Porto Alegre * Ano 5 # 1634 |
Hoje, marcado por amenidades, como buscam ser as blogadas domingueiras, queria contar algo. Por antecipação digo que vou violar uma bíblica recomendação que está em Mateus 6,3 – Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita –pois vou encontrar justificativa para esta transgressão, que apresento adiante [uma citação dominical assim, não fosse a reconhecida eficiência e sabedoria do Prof. Google, daria aura de pastor neopentecostal ao editor].
No começo da semana enviei a seguinte mensagem: Estimados vizinhos e vizinhas do San Juan, atendo a pedido do Eduardo convido a cada uma e cada um para aderir à necessária ajuda aos flagelados da região serrana do Rio de Janeiro. Pede-se que as doações de roupas e/ou alimentos não perecíveis sejam deixadas nos carinhos na garagem até sexta-feira. Será facilitado se o material viesse embalado em sacolas plásticas, para que depois seja transportado ao cais do porto. Obrigado pela adesão solidária, ac
Coloquei um cartaz e uma sacola de viagem com roupas em um dos carinhos de transportes de volumes que a junto aos elevadores na garagem. Minha doação era como um indez (= ovo – ou pedra ou concha ovoide – que se coloca no lugar em que se quer que uma galinha faça a postura). Muitas vezes desci à garagem durante a semana. Voltava sempre com uma ponta de decepção.
Ontem, quando com a Gelsa e o Antônio fomos levar o material ao cais do porto tive uma agradável surpresa: a coleta rendera oito caixas ou sacolas (algumas volumosas) com roupas e 4 pacotes com materiais de higiene. Pelo que pude observar, muitas das roupas eram de excelente qualidade. Fiquei muito feliz. O Antonio vibrava, pois íamos ‘levar tudo para os flagelados’.
Foi emocionante ver no armazém A-7 o imenso volume de doações. A alegria dos jovens voluntários que estavam recebendo o material certamente era uma boa amostra do quanto a generosidade dos porto-alegrenses, como de resto dos demais brasileiros minimizará um pouco o infortúnio de muitos.
Esse relato é trazido aqui como um exemplo do que é possível fazer em um condomínio. Somos aqui no San Juan apenas doze unidades residenciais, das quais algumas com seus moradores em férias. Coletamos um volume expressivo. Claro que sabemos que a nossa doação é muito pouco para a imensidão da desgraça. Os desabrigados ainda precisam muito. Recordei-me da fábula do beija-flor – aquela que se diz ter sido usada por Betinho para disseminar a solidariedade` www.truco.com.br/beijaflor/betinho.html, que com a água que transportava em seu bico incitava aos demais animais a ajudar a apagar o incêndio na floresta.
Às vezes, o difícil é levar o que poderíamos doar até um posto de coleta. Mas quem leva de um leva de 10 ou mais. Permito-me nesta blogada dominical oferecer este relato como uma sugestão de algo que pode ser feito com um muito pequeno esforço. Há ainda necessidade de muita ajuda.
Um muito bom domingo. Lemo-nos amanha, talvez, uma vez mais.
Mestre Chassot!
ResponderExcluirBelo gesto de solidariedade do San Juan iniciada por ti. Realmente, se cada um de nós tivermos o beija-flor como exemplo, quem sabe possamos mudar muitas realidades. E uma delas, e que talvez possa ser modificada por cada um de nós, é a reduçao do consumo de supérfluos e descartáveis. Abraço do JB.
Muito estimado colega Jairo,
ResponderExcluirrecordo tua dissertação de mestrado sobre ‘o desperdício’.
Realização como esta que fizemos, poderíamos fazer mensalmente.
Obrigado pelo estímulo e um bom e chuviscoso domingo
attico chassot
Professor neste final de semana ouvi uma opinião surpreendende sobre desastres naturais: com eles é possível auxiliar pessoas movidos por motivos "nobres", não pela pobreza econômica. E, continuou ela, assim as pessoas que recebem os donativos, não se sentem miseráveis... :/
ResponderExcluirMarília querida,
ResponderExcluirpenso que se possa defender a tese franciscana: “é dando que se recebe”.
Um afago janeiro
attico chassot
OSÉ CARNEIRO, BELÉm, PA, escreveu
ResponderExcluirMeu carissimo amigo prof. Chassot:
Aqui também, no Edificio Mirra, onde residimos, fizemos uma coleta de donativos para as vitimas da região serrana do Rio de Janeiro. A diferença é que levamos o material para uma carreta da Cruz Vermelha, que levaria tudo por via rodoviária.
No mais, muita chuva por aqui, muita leitura, muito descanso. Mas a maioria (periférica) pena como você tão bem sabe.
Grande abraço do
José Carneiro
Meu querido amigo José,
ResponderExcluirlindo terem feito no teu condomínio uma coleta. Acredito no mote franciscano é dando que se recebe.
No texto da blogada de sábado lembrei-me muito de ti, pois Casement esta muitas vezes em (Belém do) Pará. Tu como historiador vais curtir as leituras deste livro do prêmio Nobel em exercício.
Com estima um afago do
attico chassot