ANO
10 |
Desde Bucareste / Romênia
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EDIÇÃO
3126
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Na
edição da sexta-feira passada, então, postada em Guarulhos, escrevia que,
removida situação que postergara a viagem, houve necessidade de em cerca de
uma hora reitinerar uma viagem, para partir para a Europa um pouco mais de 12
horas depois. Assim, em tal emergência, as alternativas que se oferecem não são
sempre as melhores.
A
meta era chegar à Bucareste, quando partíndo de Porto Alegre com 24 horas depois
do programado. Viajamos Porto Alegre/Guarulhos e então, fomos imprevistamente à
Casablanca. Mesmo ficando apenas no aeroporto, por cerca de três horas, tivemos
saborosas evocações de uma estada em Marrocos, por uma semana, em 1991. Vimos
também o quanto a alternativa via Casablanca é uma situação econômica (e muito
usada) para chegar a diferentes destinos europeus.
O
panorama do litoral marroquino que visto tanto na descida quanto na subida
compensou uma viagem nada confortável de oito horas. A seguir, em uma viagem de três
horas, bem mais agradável, voou-se à Paris. Aí pode se dizer que ocorreram quase
milagres em termos de tempo. Fazer imigração, submeter-se a várias inspeções de
bagagens e passaportes (afinal estávamos chegando à capital francesa
procedentes de um país árabe e em uma companhia de aviação árabe) conseguimos
embarcar na quarta e última etapa da viagem, da capital francesa à
capital romena. Nossa chegada a Bucareste teve uma espera em voo, pois nevava
muito, e houve necessidade de ser removida neve da pista. Já era meia noite de
domingo (aqui estamos no fuso +4 horas em relação à Brasília) mais de 32 horas
depois da partida.
As
manchetes dos jornais desta segunda-feira diziam: Romênia branca por tempestade de
neve. Tivemos, assim, boas justificativas para ficar pela manhã
descansando no hotel e contemplando a nevasca. À tarde saímos para ir ao museu Taranului
quando, tanto na ida como na volta houve situações que a caminhada implicava em
afundar na neve até os joelhos.
O
Muzeul National al Taranului Roman é um museu antropológico que relata a vida
cotidiana de ancestrais romenos especialmente agricultores nos último quatro séculos.
Esta vida é marcada por uma intensa religiosidade na igreja ortodoxa, traduzida
por centena de ícones de Jesus de Maria e de santos onde se destacam os
apóstolos e São Jorge. Dentre as cerca 100 mil peças do museu merece destaque a
reprodução de uma sala de aula, uma igreja e uma casa em madeira. Dentre os
objetos de trabalho, destaca-se um imenso moino de vento com rodas dentadas e
pás de madeira e uma forja com forno e fole muito representativo. O museu Taranului
foi considerado o ‘museu europeu do ano em 1995’. Para um dia de nevasca na rua
a nossa pedida não poderia ser a melhor. O retorno ao hotel ensejou a nossa
estreia no Metrô de Bucareste.
No
hotel no domingo recebeu-se a previsão para a segunda: máxima -2ºC e mínima
-8ºC. Mesmo assim aproveitamos bem nosso segundo dia de Bucareste. Pela manhã,
enfrentamos caminhos inóspitos em meio à neve e fomos até a cidade antiga, aonde
vimos lindos prédios históricos e bonitas lojas. Almoçamos na Lispscani — a
avenida central — vimos quanto a polenta é um prato muito presente na culinária
local. Há nos cardápios uma imensa variedade de sopas que, mesmo com frio abaixo
de zero, não são servidas quentes quanto desejávamos.
À
noite fomos ao esplendoroso ao Grande Hall do Teatrul National Bucuresti, ao
lado de nosso hotel, assistir a um lindo espetáculo com Alexandra Uşurelu em um
concerto sinfônico, de um dos nomes mais prestigiados do mundo artístico romeno.
Alexandra
Uşurelu é uma das artistas independente maior sucesso em vendas de discos da
Romênia, seu álbum de estreia "No Fim do Mundo" recebeu várias
indicações na premiação Rádio Romênia e ganhando o prêmio do melhor álbum do
ano de 2015. No endereço https://www.youtube.com /watch?v=yv8N79tdHm8 se pode
ter uma amostra da arte de Alexandra Uşurelu
Assistimos
a um evento de multimídia, que incluía as canções mais populares da artista,
mas também algumas novas faixas que serão incluídos no seu álbum de futuro. Ela
apresentou-se com uma banda ao vivo composta por músicos conhecidos do mundo do
jazz e rock. Houve ainda projeções de vídeos. Além da apresentação artista ela
se fez acompanhar de outros artistas que tinha também muita simpatia de um
publico talvez de uma 1,5 mil pessoas.
Após
o espetáculo caminhamos mais uma vez sobre muita neve até a cidade antiga para
jantarmos sopas (para variar!). Para esta terça-feira, nosso último dia
completo aqui, já temos programação. Mas, isso conto em outro momento.
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