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sexta-feira, 1 de março de 2019

01.-De piadas para rir a máculas para chorar



ANO
 13
AGENDA 2 0 1 9
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3395
Chegou março. E no Brasil ele começa inserido no maior feriado não feriado, pois a terça-feira de carnaval, legalmente não é feriado. Mesmo que neste janeiro e fevereiro já tenhamos trabalhado bastante, há um senso comum tolo que diz que no Brasil, o ano começa de verdade na primeira segunda-feira depois do carnaval (este ano dia11/03).
Há que convir que os dois meses já vividos no ano já renderam muito e há algo que não podemos nos queixar do novo governo da República: ele catalisa quase todos os dias um surto de piadas que divertem.
O bobo da corte é, mais uma vez, General Ministro da Educação, que se diz professor. Ele mandou nesta segunda-feira (25/02) para todas as escolas do País um e-mail pedindo que as crianças sejam perfiladas para cantar o hino nacional e que o momento seja gravado em vídeo e enviado para o governo. O e-mail pede ainda que seja lida para elas uma carta do ministro Ricardo Vélez Rodríguez, que termina com o slogan da campanha de Jair Bolsonaro: “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos.”
Será que os Generais-ministros não têm um soldado ou cabo para assessorá-los a não fazer tantas babaquices? Talvez seriam menos incompetentes.
Na quarta-feira, dia 27, a convite de meu ex-orientando Jairo Brasil, falei no seminário inaugural aos professores da UNIPACS, em Esteio. Dizia que estava inaugurando o meu 59º ano letivo e não começara, jamais, um novo ano marcado pela desesperança. Até para vencer o desestímulo que grassa entre os educadores desafiei-os a este ano estimularem a seus alunos a serem curiosos. Fiz também uma recomendação: se preocuparem com a transmissão de menos conteúdo.
Mas preciso fazer um registro muito significativo: iniciei nesta semana a orientação da doutoranda Uiara Mendes Ferraz de Pinho, da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, professora do IFAC em Xapuri, no Acre; a Uiara soma-se à Patrícia Rosinke, Professora da UFMT em Sinop, MT como a minha 5ª doutoranda da REAMEC. Também iniciei a orientação a minhas duas primeiras mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará Jhéssica Elayne Gomes da Cruz Piano e Leilane Andressa Bicho de Oliveira.
Estes fazeres são um bálsamo em tempos que desmandos nos tornam estéreis intelectualmente. Isto é salutar.
Mas esse novo governo não faz apenas a riqueza do país da piada pronta. Há maculas que mais se prestam a prantos. Vale ler esta desta semana, com ajuda do Ponto*:
“Era da Infâmia. O general Alfredo Stroessner foi o ditador do Paraguai entre 1954 e 1989. Durante estes 35 anos, na mais longa ditadura da América do Sul, são registrados 150 mil presos políticos e três mil mortos. Corrupção, tráfico, contrabando, acolhida a refugiados nazistas e até mesmo um infame "harém" de meninas para a prática de pedofilia constam na lista de acusações contra o ditador. Muitas meninas morreram, de acordo com as denúncias. Na última terça (27/02), Bolsonaro e o presidente paraguaio Mario Abdo Benítez estiveram juntos para a nomeação de dirigentes na Usina de Itaipu, momento no qual o presidente brasileiro fez elogios a Stroessner: "um homem com visão, um estadista", prestando homenagem ao "nosso general", assim como já expressou admiração por Ustra, Pinochet e outros facínoras. Bolsonaro se elegeu prometendo uma "nova era" no Brasil. A cada semana que passa, fica claro que a nova era é uma era infame. A mídia brasileira registrou e criticou a fala de Bolsonaro, é verdade, mas num país bem resolvido com sua própria ditadura essa ignomínia seria tratada como escândalo. Na verdade, neste Brasil hipotético Bolsonaro não seria eleito”.
*Ponto é uma newsletter semanal editada pelo jornalBrasil de Fato. Para recebe-la escreva para o e-mail: newsletter@ponto.jor.br

4 comentários:

  1. Meu caro Chassot, mestre e amigo. Foi uma noite inesquecível, como já ocorreu em outras oportunidades em que tive o enorme prazer de estar contigo. Tua fala sempre é prenhe de inúmeros conhecimentos e de resgates da Ciência que bem sabes apresentar. Tenho a certeza de que meus colegas se encantaram com a tua didática e com os conselhos trazidos pela tua experiência. Tomara possamos conviver em outras oportunidades momentos como esse.
    Grande abraço e um Março de alegria e felicidades.

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  2. Mesmo diante do cenário... quero desejar as boas vindas a Uiara!!! Colega reamequiana, ampliando os horizontes na nova jornada...

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    1. Obrigada Patricia e ao mestre Chassot pelas boas vindas. Estou muito feliz em saber que poderei vivenciar tantas experiências durante esse período no doutorado, ainda mais com pessoas tão especiais como vocês.

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  3. Meu bom amigo, Chassot! Adriana e eu temos conversado, muito! Passamos por aquele período de susto, como assombro, e nos debruçamos nas bestialidades da Gestão no Brasil. Por força dos resultados oficiais, devo dizer, da Gestão do Brasil. Importa é que o resultado é o mesmo: vergonhoso! Hoje, enquanto almoçávamos, refletíamos: o novo mapa familiar e outro, aquele de amigos, já estão em nosso cotidiano. As falsidades, mentiras, empurrões e retiradas (se não pegar, retira), também. E agora, sobra a vergonha pelas pessoas queridas que ainda defendem aquilo que ninguém merece. Ainda bem que não se trata de merecimento, porque se o fosse, forçoso seria acreditar em castigo, e como se diz em nossa região rural, "dos brabo"! Talvez não seja assunto para almoço, é bem verdade. Mas, é aí que entra o riso: depois de cada notícia contemplada, começamos a desenvolver a salutar experiência aristotélica: rir. Então, meu amigo, com um abraço risonho. vamos nos aproximar dos que são apoio, construindo um novo mapa de relações e vínculos. Desta Sorocaba chuvosa, aquele abraço de riso!

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