ANO
10 |
Desde Guarulhos – SP
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EDIÇÃO
3125
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Na edição desta quinta-feira,
escrevia: Uma
situação inarredável definiu a postergação da viagem que se iniciaria nesta
tarde de quinta. Quase ao final da tarde
de ontem, a situação que nos impedira de viaja foi removida. Partimos de Porto
Alegre com 24 horas atrasados, com alteração de trajetos, pois em um pouco mais
de hora a eficiente Gelsatur reetinerou um roteiro nada trivial. Agora estamos
em Guarulhos, passageiros da Royal Air Maroc. Breve estaremos partindo para uma
viagem internacional. Vamos, em férias, mais uma vez cruzar o Atlântico, com
uma escala não sonhada em Casablanca. Vamos rumo à Europa destino mais usual de
nossas viagens. Primeiro vamos a Bucareste e depois a Budapest e a seguir
alguns dias em Paris. Voltaremos em 03 de fevereiro.
Esta edição foi feita a
partir de situação quase homóloga, publicada em 12/01/2015. Peço a meus
leitores que relevem traços de autoplágio.
Em blogada anterior (31DEZ2016)
acenei com a possibilidade, mesmo que o blogue tenha frequência aperiódica, contar
um pouco destes dias de viagens, em pelo menos uma ou duas edições de cada uma
das três cidades antes anunciadas para esta edição turística de 2016. Abro esta
série com uma genérica (e preliminar) acerca de viagens — é esta de hoje — e, durantes os próximos dias, acerca das outras
das três cidades que visitaremos. Assim, as emoções serão socializadas com excertos
do conhecido diário de um viajor.
Quando em 2012, publiquei
Memórias de um professor: hologramas desde
um trem misto, reservei um dos cinquenta capítulos para falar de minhas viagens
internacionais. Hoje, pelos meus registros começo a minha 31ª viagem internacional.
Comecei tardiamente, mas depois que tomei o gosto, quase a cada ano fiz uma viagem
internacional.
Comecei apenas em 1989.
Fiz, então, a minha primeira viagem a Europa. Entusiasmado pela Gelsa, presenteei-me,
pelo meu 50º aniversário, com uma primeira viagem ao exterior. Estou subtraindo deste computo alguns cruzares
de fronteiras, anteriores a 1989, em breves incursões a quatro países vizinhos (Argentina,
Uruguai, Paraguai e Bolívia). Se computadas tais, a rigor, minha primeira viagem
internacional, foi — ainda menino — nos começo dos anos 50s: fui com minha mãe e
meu irmão Sirne, de trem desde Montenegro à Uruguaiana (como filho de ferroviário,
quando meu pai estava de férias tínhamos passe livre nos trens da VFRGS), e então
cruzamos a ponte internacional e fomos a Paso de los Libres, na Argentina. Recordo
da conversão cambial, que exigia multiplicar por 1,80, e eu logo vi a facilidade
de multiplicar por dois e subtrair dois décimos. Compramos alfajores e passas de uva, também farinha de trigo (que se dizia
ser mais pura que nossa) e azeite de oliva.
As narrativas de viagens foram, em priscas eras,
instrumentos para mostrar aos outros aquelas terras conhecidas pelos poucos que
se aventuravam em “arrostar mares nunca dantes
navegados”. Entre estas são famosas as narrativas de Marco Polo, segundo alguns
um personagem ficcional. Há, em muitas culturas, ainda em tempos hodiernos, o hábito
de se valorizar esse gênero literário. Parece que, entre nós, esse nicho de escrituras
de viagens ainda não goza de muita aceitação. Há alguns títulos publicados que nos
levam a devaneios e viajar com o autor.
Eis um informe da 1ª viagem: jul/ago de 1989: Entre 1º de julho e 7 de agosto fizemos
aquilo que faz um marinheiro de primeira viagem (eu, no caso, pois a Gelsa já havia
morado na Europa): estivemos em onze países viajando de trem. Começamos em Paris,
fomos a Bruxelas, Amsterdam, Berlin (ainda dividida entre a República Federal da
Alemanha e a República Democrática Alemã), Colônia, Bonn, Luxemburgo,
Heidelberg, Munique, Viena, Salzburg, Praga (na então, Tchecoslováquia, antes
da separação em dois países), Zurique, Lucerna, Veneza, Florença, Roma, Vaticano
e Paris. Foi maravilhoso ver ‘ao vivo’ muito do que havia conhecido em minhas leituras
e estudos de geografia. A França, que foi
ponto de chegada e de partida, festejava então o Bicentenário da Revolução
Francesa. O primeiro contato com Paris se deu na rue Gay-Lussac, que para um professor
de Química era significativo. Foram dias de emoções muito fortes.
As outras 29 que
medeiam aquela primeira e a 31ª que começa quinta-feira foram muito diversas.
Mesmo que a Europa tenha sido a preferida houve outras memoráveis. Assim na
América já estive doze países: Argentina (várias vezes), Uruguai, Paraguai,
Chile, Bolívia, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana Inglesa, México
(três vezes) e Estados Unidos. Na Europa já amealho além dos onze países da 1ª
viagem outros doze: Portugal, Espanha, Reino Unido, Grécia, Turquia, Bulgária,
Croácia, Eslovênia, Dinamarca, Suécia, Rússia e Polônia. Na Ásia estive 8
países: Tailândia, Cingapura, Malásia, China, Hong Kong (em 1997, ainda não
pertencente à China), Israel, Palestina e Jordânia. Na África, em quatro:
Marrocos, África do Sul, Tunísia e Egito.
A Romênia e a Hungria, onde devemos estar próximos
dias deverão ser meus 48º e 49º países que visitarei. Sobre esta viagem que
começa nesta quinta, quero compartilhar nos próximos dias, emoções com meus
leitores concluindo, mais vez com Paris. Obrigado pela companhia. Encerro lembrando
que o
"Bom viajante não é o que não sabe
para onde vai, mas o que sabe de onde veio!"
Lin Yutang [(1895-1976) Escritor
e filologista chinês nascido em Changzhou. Estudou nas Universidades de Shanghai,
de Harvard e de Leipzig. Foi professor na Universidade de Beijing. Viveu quase meio
século nos Estados Unidos e sua significativa obra literária significou uma ponte
entre vazio cultural existente entre o Ocidente e o Oriente].
Mestre, desejamos uma excelente viagem. Estaremos na carona dos seus relatos. Abraços
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