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sexta-feira, 6 de novembro de 2015

6— Acerca de 6 DE NOVEMBRO


ANO
 10
 A G E N D A em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3100

Esta blogada, postada recém chegado à Porto Alegre, faz sua tessitura em três movimentos: um prelúdio, onde compartilho meus dois dias goianos; um alegro vivace, no qual celebro a formação do meu 32º mestre; um gran finale, que faz a laudação de uma data muito especial, ou melhor, para mim a mais especial.
Um prelúdio, onde narro acerca de uma nova jornada para fazer Educação. Cheguei a capital goiana no começo da tarde de quarta-feira. Acolhido pela Nília e pela Carol, fui ao Centro de Convenção de Goiânia, onde, deste segunda-feira se realizava o 55º Congresso Brasileiro de Química, promovido pela Associação Brasileira de Química. As 15h30min, por uma hora pronunciei uma palestra com título inicial Contribuições da química para a melhoria da vida em sociedade. Por duas vezes, por estratégia de estrutura, o título, com argumentos foi mudado. Depois de uns vinte minutos, mudei para Contribuições da Ciência para a melhoria da vida em sociedade para depois de mais um tempo mudar para Contribuições das mulheres e dos homens para a melhoria da vida em sociedade. Agradou-me falar em auditório lotado, com pessoas em pé. Ao final, muitos aplausos. Sou muito grato ao Paulo Marcelo Pontes, agora virologista, que desde o Recife, por Skype, me ajudou a estruturar essa palestra.
Alegra-me partilhar algo muito emocionante e significativo: entre outras homenagens recebi uma linda placa, tornando-me membro emérito da Rede Latino-americana de Pesquisa em Educação Química. A outorga foi acompanhada de comoventes palavras do Prof. Thiago Henrique Barnabé Correa (UFTM), representante da ReLAPEQ no Brasil. Ainda autografei mais de 30 livros e tirei centenas de fotos. Sou muito grato aos colegas Carol e Carlos, incansáveis como livreiros.
Na manhã de ontem fui à Anápolis, para na Universidade Estadual de Goiás — com mais de 40 campus — fazer, por cerca de duas horas, a palestra A Ciência é masculina? É, sim senhora! para mais de uma centena de docentes e discentes das licenciaturas. Após, mais uma muito concorrida sessão de fotos e de autógrafo, esta foi exitosa mais uma vez pela presença da Carol e do Carlos como livreiros. No final da manhã houve uma roda de conversas para bolsistas do PIBID: ser professor hoje. Como encerramento, uma surpresa: uma celebração de aniversário com presentes e um bolo com meu nome. Após houve almoço com grupo de professoras e professores e o retorno para Goiânia para começar voos para Campinas e depois para Porto Alegre. Esta foi minha segunda jornada goiana deste ano: em junho estive em Urutaí e Formosa. Foi, também, minha terceira estada em Anápolis em dois anos.
Um alegro vivace, no qual celebro a formação de meu 32º mestre. Por ter feito doutorado quando já era aposentado na UFRGS, só entrei como docente em Programas de Mestrados e Doutorados tardiamente, por tal esse número não muito expressivo. A Universidade, por sua origem na Igreja em tempos medievais, é muito afeita a rituais celebrativos. Um exemplo são as formaturas. As defesas de teses doutorais era uma verdadeira pugna entre a banca e o doutorando. Por fortuna, a academia aprendeu a cultivar, também, a virtude da Assim, parecemos mais civilizados.
Neste cenário que o Gédson Cardoso Kempe apresenta sua produção: “Práticas corporais indígenas inseridas à Educação Física Escolar não indígenas”, no Mestrado Profissional de Reabilitação e Inclusão do Centro Universitário Metodista IPA. O Gédson é, no mínimo duplamente, vitorioso. Primeiro pela relevância de sua dissertação na qual revoga dois paradigmas. Ao invés de a Escola dos brancos impor práticas curriculares ele busca saberes de indígenas e os leva às escolas não indígenas, isto é, opera na lógica inversa ao que é praticado. O segundo paradigma violado ocorre na mostrada do quanto as escolas brasileiras, no que se refere à Educação Física, é colonizada por esportes alienígenas (futebol, vôlei, basquete, tênis...) e com os ricos ‘achados’ na cultura indígenas pode-se ‘abrasileirar’ o ensino da Educação Física. A segunda grande vitória do Gédson é que ele fez essa dissertação morando no interior do Mato Grosso. Eu posso atestar o significou de ônus financeiros e físicos deslocar-se por 2 x 300 Km de São José dos Quatro Marcos a/de Cuiabá e desta cidade para/de Porto Alegre. Por tal (e muito mais) eu celebro neste 6 de novembro o ‘tornar-se mestre' do Gédson. 
Um gran finale: Este é um Laudato si para uma data que para mim é a mais especial: 06 de novembro. Ao meu primeiro, em 1939, em dias de uma guerra mundial recém começando, e a 75 outros faço louvação. O DN — Data de Nascimento — parece ser informação mais recorrente que fornecemos. É também aquela que a cada ano nos posiciona; estás mais velho. Que idade tens? Não se diz, por exemplo, 27 anos, 5 meses e 19 dias. Quantos anos tens? 21, 37, 45, 63, ... 76.
Estou numa idade que diz que sou velho, de uma maneira diferente quando fiz 45 ou 60. Mas 76 tem outra sinalização: mais recentemente, em (quase) todos os ambientes que vivo, sou o mais velho. Em sala de aulas, em reuniões, em palestras (mesmo que estas tenham centenas de pessoas) na maioria dos grupos familiares. Há uma exceção: na Universidade do Adulto Maior. Há quem diga que o meu tão cantado entusiasmo pelas minhas atividades de segunda-feira se deva ao fato de a maioria da meia centena de alunos é mais velha que eu. Há octogenários, nonagenários...
Este ano o 06 de novembro teve até comemorações na vigília. Na quarta, no 55º Congresso Brasileiro de Química, em Goiânia, houve parabéns de um auditório lotado e muito vibrante. Ontem, em Anápolis, na UEG, celebrações com cantos, presentes e um bolo. O ‘Kerb’ deverá terminar só no domingo, quando a Gelsa e eu receberemos na Morada dos Afagos filhas, filhos, netas e netos em almoço ainda alusivo a este06 de novembro.
Mas desde janeiro deste ano, quando visitei a Polônia, pela primeira vez, o dia do meu nascimento se tintou de luto e dor. Quando visitei uma das mais antigas universidades da Europa, ao lado das muitas exposições é me recordado um fato que conhecera dias antes no Museu Oskar Schindler: no dia 6 de novembro de 1939, os nazistas, que desde 01 de setembro de 1939 ocupavam a Polônia, convocaram os professores e cientistas mais eminentes da Polônia para uma aula inaugural na Universidade Jagiellomiam. Em sua totalidade, os 184 que atenderam a convocação, foram presos e deportados pelos nazistas para campo de concentração onde foram mortos. O meu 6 de novembro de 1939 ficou muito diferente.

