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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

07.- UM AUTOR QUE VALE A PENA: Ian McEwan.

ANO
 10
A G E N D A 2016 em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3121
Hoje é o DIA DO LEITOR. Confraternizamos dom aqueles e aqueles que tem nos livros referência na construção de estilo de vida. Mas ler nem sempre é uma tarefa fácil. No Brasil, cerca de 25 milhões de pessoas (algo como as populações da Bélgica e da Holanda somadas) em idade possível de leitura (acima de 5 anos) ainda são analfabetos. Isto é ainda um desafio a vencermos.
Esta blogada, que celebra o dia do leitor, se tece na esteira daquela da última terça-feira (05/01/2016) quando falava dos dulçores de nestes dias abandonar por algumas horas o computador e fruir livros em suporte papel.
No feriadão de ano novo resolvi pausar Uma Casa – Uma breve história da vida doméstica o Bill Bryson. Já venci mais de 40% tendo já voltado a ele com sofreguidão. Ocorre que comecei a implicar com o autor. Isso não é algo tão exótico na maioria das interlocuções.
Bill Bryson, por escrever um livro a cerca da ‘história de quase tudo’, em alguns momentos parece muito arrogante. Afilio-me no caso a teoria gélsica que afirma sempre que ‘quem muito abraça, pouco aperta’. Talvez, ate concorde com aqueles que em comentários presentes na rede o detestam como algo superficial. Há leitores que afirmam que ele possa ser eivado de erros. Isso sempre é mais provável, quando se aborda muitos assuntos. Assim, em Uma casa: uma breve história da vida doméstica, ele aborda tantos assuntos, às vezes com detalhes incríveis (v.g. nos mercados os vendedores passavam as cerejas em suas bocas desdentadas e sujas para dar mais brilho aos frutos) que parece, às vezes, chute. Dizia, que a quantidade de informação (e, também, ser um calhamaço) cansa a leitura.
Por essas e outras comecei a ler no último dia do ano:
McEWAN Ian. A balada de Adam Henri. [Titulo original: The Children Act, tradução de Jorio Dauster] São Paulo: Companhia das Letras, 196p, 2014, ISBN 978-85- 359-2513-5.

 Para mim Ian McEwan, um escritor britânico nascido em 1948, era um desconhecido até quinta-feira (31/12). Ele é apresentado pela Companhia das Letras como um dos autores de língua inglesa mais importante na atualidade, que em quarenta anos de carreira, compôs marcos da literatura contemporânea.
Há informações de que nos últimos anos, o traço decisivo de sua literatura tem sido a defesa da racionalidade científica contra os fundamentalismos religiosos, assim podes ver o quanto sua obra nos deve atingir. É esse o embate que está no cerne de A balada de Adam Henry.
A personagem central é Fiona Maye, uma juíza do Tribunal Superior especialista em Direito da Família. Ela é conhecida pela “imparcialidade divina e inteligência diabólica”, na definição de um colega de magistratura. Mas seu sucesso profissional esconde fracassos na vida privada. Prestes a completar sessenta anos, ela ainda se arrepende de não ter tido filhos e vê seu casamento desmoronar.
Assim que seu marido faz as malas e sai de casa, Fiona tem de lidar com o caso de um garoto de dezessete anos chamado Adam Henry. Ele sofre de leucemia e depende de uma transfusão de sangue para sobreviver. Seus familiares, contudo, são Testemunhas de Jeová e resistem ao procedimento.
O dilema não se resume à decisão judicial. Como nos demais casos que julga, Fiona argumenta com brilho em favor do racionalismo e repele os arroubos do fervor religioso. Mas Adam se insinua de modo inesperado na vida da juíza. Revela-se um garoto culto e sensível e lhe dedica um poema incisivo: “A balada de Adam Henry”. A Companhia das Letras tem uma dezena de livros de Ian McEwan.
A chamada literatura envolvendo tribunais nunca me empolgou muito, mas aqui, talvez, pelo veio religioso anti-fundamentalista o livro me seduziu e o saboreei com prazer e apraz-me recomendar, mesmo que depois de um ápice palpitante e comovente, no final se torne um pouco chocho. 

Um comentário:

  1. Penso que a abordagem sobre o Racionalismo científico com a temática da Religião, mais especificamente a respeito do fundamentalismo religioso, é instigatório. Vale a leitura. Grato pelas sugestões de leitura. No momento sinto-me envolto com o "Discurso da Servidão Voluntária" de Etienne La Boétie. Obra de 1982. Originalmente do Século XVI. Um texto fundamental para a compreensão da crítica social. Não é sugestão, mas exercício de leitura para a Arte da Escrita. Grande abraço, Mestre!!!

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