ANO
10 |
EDIÇÃO
3111
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Quase concluo o dia de
prisão em hotel, em Cascavel, PR. Transcrevo o relato que fiz, nesta madrugada
quando completava 24 horas de vigília rica e tensamente vivida. É um texto escrito
no limite do cansaço. Fi-lo, também, para mostrar que nem tudo são flores neste
peregrinar de viagens. Ainda não sei se hoje conseguirei deixar Cascavel.
Às vezes parece que nada deu certo neste 9 de dezembro de 2015.
Talvez, haja exagero na afirmação. Muita coisa não foi trivial. Levantar um
pouco depois das 03h, não é normal. Às 4h30min sair para o aeroporto. Depois do
check in, por primeiro evocar na lista dos filhos no WhatsApp o aniversário do
Bernardo. Afinal foi em outro 9 de dezembro que materializou-se, pela primeira,
vez minha paternidade.
Pela manhã realizei dois voos um tanto exóticos: voo Porto
Alegre/ Campinas (com fugaz passagem por Viracopos) e, então ‘volto’ a
Cascavel.
Chego pontualmente, às 10h, como previsto. Só não estava
previsto que não houvesse ninguém me esperando.
Só às 12h30min depois de incerta espera, onde recebi informações
que havia barreiras na rodovia, que partia, em taxi, à Laranjeiras do Sul, no
Paraná. Em trecho cerca de 140 km. Chovia muito. Trajeto com transito muito denso,
particularmente de caminhões.
Minha fala começaria às 14h. Chego às14h45min. Sem café, sem
almoço começo a minha fala. Interrompendo uma mesa que acontecia. Falo
exatamente 1 hora, acerca da área das Ciências da Natureza. Aplaudido de pé.
Seguem-se perguntas que daria fala por uma tarde, Tenho apenas 10min, pois às
16h era o imite para iniciar o retorno, para poder tomar um voo, em Cascavel,
às 19h. Pela primeira vez não sou disponível a dezenas de jovens que pediam
para tirar fotos.
Partimos, às 16h. Recebo frutas, chocolates e água, para
consumir a bordo do carro pilotado pelo seu Antônio. Tenho agora dois parceiros
de viagem: Prof. Drs. Salomão Hage (UFPA) e Antonio Munarim (UFSC). Ambos com
muita expertise em Educação do Campo.
Quando forte chuva, neblina e trânsito muito intenso se fizeram
presentes parecia impossível que chegaríamos a tempo de tomarmos o mesmo voo.
Os três rumo a Guarulhos com conexões para o Rio e eu para Confins. Graças a
habilidade e as vezes ousadia, do seu Antonio e algumas herpes labiais
chegamos. Depois de toda essa tensão soubemos que o voo estava 1 hora atrasado
e os três deveríamos pernoitar em São Paulo para seguirmos viagem na quinta.
Conformamo-nos e soubemos aproveitar bem o tempo falando de
nossos estudos e de nossas leituras. O tempo fruía frutuosamente. Chovia muito.
Relampejava. Trovejava. Depois de um tempo o atraso de uma hora, assou para
duas, para três horas. Deram um voucher de 15 reais para cada passageiro. A
única e acanhada lancheria fez a festa.
Não recebíamos nenhum explicação. Mas era evidente que o pequeno
turbo-hélice não poderia decolar. Só as 0h20min soubemos que o voo estava
cancelado. Parece que um raio danificou lanternas sinaleiras do avião.
Então a surpresa maior. Não havia mais lugares no voo que sairia
às 05h15min. Só às 19h15min. Na
foto o Professor Dr. Salomão Hage, da Universidade Federal do Pará ‘ocupando’ o
balcão da companhia aérea, ante a negativa desta em discutir a questão.
Ao Antonio e ao
Salomão esta alternativa era inviável, pois tinham falas em evento no Rio pela
manhã. Eu tive contatos com o Paulo César em São João del Rey, até para
suspender o motorista que buscaria em Confins. Quando Paulo César ofereceu a
alternativa de realizarmos a banca na sexta, aceitei a oferta de hotel em
Cascavel nesta quinta, e queiram os deuses possa viajar hoje à noite a
Guarulhos e depois Confins e, então, São João Rey.
Que cessem os raios e
relâmpagos
ADENDO em 00h55min 11/12/2015 A chegada ao aeródromo de Cascavel fez plena
de esperança. Havia sol. O voo estaria no horário. As esperanças se esvaíram quando
o barulhento turbo-hélice saiu 30 minutos atrasado. Em Guarulhos este foi um
registro: “Há controvérsias ao saber
primevo que diz que o raio NÃO cai duas vezes no mesmo lugar”. Por duas noites consecutivas fruo hospedagem de uma mesma
companhia aérea. Ouvir depois de correr de um terminal a outro, envolvendo
quase meia hora de ônibus: "A lista de passageiros já foi encerrada; só
falta dois para embarcar” é de chorar. Assim, estou em São Paulo, quando
já era para estar viajando de Confins a São João del Rey. Na manhã desta sexta,
quando lá chegar, numa hipótese otimista, estarei chegando com um atraso de 30
horas. Mas, estarei chegando com expectativa de ajudar a fazer Educação.
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