ANO
11 |
No
mês do 12º aniversário
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EDIÇÃO
3305
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Abri a edição de 28
de junho narrando que vinha de assistir a terceira sessão do Fronteiras do
Pensamento de 2017. Ouvi com cerca de 2 mil pessoas Amós Oz, escritor
israelense de grande prestigio na atualidade, até porque a cada ano está entre
os possíveis laureados com o Nobel de literatura.
Hoje ofereço um
excerto da palestra “Meus livros, meu país, minha política” com a qual o fundador
e principal representante do Movimento
Paz Agora encantou o auditório e que foi ovacionado ao defender a solução
de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina, mesmo que isso lhe
granjeie o reconhecimento de ‘espião no seu próprio país’.
O meu destaque é a adesão
que vi expressa a algo que tem sido chamamento em minhas falas. A exigência de
sermos curiosos. Hoje, a curiosidade não é apenas uma exigência como é muito fácil
termos respostas a nossos interrogantes.
Amós Oz defende que
a curiosidade deveria ser considerada como uma virtude moral. Assim como ela é
a força propulsora de sua literatura – fazendo com que se coloque sempre no
lugar do outro e enxergando novas perspectivas – ela faz com que o ser humano
torne-se melhor. “Eu acredito também na bênção da curiosidade em tempos de
conflitos políticos, religiosos, ideológicos e pessoais. Não porque a
curiosidade possa sarar tudo, mas porque a curiosidade, não menos do que o
humor, é um antídoto poderoso ao fanatismo”, finalizou.
Colho esse excerto
imerso em evocações que alguns de nós ouvimos na infância e mesmo na adolescência:
“Menina, não seja curiosa!” ou “Menino, não seja curioso!”
E se a sociedade despertasse para a "Curiosidade científica e política" quanto é curiosa pela intimidade das pessoas e outras futilidades, sobraria pedra sobre pedra?
ResponderExcluirAos que acreditam, cabe: "Senhor, não permita que em mim, a curiosidade se finde. Não permite que o meu descanso seja a distância do querer aprender, saber e descobrir. Não me deixe, tão sossegado e apaziguado, que não mais me interesse por encontrar as razões, as causas e os motivos do que acontece." Aos que optam por outras vias de existência, cabe o entendimento de que, sem curiosidade, estar não passa de ser sem razão de existir. O que sobra de mim se perder a curiosidade ou se a tirarem de mim? Se, pela tortura, pelo engodo, pelas mentiras e por todas as maldades daqueles que querem me convencer de que os bonzinhos são os que saqueiam nosso país ou pelas informações, intencionalmente, escondidas, sem a curiosidade para entender o que fazemos e o que fazem de nós pelo que fazemos ou deixamos de fazê-lo, não importa. Importa é que sem a santa curiosidade dos crentes ou o desejo profundo do entendimento, impedidos ou mortos, não há existência digna para a criatura humana. Por isso, compartilho com teus leitores, querido Chassot, neste espaço democrático e transparente, de luta e resistência, de persistência e busca de que, em cada querência, em cada casa e em cada canto, a curiosidade sobreviva e grite liberdade, contra o golpe que, ainda, resiste. Maldito seja!
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