ANO
9 |
EDIÇÃO
3037
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Uma edição (quase) especial. Há um tempo,
silenciara acerca de minhas aulas, que podem parecer ‘rotineiras’. Não são. Narrava,
na última edição, das gratificações intelectuais que recebo da escrita. Assim,
preciso compartilhar um fazer acadêmico especial, desta sexta, no Centro
Universitário Metodista do IPA. Aliás, se quero ser mais rigoroso na trazida de
excertos do diário de mestre-escola, devo dizer que são dois os momentos especiais
desta sexta no IPA. Eles sucedem as aulas desta semana nas turmas da manhã (segundas)
e da noite (terças) da Licenciatura em Música e aula das tardes de segunda na
Universidade do Adulto Maior. Aliás, esta, de per si, valeria uma edição do
blogue. Não posso deixar a aula da UAM só em um aceno.
Nos últimos dias, preparando-me para a
palestra de Richard Dawkins, no próximo dia 25, em Porto Alegre, tenho lido (e relido)
algumas de suas obras. Foi muito significativo trabalhar com a turma da UAM a
carta que Dawkins escreveu para sua filha Juliete: Boas e más razões para acreditar [in O Capelão do Diabo. São
Paulo, Companhia das Letras, 2005, 462p. ISBN 978-95-359-0654-7 p. 427-437. Preâmbulo 425/426] onde renomado
biólogo discute o que e como aprendemos com a Tradição, com a Autoridade e com a Revelação. Foi uma aula memorável. O uso
desta carta na aula se converteu nem excelente catalisador no preparo da
atividade que comento mais adiante.
Ainda outro registro lateral: na tarde de
quarta estive por três horas no museu da UFRGS para assistir a primeira sessão do Seminário Grandes Mestres dos Mestres da
UFRGS evocando Irajá
Damiani Pinto, geólogo (1919-2014) e Alarich Schultz, botânico (1912-1976). Registro,
que como professor, durante a semana, preparei bem esta sexta, na qual no
começo da tarde participo da banca de qualificação de minha aluna no Mestrado
Profissional de Reabilitação e Inclusão Iara Cecília da Rosa Ribeiro, que
apresenta seu projeto de dissertação: “Desafios e barreiras na aprendizagem da
Língua Brasileira de Sinais para ouvintes”. A proposta é orientada pelo prof.
Dr. José Clovis de Azevedo; participa também da avaliação a Profa. Dra.
Patrícia Mendes Calixto (do IFSUL).
Mas o cêntrico para mim hoje é a aula que
ministro no Seminário dos Mestrados. Cada um dos professores dos dois mestrados
do IPA, em uma sexta, desenvolve um tema de sua escolha. Hoje, sou eu. Elegi: Quase
400 anos do Método científico de
Bacon ao Contra o Método de Feyerabend. Quando propus este tema em fevereiro,
talvez não tenha avaliado bem a extensão de dificuldades que me propusera.
Quando se tem um número significativo de
palestras (no ano passado, 74) há muitas repetições. Não podemos ser originais
sempre. Quando vamos discorrer acerca de tema inédito, os desafios nos levam a
mares quase ignotos. Foi muito bom buscar entender Bacon e Descartes no século
17, reler algo de Claude Bernard e Lorde Kelvin, com seu aforisma “Só
podemos falar daquilo que podemos medir” no século 19 ou recordar os
livros de Ciência nos mostrando que os cientistas seguem o método científico — apresentado como OHERIC Observação - Hipótese - Experiência - Resultado - Interpretação – Conclusão. Então, depois
chegar no século 20 com o saudável anarquismo feyerabendiano.
Este é um pouco do meu desafio no
entardecer desta sexta, sucedida pelo seminário sabático de amanhã no Mestrado
Profissional de Reabilitação e Inclusão, quando por estas bandas já temos
aperitivos invernais.
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