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segunda-feira, 10 de julho de 2017

10.— Curiosidade, enquanto exigência do mundo atual

ANO
 11
No mês do 12º aniversário
www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
3305

1





Abri a edição de 28 de junho narrando que vinha de assistir a terceira sessão do Fronteiras do Pensamento de 2017. Ouvi com cerca de 2 mil pessoas Amós Oz, escritor israelense de grande prestigio na atualidade, até porque a cada ano está entre os possíveis laureados com o Nobel de literatura.
Hoje ofereço um excerto da palestra “Meus livros, meu país, minha política” com a qual o fundador e principal representante do Movimento Paz Agora encantou o auditório e que foi ovacionado ao defender a solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, mesmo que isso lhe granjeie o reconhecimento de ‘espião no seu próprio país’.
O meu destaque é a adesão que vi expressa a algo que tem sido chamamento em minhas falas. A exigência de sermos curiosos. Hoje, a curiosidade não é apenas uma exigência como é muito fácil termos respostas a nossos interrogantes.
Amós Oz defende que a curiosidade deveria ser considerada como uma virtude moral. Assim como ela é a força propulsora de sua literatura – fazendo com que se coloque sempre no lugar do outro e enxergando novas perspectivas – ela faz com que o ser humano torne-se melhor. “Eu acredito também na bênção da curiosidade em tempos de conflitos políticos, religiosos, ideológicos e pessoais. Não porque a curiosidade possa sarar tudo, mas porque a curiosidade, não menos do que o humor, é um antídoto poderoso ao fanatismo”, finalizou.
Colho esse excerto imerso em evocações que alguns de nós ouvimos na infância e mesmo na adolescência: “Menina, não seja curiosa!” ou “Menino, não seja curioso!”

2 comentários:

  1. E se a sociedade despertasse para a "Curiosidade científica e política" quanto é curiosa pela intimidade das pessoas e outras futilidades, sobraria pedra sobre pedra?

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  2. Aos que acreditam, cabe: "Senhor, não permita que em mim, a curiosidade se finde. Não permite que o meu descanso seja a distância do querer aprender, saber e descobrir. Não me deixe, tão sossegado e apaziguado, que não mais me interesse por encontrar as razões, as causas e os motivos do que acontece." Aos que optam por outras vias de existência, cabe o entendimento de que, sem curiosidade, estar não passa de ser sem razão de existir. O que sobra de mim se perder a curiosidade ou se a tirarem de mim? Se, pela tortura, pelo engodo, pelas mentiras e por todas as maldades daqueles que querem me convencer de que os bonzinhos são os que saqueiam nosso país ou pelas informações, intencionalmente, escondidas, sem a curiosidade para entender o que fazemos e o que fazem de nós pelo que fazemos ou deixamos de fazê-lo, não importa. Importa é que sem a santa curiosidade dos crentes ou o desejo profundo do entendimento, impedidos ou mortos, não há existência digna para a criatura humana. Por isso, compartilho com teus leitores, querido Chassot, neste espaço democrático e transparente, de luta e resistência, de persistência e busca de que, em cada querência, em cada casa e em cada canto, a curiosidade sobreviva e grite liberdade, contra o golpe que, ainda, resiste. Maldito seja!

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