ANO
10 |
EDIÇÃO
3141
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A edição do último
domingo de nosso tríduo voltas às aulas [dias 18/21/24] foi tarjada de luto com
um ciao!...
Umberto Eco (1932—2016). Mesmo
que nos textos do tríduo não nos referíssemos explicitamente ao renomado
intelectual recém-falecido, permito-me considerar que a defesa ao livro em
suporte papel trazida então pode ser considerada uma homenagem a ele.
Não padece dúvidas que
ele aderiria à discussão que defendi: não
é possível (talvez, não seja salutar) fazer uma tese ou uma dissertação sem
frequentar uma biblioteca. Mesmo que Eco tivesse uma biblioteca pessoal de
mais de 30 mil volumes, era presença assídua em espaços da Biblioteca
Ambrosiana em Milão: uma biblioteca histórica como aquela não poderia ser,
senão uma espécie de jardim — para ele — das maravilhas.
A obra Não Contem com o Fim do Livro, escrito
em parceria com o francês Jean-Claude Carrière (no Brasil: editora Record,
2010) lançado em um momento em que o avanço tecnológico prometia abreviar (até
mesmo encerrar definitivamente) a carreira da publicação em papel, Eco revelava
seu ceticismo em relação à tecnologia. “O livro, para mim, é como uma colher,
um machado, uma tesoura, esse tipo de objeto que, uma vez inventado, não muda
jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído”, afirmou, categórico.
Mas, nesta edição sabatina
especial, permito-me transcrever o comentário Hume & Eco que postei na
quinta-feira em um grupo de filósofos:
Realizou-se
na tarde desta terça-feira, 23, no Castelo Sforzesco de Milão, o funeral de
Umberto Eco, intelectual, semiólogo, escritor, falecido na sexta-feira, 19 de
fevereiro, aos 84 anos.
A
propósito dos atos fúnebres (não religiosos, a pedido de Eco) ouvi nesta
quarta-feira a Rádio Vaticano,* que entrevistou o Presidente do Pontifício
Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi, amigo pessoal de Eco. Ele
fez uma afirmação que parece pertinente trazer a este fórum:
“Foi
Eco que me fez recordar uma frase, que eu cito frequentemente, do filósofo
inglês David Hume: ‘Os erros da filosofia
são sempre ridículos, os erros da religião são sempre perigosos’”.
Realmente há porque nos sentirmos um pouco órfãos. Ele deixou marcas em nós.
Realmente há porque nos sentirmos um pouco órfãos. Ele deixou marcas em nós.
*A Radio Vaticano pode
ser ouvida em br.radiovaticana.va com programação em muitos idiomas. Em Porto Alegre, a Aliança,
FM 106,3 retransmite de segunda a sexta, às 13h a programação para ouvintes de língua
portuguesa.
Meu Caro Chassot
ResponderExcluirMe alio à tua despedida ao grande Mestre Italiano, que atuou em várias áreas do conhecimento de forma magnanima. Realmente toda vez que uma coisa dessas acontece, não tenho como deixar de recordar tua máxima "É mais uma BIBLIOTECA que queima!". Grande abraço e Otima Semana.
Além do corajoso enfrentamento à instituição Igreja, na sublimidade de suas posições, minha homenagem é a lembrança daquele que disparou uma verdade ao afirmar que a Internet deu voz a uma legião de imbecis. Seu legado não pode ser apagado.
ResponderExcluirGrande abraço, mestre Chassot!!!
Meu querido amigo Vanderlei!
ExcluirSaudades.
Obrigado pela oportuna adesão à memória de Umberto Eco.
Permito-me anunciar que à meia noite circulará blogue com notícia que machuca meu ser professor
Com estima