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domingo, 16 de janeiro de 2011

16.- Um retorno aos primórdios da colonização italiana

Antonio Prado Ano 5 # 1627

No começo desta manhã estaremos deixando a poética Antonio Prado. Vamos retornar via Vale dos Vinhedos e por tal antecipamos a saída.

Ontem vivemos aqui um legítimo dia de férias pradense. Isso corroborou o acerto da decisão de marcar o inicio destes 30 dias com uma saída. Como prometi ontem, trago uma pouco da história que vivemos neste vim de semana.

Antônio Prado foi a sexta e última das chamadas "antigas colônias da imigração italiana", e foi fundada em maio de 1886. A partir daí, criada a nova colônia, começaram a ser destinadas verbas públicas para abertura de estradas, construção de balsas, medição de terras, construção de barracões, transporte e acolhimento dos colonos.

Apesar dos importantes acontecimentos políticos pelos quais o país passava, como a proclamação da República e a Revolução Federalista em 1893, não houve interferência no processo de implantação de imigrantes em terras devolutas e cobertas de matas da Serra do Rio das Antas.

A revolução de 1893, agitando violentamente quase todos os recantos do estado, pouco podia interferir numa colônia recém-fundada, alcandorada entre paredões, sem estradas, animais de transporte e sem outros recursos econômicos, humanos e financeiros.

Deixando de lado as agitações políticas que abalavam o país, a inspetoria e as comissões de medição de lotes e as de terras e colonização, prosseguiram seu patriótico trabalho de estabelecer mais de mil famílias no território do atual município de Antônio Prado.

Ficou estabelecido em 1885 pelo Imperador do Brasil e por outras autoridades, que durante o período de 1886/87, seria criado um núcleo de colonização na margem direita do Rio das Antas.

Este núcleo não tinha nome, por isso, o Bacharel Manoel Barata Góis, engenheiro-chefe da Comissão de Medição de Lotes, sugeriu e solicitou que fosse dado à nova colônia o nome de Antônio Prado, em homenagem a Antônio da Silva Prado, fazendeiro paulista que como Ministro da Agricultura da época, promoveu a vinda dos imigrantes italianos ao Brasil, e instalou núcleos coloniais no Rio Grande do Sul.

Antônio Prado tem mais de 100 anos de história, que estão preservados em nosso Museu, que também faz parte da história, pois se inclui no acervo arquitetônico tombado com Patrimônio Histórico Nacional.

Encontramos em seu interior mais de 500 objetos que contam a história de um cotidiano de muito trabalho e singelas alegrias. O enxoval das italianinhas, as louças e talheres que serviam para degustar um pescoço recheado ou uma fotáia, os cálices para o vinho da pipa, o arado, o lampião, os trituradores. As fotografias dos momentos gloriosos em que a comunidade juntou as mãos e trabalhou duro para embelezar a cidade. Por isso, objetos de uso e roupas de nossos imigrantes formam o acervo contando a história da região.

O município de Antônio Prado editou lei que institui o tombamento voluntário de bens de valor histórico. Com essa iniciativa, a cidade que se orgulha de ter um acervo de 48 casas centenárias – cada com uma plaqueta identificando sua história –, tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN - como Patrimônio Histórico Nacional em 1989, que retratam o período da imigração italiana, pretende, no mínimo, dobrar este número.

A hospedagem no

Hotel Piemonte teve como marca a simpatia e o acolhimento dado por sua gerente Mari e pelos funcionários Mirella, Verônica e Clodomir. Foi por sugestão deles que assistimos, no próprio hotel, o filme “O Quatrilho”, cujas tomadas referentes aos anos de 1910 e 1930 ocorreram em Antonio Prado, em frente ao casario da praça, retratado em fotos colhidas para desta edição. Ver este filme aqui não poderia ser melhor complemento às vivencias no centro histórico daquela que ostenta o título da cidade mais italiana do Brasil.

O autor de “O Quatrilho – nome de um jogo de cartas em que se trocam os parceiros – é José Clemente Pozenato, nascido em São Francisco de Paula, Rio Grande do Sul, em 1938. Fez os estudos secundários em Caxias do Sul. É bacharel em Filosofia, com pós-graduação em Literatura Brasileira e mestrado em Educação. É professor de literatura na Universidade de Caxias do Sul, onde desempenhou as funções de Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional.

Em “O Quatrilho” [1994 / Drama 120 min] o diretor Fábio Barreto conta a história de dois casais que resolvem morar juntos para enfrentar as dificuldades da vida, até que a esposa de um casal resolve fugir com o marido do outro. Com Glória Pires e Patrícia Pillar. Recebeu uma indicação ao Oscar, na categoria de melhor filme estrangeiro.

Rio Grande do Sul, 1910. Em uma comunidade rural composta por imigrantes italianos, dois casais muito amigos se unem para poder sobreviver e decidem morar na mesma casa. Mas o tempo faz com que a esposa (Patricia Pillar) de um (Alexandre Paternost) se interesse pelo marido (Bruno Campos) da outra (Glória Pires), sendo correspondida. Após algum tempo, os dois amantes decidem fugir e recomeçar outra vida, deixando para trás seus parceiros, que viverão uma experiência dramática e constrangedora, mas nem por isto desprovida de romance.

Com votos de um bom domingo, a expectativa de lermos amanhã, uma vez mais, de Porto Alegre.

3 comentários:

  1. Professor!
    Estamos muito felizes em recebê-los aqui em Antonio Prado e particularmente, aqui no Piemonte Hotel. Agradecemos as palavras de carinho que recebemos nestes dois dias. Esteja certa Gelsa que vocês serão sempre bem vindos aqui nesta pequena mas histórica cidade. Um beijo e que o ano de 2011 seja muito feliz e muito mágico.

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  2. Estimada Mari e amigas e amigo do Pieomonte,
    que bom, depois de uma estada em um hotel, poder chamar a gerente e seu staff de amigos.
    Obrigado pelo carinho e também pelo comentário neste blogue.
    Gelsa e eu não temos dificuldade em dizer a cada uma e cada um dos leitores deste blogue que o endereço para quem visita Antônio Prado é o Piemonte.
    Com admiração
    attico chassot

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