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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

11.- Apenas 12% dos brasileiros sabem nome de cientista

Porto Alegre Ano 5 # 1622

Duas notícias dos jornais de hoje: em São Paulo chuvas fazem vítimas e na metade sul a estiagem cresta o solo mantando animais e plantas. Duas leituras: realmente somos um país continental e repete-se o mesmo a cada janeiro.

Um bom assunto para uma terça-feira que faz jus a ser de verão e mais não qualquer verão, e sim como aqueles que sabem ser aqueles do Rio Grande do Sul.

Apesar do aumento de interesse declarado por ciência, poucos conhecem pesquisador ou instituição científica. Enquete do governo que consultou 2.016 pessoas também mostra que a maioria não frequenta e não conhece) museus de ciências. Uma matéria assinada por Sabine Righetti e publicada na secção Ciência do caderno Cotidiano de ontem da Folha de S. Paulo. Praticamente ninguém menciona cientistas sociais, sendo que o Brasil têm nomes importantíssimos como Paulo Freire e Gilberto Freyre. Eis o texto:

Não é só por bola de futebol que o brasileiro se interessa, mas também por pipetas e microscópios. Pelo menos é isso o que sinaliza uma pesquisa do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia).
De acordo com os dados, o brasileiro está mais interessado em ciência e tecnologia do que estava em 2006 e o interesse declarado (ou seja, o que a pessoa afirma ter) já supera até o tema "esportes".
No entanto, apenas 12% dos entrevistados conseguem citar o nome de um cientista brasileiro e só 18% sabem mencionar de cabeça uma instituição científica.
Quem consegue nomear está na parte mais rica da população. "Isso mostra que o Brasil ainda é uma país extremamente desigual", analisa o físico Ildeu de Castro Moreira, coordenador do trabalho.
E os cientistas mais citados são Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. "Praticamente ninguém menciona cientistas sociais, sendo que o Brasil têm nomes importantíssimos como Paulo Freire e Gilberto Freyre", completa.
A pesquisa consultou 2.016 brasileiros com objetivo de investigar as atitudes e percepções dos brasileiros sobre a ciência e tecnologia. O trabalho dá continuidade a uma investigação similar realizada em 2006.
RESULTADOS
A amostra foi desenhada de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de modo que os resultados possam ser projetados para o que o brasileiro "médio" pensa sobre vários temas.
O nível de interesse em ciência e tecnologia aumentou significativamente desde 2006. O número de interessados ou muito interessados no tema subiu de 41% para 65% dos respondentes (veja infográfico ao lado).
Em meio ambiente, o interesse disparou de 58% para 83% no mesmo período- empatando com o gosto por medicina e saúde.
Para o coordenador do trabalho, o resultado condiz com o momento atual de preocupações ambientais no mundo e no Brasil- especialmente na Amazônia.
FUTEBOL E CIÊNCIA
Outro dado que chama atenção é que o tema "ciência" tem quase o mesmo nível de interesse declarado (65%) que esportes (62%).
"As pessoas, no geral, estão mais interessadas em todos os assuntos. No caso da ciência, isso reflete o momento positivo da situação econômica do país e a ampliação do acesso a espaços e atividades científico-culturais", explica Moreira.
Apesar do interesse científico declarado de boa parte dos entrevistados, 92% dos consultados revelaram que não frequentam museus de ciência (37% dos quais sob a justificativa de que eles não existem na sua região).
Mesmo baixo, o número de visitantes dobrou desde 2006, passando de 4% para pouco mais de 8%.
Entre as pessoas com ensino superior completo, no entanto, o índice de visitação sobe para 14% dos respondentes- e se aproxima dos índices europeus, que é 18%.
MAIS CONFIANÇA
Outro dado que muda de acordo com a escolaridade e classe econômica do entrevistado é o índice de confiança em determinados profissionais como fonte de informação- com exceção de médicos, que são "confiáveis" para todas as classes.
Entre os mais pobres, a confiança nos religiosos é maior do que nos cientistas. Já nas classes com mais recursos e formação, os campeões são os cientistas de instituições públicas. Quem faz ciência em instituições privadas parece ter uma certa descrença do entrevistado.
Em relação à ciência brasileira, a opinião geral é que ela vai bem. A avaliação sobre a posição da ciência do Brasil no mundo tem se tornado cada vez mais positiva. Para metade dos brasileiros consultados, ela está hoje em uma posição intermediária.
Mas, novamente, o resultado muda conforme a condição econômica: pessoas de classes menos favorecidas têm, em geral, uma posição mais otimista em relação à ciência brasileira.
Em outras palavras, quanto menor o nível econômico do entrevistado, mais ele declara achar que a ciência nacional é bastante avançada
.

Votos de uma muito boa terça-feira. Perdoem-me se seu reincidente: ela será boa aqui nos pampas se vier uma generosa e vivificadora chuva.

2 comentários:

  1. Admirado amigo Chassot,

    sempre um deleite ler teu blog.

    Muito interessante esta informação; Cabe a nós professores melhorar este quadro.

    Grande abraço,
    Guy.

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  2. Muito apreciado colega Guy,
    obrigado por visitares o blogue. Tu, entre outras atividades com o Museu da Natureza, ajudas a mudar a visão de cientista.
    Com renovada admiração
    attico chassot

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