que possam acumular para a conquista
da sociedade que buscamos construir”. Portanto, que atrelar as lutas do campo
com a inserção nas universidades é fundamental para que a realidade dos
problemas sociais brasileiros possam ser conhecidos pelos estudantes.
Esta
questão não diz respeito somente ao campo, mas, também à população urbana. “Se
o campo não planta e cidade não janta. Estas palavras de ordem nos mostram a
dicotomia que interessa somente ao capital. Por isto, é preciso lutar para
unificar a luta da cidade e do campo”.
MST e a universidade
Atualmente, o MST tem mais de 3 mil militantes presentes nas universidades.
Mais de 5 mil já se formaram em cursos universitários e de especialização, e
cerca de mil professores realizam um trabalho próximo ao Movimento. Essa
inserção acontece via cursos de graduações e pós, que são desenvolvidos em
parcerias com várias instituições públicas. As turmas possibilitam a
apresentação de questões específicas do campo brasileiro e das lutas sociais ao
longo de todo o curso.
A Jornada
Universitária “é a forma de reafirmar a luta camponesa no Brasil com as suas
conquistas históricas, e reconhecer os movimentos como sujeitos sociais que
legitimam suas ações desde as mobilizações desenvolvidas até a produção de
alimentos saudáveis para toda a sociedade”.
O fato
da universidade ser “altamente elitista onde predominam grupos de interesses
mais ligados ao grande capital do que aos trabalhadores. Isto é evidente no
crescimento das áreas de agronegócio em detrimento da agroecologia, da
agricultura familiar e da educação do campo”.
Entretanto,
é preciso “reconhecer e valorizar os grupos contra hegemônicos que
diuturnamente levam o embate para avançarmos na produção do conhecimento, na
pesquisa, na extensão e no ensino considerando as especificidades do campo
brasileiro onde o capital se desenvolve e opera destruindo forças produtivas,
destruindo a natureza, o trabalho e o trabalhador”.
Nos próximos dias, já estão confirmadas atividades nas Universidades Federais da Bahia (UFBA), de Juiz de Fora (UFJF), Pernambuco (UFPE), Sergipe (UFS), Brasília (Unb), do Vale do São Francisco (UNIVASF) - Campus Juazeiro, Rural de Pernambuco (UFRPE), nas Universidades Estaduais de Santa Cruz (Uesc), do Estado da Bahia (UNEB) – Campus Juazeiro, de Pernambuco (UPE) – Campus Petrolina, na Unesp de São José do Rio Preto, no Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro/BA), nos Institutos Federais do Sertão Pernambucano (IFPE - Campus Petrolina e Campus Ouricuri), Pará (IFPA-Campus Rural de Marabá) e na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Nos próximos dias, já estão confirmadas atividades nas Universidades Federais da Bahia (UFBA), de Juiz de Fora (UFJF), Pernambuco (UFPE), Sergipe (UFS), Brasília (Unb), do Vale do São Francisco (UNIVASF) - Campus Juazeiro, Rural de Pernambuco (UFRPE), nas Universidades Estaduais de Santa Cruz (Uesc), do Estado da Bahia (UNEB) – Campus Juazeiro, de Pernambuco (UPE) – Campus Petrolina, na Unesp de São José do Rio Preto, no Centro de Cultura João Gilberto (Juazeiro/BA), nos Institutos Federais do Sertão Pernambucano (IFPE - Campus Petrolina e Campus Ouricuri), Pará (IFPA-Campus Rural de Marabá) e na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP).
Eis um tema que mexe com os ânimos de muitos, principalmente daqueles que, por desconhecerem a questão da terra neste país, são envolvidos pelos argumentos tendenciosos, para não dizer falaciosos, da mídia hegemônica e latifundiária. A formação do latifúndio (produtivo e improdutivo) se inicia com a Lei Nº 601 de 18 de SETEMBRO de 1850 por D. Pedro II (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L0601-1850.htm) quando condiciona apenas os aquinhoados a conquistarem a terra. Não é por acaso que nossa pátria querida, a pátria das chuteiras,das marias chuteiras, dos projetados 40 edições de BBBs, da burguesia(paulista) mais conservadora da América Latina, da riqueza sem fim e de muito mais...é uma das grandes capitais mundiais da DESIGUALDADE SOCIAL, onde muitos tem muito pouco ou quase nada e poucos possuem muitíssimo ou quase tudo. Viva o país do carnaval!!! Enquanto o povo dança, pula, saracoteia, alguém ACUMULA ainda mais.
ResponderExcluir“Se o dinheiro vem ao mundo com sua mancha natural de sangue sobre a face, o capital nasce gotejando sangue e lama dos pés à cabeça.” (Marx)
Grande abraço!
Estimado Prof. Chassot,
ResponderExcluirsua luta em adesão a propostas do MST é histórica, não apenas em aulas no Braga e em Veranópolis, mas naquelas que senhor dá nas universidades. Também pelos seus livros, especialmente no Alfabetização científica, que usamos na licenciatura, e presente nas bibliotecas de nossas escolas pela doação de direitos autorais ao MST e numa tribuna maior no seu blog.
Obrigado pelo seu apoio hoje e há muito
Prof. Zé da Maçanilha
Acróstico
ResponderExcluirSobre a mesa uma refeição de monta
E a cada um comida que bem satisfaz
Comendo-se até muito além da conta
A obesidade é óbice que não compraz.
Mas até a mesa foi um longo caminho
Pois produzir alimento é um processo
O mais da vezes pá, enxada e ancinho
Permitem a um agricultor seu sucesso.
Lavrar no sol ou chuva sua úbere terra
Amanho que nem sempre bem frutifica
Numa dura labuta que as vezes encerra
Tirania do latifundiário que nada explica.
Assim vai cultivando a terra, o lavrador
Açoitado pelo vento dum estado tirano
Já do banco com empréstimo devedor
Abraçado a dívidas sai ano, entra ano.
Na mesa não percebem o grande valor
Tem o alimento produzido pelo lavrador
Alimento fruto da perseverança e do suor.