5 comentários:

  1. Querido Chassot,
    Mando-lhe um grande abraço. Pelos 76 frutuosos anos de vida. Outro, pelo encerramento da semana tão intensa de atividades acadêmicas.
    Tavinho

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  2. Meu querido Mestre e Amigo Chassot. Na data de hoje quero te cumprimentar pela passagem de mais este ano e dizer do quanto sou feliz em ter te encontrado na minha trajetória, poder ter compartilhado inúmeras experiências e ter a tua presença sempre como linha mestra neste nosso fazer docente. Um grande abraço e que continuemos assim pelos próximos que possam vir. FELIZ ANIVERSÁRIO.

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  3. Amigo, mestre e colega. Há 76 anos a Química do acaso produziu um composto que chamaram At(In)CHS2. É um complexo plurimacromolecular único, muito reativo, capaz de curar ignorância e age como catalisador de eficiência enzimática para aprendizados. Tem farmacóforo com afinidade a pessoas loucas que sonham em mudar o mundo, propriedades priônicas de multiplicar conformações e arranjos intelectuais. É intolerantefóbico e faz ligação covalente com amor e muitas pontes de hidrogênio com a humanidade. Usuários correm o risco quase inescapável de desenvolver dependência (al)química. Usam industrialmente seus refinos para elaboração se lentes para ver um mundo menos míope e em tecnicolor dos afagos eletrônicos.
    E, sim, sem sombra de dúvidas, é levógiro.

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  4. Estimado Mestre,
    neste 06 de novembro manifesto minha gratidão à vida. Pois a mesma nos proporcionou conhecermos uma Estrela-Guia chamado Attico Chassot. Saúde e longevidade a esta brilhante mente abrigada num ser incrivelmente humano que posso chamar de amigo. São as felicitações da família.
    Abraços por Giovana, Lúcia, Luvander e Vanderlei.

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  5. Querido Chassot,
    Parabéns mais uma vez pelos 76. Agora 76 + 1 dia. Que devemos comemorar
    sempre. E o 76 +2, e assim por diante. Em dezembro, quando fiz 64 anos, me
    ocorreu de repente que era a minha última idade que pode ser escrita como
    potência de 2. Sim, 64 eu fiz; 128? Muito improvável. A lembrança não foi
    ruim. Aguçou a vontade de viver bem o 65º e os mais que me vierem. Que
    eles se fatorem como a aritmética permita. Ou não se fatorem, se forem
    primos.
    Isso remete ao agradecimento à vida, lembrado pelo Vanderlei e família no
    seu blog. Por supuesto! Gracias a la vida, como cantou a artista chilena.
    Ou Lohai (?), o belo brinde hebraico (?).
    Sim, a mensagem do Guy é muito inspirada. E muito verdadeira. Parabéns
    para você. Parabéns para o Guy.
    Um grande abraço.
    Tavinho

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