ANO
9 |
EDIÇÃO
3027
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Este 11 de abril evoca o DIA
INTERNACIONAL DA DOENÇA DE PARKINSON. A doença de Parkinson
ou mal de Parkinson ou paralisia agitante foi descrita pela
primeira vez por James Parkinson em 1817. O nome "Parkinson" foi
sugerido para nomear a doença pelo grande neurologista francês Jean-Martin
Charcot, como homenagem a James Parkinson.
O sintoma é caracterizado por uma doença
progressiva do movimento devido à disfunção dos neurônios secretores de
dopamina nos gânglios da base, que controlam e ajustam a transmissão dos
comandos conscientes vindos do córtex cerebral para os músculos do corpo
humano. O Mal de Parkinson é uma doença que ocorre quando certos neurônios
morrem ou perdem a capacidade. O indivíduo portador de Parkinson pode
apresentar tremores, rigidez dos músculos, dificuldade de caminhar, dificuldade
de se equilibrar e de engolir. Como esses neurônios morrem lentamente, esses
sintomas são progressivos no decorrer de anos. Desenho descritivo da doença de Parkinson por
William Richard Gowers, que foi publicado pela primeira vez no livro Manual of
Diseases of the Nervous System (1886) FONTE: Wikipédia.
Ao diagnóstico se traz ao parkinsoniano uma
afirmação dolorosa e confortadora: Vais morrer com/mas não vais morrer de Parkinson. No dia 05/JAN/2014 editei uma
blogada com este mote que encerrava assim: Quando se lê o que esta nesta
edição, é preciso encantar-se com a Ciência! Agora, pode-se morrer com Parkinson, mas não
morrer de Parkinson, como ainda recentemente.
O mal de Parkinson é uma das doenças
neurológicas mais frequentes visto que sua prevalência situa-se entre 80 e 160
casos por cem mil habitantes, acometendo, aproximadamente, 1% dos indivíduos
acima de 65 anos de idade. No Brasil estima-se existir cerca de 200 mil
parkinsonianos.
Embora a doença seja mais comum em
idosos, também pode aparecer em jovens. Um britânico de 23 anos já foi
diagnosticado com Parkinson e seus sintomas iniciaram com um pequeno tremor na
mão aos 19 anos de idade.
É importante lembrar e compreender que
atualmente não existe cura para a doença. Porém, ela pode e deve ser tratada,
não apenas combatendo os sintomas, como também retardando o seu progresso. A
grande barreira para se curar a doença está na própria genética humana. No
cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células não se renovam.
Por isso, nada há a fazer diante da morte
das células produtoras da dopamina. A grande arma da medicina para combater o
Parkinson são os remédios e cirurgias, além da fisioterapia e a terapia
ocupacional. Todas elas combatem apenas os sintomas. A fonoaudiologia também é
muito importante para os que têm problemas com a fala e a voz.
A) Levodopa ou L-Dopa ainda é o
medicamento mais importante para amenizar os sintomas da doença. A levodopa se
transforma em dopamina no cérebro, e supre parcialmente a falta daquele
neurotransmissor. Infelizmente, o uso prolongado de muitos anos pode causar
reações secundárias bastante severas, como os movimentos involuntários
anormais.
Na edição de 05/JAN/2014 antes referida escrevia:
Uma
síntese de/para leigo: a dopamina é responsável pela ativação de sinapses
(=ligações) cerebrais. Deficiências da mesma determinam que o cérebro não emita
comandos (ou o faça de maneira deficiente) para o corpo executar com
competência certas ações do corpo. Esta é uma das características do
parkinsonismo. Ocorre que se houver reposição de dopamina, esta não consegue
vencer barreiras para chegar ao cérebro. Assim, para reposição da mesma é usada
uma droga (L-dopa) que consegue chegar ao cérebro e ali se converter em
dopamina. Para inibir que esta transformação ocorra antes de chegar ao cérebro
a medicação consiste numa mistura de L-dopa com benserazida, que inibe a
transformação (indesejada) da L-Dopa em dopamina antes de esta chegar ao
cérebro.
Além da levodopa, existem diversos outros
que complementam o arsenal de medicamentos para combater os sintomas da doença.
B) As cirurgias também podem ser bastante
benéficas para determinados pacientes. As cirurgias consistem em lesões no
núcleo pálido interno (Palidotomia) ou do tálamo ventro-lateral (Talamotomia),
que estão envolvidos no mecanismo da rigidez e tremor. Porém, a lentidão de
movimentos responde melhor aos medicamentos. Essas lesões podem diminuir a
rigidez e abolir o tremor. Todavia, nenhuma delas representa a cura da doença.
O médico dirá se um paciente pode ou não se beneficiar do tratamento.
Estimulação profunda do cérebro
(marcapasso cerebral): Atualmente já disponível no Brasil, o marcapasso é muito
benéfico, especialmente para reduzir o tremor. No início, usado apenas em
alguns países europeus, e depois foi também aprovado nos Estados Unidos. Com a
sua difusão em todos os países, espera-se que a sua produção em larga escala
possa torná-lo acessível a um grande número de parkinsonianos em todo o mundo,
principalmente em nosso país.
Encerro repetindo o que está em
outra blogada: é preciso encantar-se com a Ciência! Agora, pode-se morrer com
Parkinson, mas não morrer de Parkinson,
como ainda recentemente.
Soneto-acróstico
ResponderExcluirAlvíssaras
Como no curso da sociedade acontece
Ênfase na medicina a velha ciência dá
Nos anais da história conquista cresce
Conjura contra mal de Parkinson já há.
Idosos, jovens podem pois viver melhor
A moderna medicina agora os socorre
Métodos de tratamentos evitam o pior
Assim como desse mal já não se morre.
Não existe cura para o Parkinson ainda
Doa-se ao paciente vida quase normal
Apenas a vida precocemente não finda.
Bom para quem convive com esse mal
Então qualquer terapia será bem vinda
Mesmo que só seja um primeiro degrau.
mestre, a área relacionada com o Parkinsonismo, por excelência, é o mesencéfalo, mais especificamente a parte compacta da chamada substância negra. A substância negra é considerada por si como um dos chamados núcleos da base, ou gânglios da base, como o estriado, o pálido e os núcleos subtalâmicos. Ela é assim denominada devido à presença de grânulos de neuromelanina no citoplasma de seus neurônios, de natureza dopaminérgica. A morte de neurônios dopaminérgicos nessa parte compacta da substância negra é a causística principal do Parkinsonismo. A função mais importante da parte compacta, portanto, como podemos deduzir, é o controle motor, de forma indireta. A falta de neurônios da parte compacta, como observado no Parkinsonismo, tem uma grande influência sobre o movimento.
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