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sábado, 27 de fevereiro de 2016

27.—ECOS DO ECO


ANO
 10
A G E N D A 2016 em www.professorchassotpro.br
EDIÇÃO
 3141

A edição do último domingo de nosso tríduo voltas às aulas [dias 18/21/24] foi tarjada de luto com um ciao!... Umberto Eco (1932—2016). Mesmo que nos textos do tríduo não nos referíssemos explicitamente ao renomado intelectual recém-falecido, permito-me considerar que a defesa ao livro em suporte papel trazida então pode ser considerada uma homenagem a ele.
Não padece dúvidas que ele aderiria à discussão que defendi: não é possível (talvez, não seja salutar) fazer uma tese ou uma dissertação sem frequentar uma biblioteca. Mesmo que Eco tivesse uma biblioteca pessoal de mais de 30 mil volumes, era presença assídua em espaços da Biblioteca Ambrosiana em Milão: uma biblioteca histórica como aquela não poderia ser, senão uma espécie de jardim — para ele — das maravilhas.
A obra Não Contem com o Fim do Livro, escrito em parceria com o francês Jean-Claude Carrière (no Brasil: editora Record, 2010) lançado em um momento em que o avanço tecnológico prometia abreviar (até mesmo encerrar definitivamente) a carreira da publicação em papel, Eco revelava seu ceticismo em relação à tecnologia. “O livro, para mim, é como uma colher, um machado, uma tesoura, esse tipo de objeto que, uma vez inventado, não muda jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído”, afirmou, categórico.
Mas, nesta edição sabatina especial, permito-me transcrever o comentário Hume & Eco que postei na quinta-feira em um grupo de filósofos:
Realizou-se na tarde desta terça-feira, 23, no Castelo Sforzesco de Milão, o funeral de Umberto Eco, intelectual, semiólogo, escritor, falecido na sexta-feira, 19 de fevereiro, aos 84 anos.
A propósito dos atos fúnebres (não religiosos, a pedido de Eco) ouvi nesta quarta-feira a Rádio Vaticano,* que entrevistou o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, amigo pessoal de Eco. Ele fez uma afirmação que parece pertinente trazer a este fórum:
“Foi Eco que me fez recordar uma frase, que eu cito frequentemente, do filósofo inglês David Hume: ‘Os erros da filosofia são sempre ridículos, os erros da religião são sempre perigosos’”.
Realmente há porque nos sentirmos um pouco órfãos. Ele deixou marcas em nós.
*A Radio Vaticano pode ser ouvida em br.radiovaticana.va com programação em muitos idiomas. Em Porto Alegre, a Aliança, FM 106,3 retransmite de segunda a sexta, às 13h a programação para ouvintes de língua portuguesa.

3 comentários:

  1. Meu Caro Chassot
    Me alio à tua despedida ao grande Mestre Italiano, que atuou em várias áreas do conhecimento de forma magnanima. Realmente toda vez que uma coisa dessas acontece, não tenho como deixar de recordar tua máxima "É mais uma BIBLIOTECA que queima!". Grande abraço e Otima Semana.

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  2. Além do corajoso enfrentamento à instituição Igreja, na sublimidade de suas posições, minha homenagem é a lembrança daquele que disparou uma verdade ao afirmar que a Internet deu voz a uma legião de imbecis. Seu legado não pode ser apagado.
    Grande abraço, mestre Chassot!!!

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    Respostas
    1. Meu querido amigo Vanderlei!
      Saudades.
      Obrigado pela oportuna adesão à memória de Umberto Eco.
      Permito-me anunciar que à meia noite circulará blogue com notícia que machuca meu ser professor
      Com estima

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