ANO
10 |
Ao retornar de
BOA VISTA DO BURICÁ
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EDIÇÃO
3136
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Ontem, quinta-feira, dia
11, dei a largada de fato no meu 56º ano letivo como professor. Fiz palestra “Assestando
óculos para olhar o mundo” para cerca de 100 professoras e professores da rede
municipal de Boa Vista do Buricá e de São Martinho. Quando esta edição entrar em circulação já
terei percorrido a primeira parte dos mais de 500 quilômetros (mais de oito horas de ônibus), que separam de
Porto Alegre este munícipio da microrregião
de Três Passos, na região noroeste do Rio Grande do Sul, já próxima da
fronteira com a Argentina. Na vinda levei nove horas visitando dez rodoviárias (São Leopoldo, Novo Hamburgo, Montenegro, Estrela, Lajeado, Soledade, Carazinho, Sarandi, Palmeira das Missões e São Martinho). Certamente, este périplo prejudicou mais o meu desejo de dormir que tenha aperfeiçoado meu conhecimento da corografia gaúcha.
Algo singular acerca de
Boa Vista do Buricá, que ainda não havia visto em outro município: A língua
alemã, em sua variante rio-grandense, faz parte integral do patrimônio cultural
do deste munícipio de cerca de sete mil habitantes. O dialeto falado na região
denomina-se Riograndenser Hunsrückisch (Hunsriqueano Riograndense). A maioria
dos falantes desta língua minoritária sul-brasileira vivem no Rio Grande do
Sul, concentrados em duas grandes zonas
de colonização alemã, na chamada Altkolonie
ou antiga região de colonização alemã e na Neukolonie
ou região de colonização alemã mais recente, que é a situação do município que
estive nesta quinta-feira.
A propósito da língua alemã aqui, algumas das pessoas com quem mais conversei na informalidade (prefeito, secretária de Educação, secretário da Cultura e mais 2 ou 3 pessoas, todas com quase 40 anos) chegaram à Escola sem saber pedir água em Português.
Sempre surpreende quando alguém ou algo que eu não conhecia é catapultado e torna-se heliocêntrico. Afortunadamente, hoje temos facilidades de nos atualizar. Dou um exemplo de agora.
A propósito da língua alemã aqui, algumas das pessoas com quem mais conversei na informalidade (prefeito, secretária de Educação, secretário da Cultura e mais 2 ou 3 pessoas, todas com quase 40 anos) chegaram à Escola sem saber pedir água em Português.
Sempre surpreende quando alguém ou algo que eu não conhecia é catapultado e torna-se heliocêntrico. Afortunadamente, hoje temos facilidades de nos atualizar. Dou um exemplo de agora.
Há um mês, eu
pouco ou nada sabia de Bernie Sanders, ou Bernie como ele prefere ser chamado. Pois este simpático
senhor (e, por razões óbvias, não vou me referir a ele com a maioria faz: ‘simpático
velhinho’ pois eu nasci quase dois antes que ele) é mais nova sensação na
política estadunidense. Seu mote “um futuro em que se pode acreditar”
está encantando inclusive os jovens.
Depois do quase
empate nas primárias de Iowa com Madame Clinton e nesta terça uma grande
vitória em New Hampshire , — não entendo quase nada o babélico sistema de
eleições dos Estados Unidos — há muita chance de Bernie (que sempre disputa
eleições como candidato independente) ser o candidato do Partido Democrático,
às eleições de novembro.
Sobre o embate Hilary X Bernie há um excelente texto na
Carta Capital: http://www.cartacapital.com.br/revista/858/bote-fe-no-velhinho-5440.html
Há quem poderá questionar
dar importância a eleições estadunidenses. Tem tudo a ver conosco, sim! Temos
pelo menos torcer para que não ganhe Donald Trump, por exemplo. Isto não
significa posição de colonizados. Ao
Brasil e a muitos outros países, o que ocorre na nação mais poderosa do Planeta
é significativo.
Agora, somos
Bernie. Não vou trazer aqui uma descrição de alguns lances deste judeu
socialista que poderá ser o mais idoso estadunidense a chegar a ser Presidente
do país. O Diário de Notícia de Lisboa publicou: http://www.dn.pt/mundo/interior/e-socialista-e-lava-a-propria-roupa-10-coisas-a-saber-sobre-bernie-sanders-5020030.html
Para quem quiser
uma justificativa para alguém de esquerda estar atento nesta eleição recomendo
o excelente texto de Guilherme de Paula, doutorando em História, da
Universidade Estadual de Maringá, que está em https://espacoacademico.wordpress.com/2016/02/06/a-revolucao-de-bernie-sanders/
Se há quem, usando
os óculos do pensamento mágico acreditar que torcer adianta, eu estou na
torcida. E nisso tenho fé.
Querido Professor Attico, foi muito proveitoso e prazeroso para nós o seu trabalho aqui em Boa Vista do Buricá. Uma pequena correção quanto à localização do nosso Município, apesar de constar em algumas fontes como localizado na microrregião de Três Passos, politicamente pertencemos à região do Grande Santa Rosa.
ResponderExcluirUm grande abraço Mestre hassot!
Muito querido colega e amigo Jaime!
ExcluirPrimeiro agradeço a retificação da localização geográfica acerca do mais adequado posicionamento de Boa Vista do Buricá. Isto feito pelo Secretário de Cultura valoriza meu blogue.
Sou grato também pelas referências que fizeste ao meu trabalho.
Sou imensamente reconhecido a cada uma e cada um de vocês pela acolhida. Sou particularmente agradecido a ti, a Mari, ao Augusto e a Luísa (uma princesinha que não conheci). Peço que transmitas minha gratidão ao prefeito Vili e sua esposa, e a queridíssima Marcia, competente secretária de Educação e a seu esposo e também aos familiares que me acolheram.
Com espraiada admiração,
attico chassot
Boa noite, professor!
ResponderExcluirQuero inicialmente, manifestar minha admiração pelo seu trabalho, incluindo o realizado aqui em BVB. Com certeza, foi de muita valia para todos os educadores!
Abraço!
Marcia
Muito atenciosa Márcia,
Excluirobrigado pela referência ao meu trabalho, nesta quinta, em Boa Vista do Buricá.
Fiquei honrado com acolhida fraterna que recebi de ti, mesmo no desempenho de função tão distinguida como a de Secretária de Educação.
Agradecido por tudo,
achassot