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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

03.—ENCERRANDO RELATOS FERIAIS

ANO
 10
Uma despedida à Paris
EDIÇÃO
3133
Esta é uma edição de encerramento dos relatos de minha ‘Europa-2016’. Com esta edição chego a nove postagens, desde o dia 15 de janeiro. Nas mesmas narrei algumas de minhas experiências enquanto viajor em duas capitais (Bucareste e Budapeste) de dois países que visitava pela primeira vez. A estes relatos mais extensos, juntam-se comentários ligeiros acerca de estar mais uma vez em Paris.
Na manhã desta segunda-feira, começamos a viagem de volta. Às 10h (às 07h pelo horário de Brasília) devemos partir do mega-aeroporto Charles De Gaulle rumo a Guarulhos, em uma viagem prevista de 12 horas. Dalí, na mesma noite, seguimos à Porto Alegre, onde deveremos chegar quase meia-noite. Penso que apenas uma vez fiz essa travessia transatlântica durante o dia. É mais cansativa, pois as possibilidades de dormir são menores.
Preambularmente, queria comentar algo acerca da blogada do domingo, dia 31. Fiz um texto mais intimista, catalisado pelas emoções de estar deixando a Hungria, onde durante nove dias enfrentara muitas dificuldades no comunicar-me, tanto em linguagem oral como escrita. Estes 9 dias foram antecedido por quatro em Bucareste com dificuldades de comunicações quase idênticas.
Um leitor anônimo, que se assina Antoine, postou um comentário, em Francês, elogiando meu texto, mas assinalando uma omissão no meu ‘sentir-se em casa em Paris’: a facilidade do idioma Francês para um falante do Português. Aceitei, sem ressalvas, o alerta. E, na adesão a observação narrei o que me ocorrera na manhã do domingo, 31, visitando o Palais de la Découverte: dei-me conta, ao ler as legendas dos materiais expostos, da diferença em estar em museu na França se comparado com as experiências recentes em museus na România e na Hungria.
Isso vale especialmente na linguagem escrita, onde o meu entendimento é quase 100%, mas não vale, nem de longe, para minha compreensão de uma exposição oral. Ainda, na mesma ocasião, assistia um neurocientista, falando para crianças acerca do treinamento de ratos e não entendi a maioria das exposições feitas.
Acerca do Palais de la Découverte (Palácio da Descoberta) que recebe mais de 600 mil visitantes por ano, vale referir que foi fundado por Jean Perrin, prêmio Nobel de Física em 1924, para ser sede da exposição universal de 1937. Criado para as crianças, o Palácio da Descoberta oferece às mesmas conhecer ciências e técnicas com demonstrações e explicações de pesquisadores da instituição e atividades realizadas pelas próprias crianças.
Ao longo do ano, o Palácio da Descoberta oferece ateliês, animações e conferências sobre a astronomia, a química, a matemática, as ciências da vida, as geociências animados por mediadores científicos. Os visitantes também podem percorrer exposições que tratam de diferentes temáticas.
Na impossibilidade de destacar o muito que vimos, da segunda-feira, quando se inaugurava fevereiro, vou apresentar apenas três destaques:
#1 Estar em Paris, mesmo que já antes tenha havido mais de meia dúzia de estadas, exige sempre uma visita à imponente catedral Notre Dame. (A foto tomei-a de seus fundos) Fomos agraciados por linda surpresa. Realizava-se uma missa solene, com muitos celebrantes; tivemos oportunidade de ouvir o solista entoando um Magnificat, sendo acompanhando por um numeroso coral; este plus aditado à visita foi precioso.
#2 Logo adiante encontrávamos em frente ao magnifico Hotel de Ville (= Sede dos órgãos do governo municipal de Paris). Nesta segunda estava engalanado com bandeiras de Cuba e recebia Raul Castro com honras militares. Vimos então centenas de cavaleiros em montarias com gala tocando instrumentos musicais. Há 21 anos que um presidente de Cuba não visitava Paris. Raul Castro está na França, para uma visita de Estado de dois dias, para assinatura de muitos acordos. Esta viagem consagra uma nova etapa na normalização das relações de Cuba com os países ocidentais.
#3 Tivemos a oportunidade de conhecer uma Escola Maternal Pública e nos encantar não apenas com a beleza do prédio e dos equipamentos, mas com a qualidade do ensino oferecido e também com a alimentação oferecida às crianças.
Ontem, terça-feira, último dia deste turismo Europa 2016, havia uma sofreguidão de aproveitar o dia, ainda que chuviscoso. Mesmo que vezes anteriores já fôramos, em diferentes oportunidades ao Institut du Monde Arabe — IMA, o anúncio de uma exposição: Osiris, mysteres engloutis d’Egypte nos atraiu. Acertamos plenamente. Além de aprendermos acerca da cosmogonia egípcia e o quanto esta cultura, marcada por uma densa religiosidade, fez que seu panteão de deusas e deuses aparecesse num sincretismo admirável em outras culturas mediterrâneas como os gregos e os romanos. Um número muito significativo de peças com idades milenares foi extraído de com arqueologia muito sofisticada do fundo Mediterrâneo. Por isso o nome da exposição: os mistérios engolidos do Egito. Havia ainda na exposição, peças cedidas por outros museus do Cairo e de Alexandria.
Foi muito bom estar mais vez no IMA e encantar-se com suas janelas diafragmáticas, que se abrem e fecham segundo a intensidade de luz. Foi significativo passar pela Universidade de Sorbonne, campus de Jessie e ver dezenas de estudantes em pesquisas, usando um artefato cultural que alguns de nossos alunos parecem desconhecer: livros.
 Desde o IMA, eu fui margeando o Sena até a Notre-Dame. Dois destaques desta caminhada: #1) os bouquinistes, que são os vendedores de livros usados ou livros de ocasião. Observá-los, bem como a mercadoria que oferecem é um espetáculo. #2) os cadeados do amor: mesmo que no ano passado a prefeitura houvesse retirado toneladas dos cadeados que os casais apaixonados afixam na ponte, a prática continua. Anexo duas fotos que fiz para atestar a continuidade da prática. A amostra que apresento é algo mínimo ante a quantidade dos cadeados que observei.









