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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

06.- ¿VITAMINAS? ¡JÁ BASTA!

ANO
 8
em fase de transição
EDIÇÃO
 2644

Dizer-se ser hoje o primeiro dia útil de 2014 é um certo exagero. Basta que olhemos os muitos fazeres que já houve nestas primícias de 2014.
Nesta blogada vou seguir a admoestação de nosso vate maior: “Cesse tudo quanto a musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta!” A 11ª blogada serendipitosa, programada para encerrar duas séries, vai ser postergada para outro dia desta semana. Há um assunto que destrona a proposta que fizera aqui dia 2.
Hélio Schwartsman, já mais de uma vez presente neste blogue, publicou na Folha de S. Paulo, na  Página A2 da edição de sábado, dia 4, um texto, com razão, determina alteração de pauta. Assumo radicalidade na decisão. Transcrevo o texto do filósofo-cronista, sem aditar qualquer comentário; exceção para as duas imagens:
Vitaminas na berlinda: Com uma veemência difícil de encontrar em periódicos científicos, o editorial da última edição de "Annals of Internal Medicine" não só pede que as pessoas parem de utilizar suplementos de vitaminas como sugere que não se dediquem muito mais recursos a novas pesquisas nessa área. Para os editores da publicação, exceto para subgrupos específicos, o caso das vitaminas já está encerrado.
O editorial, intitulado "Enough is enough" (já basta), acompanha a publicação de três estudos que mostram que o uso de suplementos é, na melhor hipótese, um desperdício de dinheiro. O primeiro trabalho, envolvendo 400 mil participantes, indica que multivitamínicos não previnem doenças cardiovasculares, câncer nem reduzem a mortalidade geral. O segundo acompanhou por 12 anos quase 6.000 idosos e concluiu que suplementos não melhoram a performance cognitiva. O terceiro revelou que vitaminas não previnem eventos cardiovasculares em pacientes que já haviam sofrido infarto.
Os editores de "Annals" lembram que existem trabalhos mostrando que alguns micronutrientes, notadamente betacaroteno e vitamina E, na verdade aumentam a mortalidade.
Para eles, já passa da hora de os médicos transformarem essa ampla coleção de evidências em ações, aconselhando as pessoas a parar de tomar suplementos, a menos, é claro, que sofram de alguma deficiência nutricional que exija reposição.
Não obstante, o consumo de vitaminas vem crescendo em todo o mundo. Na verdade, esse se tornou um filão especialmente atrativo para laboratórios e para algumas pseudoespecialidades como a medicina ortomolecular e a antienvelhecimento. No mundo de hoje, não dá mais para fazer medicina com base em filosofias. É preciso curvar-se às evidências e, no caso das vitaminas, elas já deram o seu veredicto.
Agradeço a Esper Kallás, que me chamou a atenção para os trabalhos.

5 comentários:

  1. Prezado Mestre Chassot,
    há várias pessoas para as quais devo recomendar a leitura do blogue de hoje.
    Os agradecimentos de
    L L L

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  2. Olá Prof. Chassot,
    li na madrugada sua postagem e fico feliz de não fazer uso de vitaminas.
    Abs
    JQCarneiro

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  3. Limerique

    Consumismo desenfreado determina
    Seja saudável, engula mais vitamina
    Assim querem laboratórios
    Que valorizemos mictórios
    Pois ingestão enriquece nossa urina.

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  4. Penso que isto, sim, é fazer alfabetização científica.
    Urge criarmos a consciência de que ciência e mercado nem sempre fazem bem à saúde!
    Grande abraço.

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