Visitei, mais uma vez, a Basílica de Notre Dame. Cheguei ao término da missa comemorativa da festa da Purificação de Maria, quando se cumpre a quarentena do parto (= 25/12 a 02/02 = 40 dias). Desta vez sem fiéis e poucos turistas pude aproveitar melhor a visita, que aquela que fiz na segunda. A contemplação dos vitrais tem para mim um encantamento muito especial. Viajo no observá-los.




Ainda fiz sumarentas caminhadas na região. Era o meu adeus à cidade. Assim como esta blogada faz a clausura destas quase três semanas de fruições muito significativas. Com agradecimentos a cada uma e cada um dos cerca de 200 leitores diários que prestigiaram os relatos de um viajor sempre muito curioso e feliz por partilhar suas viagens. Depois de nos lermos de Bucareste, Budapeste e Paris, em breve nos leremos de Porto Alegre, que se recupera de impactante desastre atmosférico que nos trouxe apreensões. Até, mais ler.


2 comentários:

  1. Maître Chassot,

    je suis enchanté avec ton très bien raconté promène dans la cité lumière. Quand tu parles sour le vitraux ça me rappelle la maison d'un cher ami qui a, dans ça bibliothèque, le vitraux de Hypatia, la philosophe. J'ai resté avec un immense volonté a connaître le Palais de la Découverte. Me plait, aussi, l'exhibition sur les ouvre d'art de l'archéologie égyptienne, quelle merveille a voir. Je suis desolé avec la destruction de beaucoup de maisons e des arbres a notre ville a cause de l'ouragan... Maintenant il faut penser a enseigner notre élèves environ le dérèglement climatique... C'est an a commencé avec 'sturm'... Allons i mettre notre DRANG! Grosse bisous de ton élève, Guy.

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