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11 |
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EDIÇÃO
3284
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Depois de dois dias plenos de
atividades, das 8h às 22h, a tarde e a noite desta segunda-feira foram livres. Hoje,
terça-feira, a 9th
Mathematics Education and Society Conference (MES9) voltou a pleno. Ontem, às
14h, numa ensolarada tarde primaveril, deixamos, pela primeira vez o hotel,
onde entráramos na sexta-feira, no começo da tarde.
Havia oportunidade
para excursões. Elegêramos ir ao Monte Pilion.
Quando falamos do legado grego — como está na edição do dia 5, que os gregos ensinaram o Ocidente a pensar —, aflora fértil a sua mitologia. Nela, no panteão dos deuses aprendemos a cosmogonia do mundo grego que, diferentemente, por exemplo, daquela do judaísmo não tem uma ortodoxia marcada por livros sagrados, como aquela que está no relato do Gênesis.
Quando falamos do legado grego — como está na edição do dia 5, que os gregos ensinaram o Ocidente a pensar —, aflora fértil a sua mitologia. Nela, no panteão dos deuses aprendemos a cosmogonia do mundo grego que, diferentemente, por exemplo, daquela do judaísmo não tem uma ortodoxia marcada por livros sagrados, como aquela que está no relato do Gênesis.
Assim, antes de ascender
ao Pilion, aprendemos que este monte tomou seu nome do rei mítico Peleus, pai de Aquiles. Aqui era a
pátria de Chiron, o centauro, tutor de muitos heróis gregos antigos, tais como
Jason, Aquiles, Theseus e Heracles.
Ao vermos durante toda a subida o azul mar Egeu era impossível não
lembrar dos argonautas. Foi no Monte Pilion, perto da caverna de Quíron, que
ocorreu o casamento de Tetis e Peleu. A deusa Eris não foi convidada e excluída
da festa, para se vingar enviou uma maçã de ouro com a inscrição "Para a
mais bela". A disputa que então surgiu entre as deusas Hera, Afrodite e
Athena resultou em eventos que levaram à Guerra de Tróia.
Quando os gêmeos Otus e Ephialtes tentaram atacar o Olimpo — e
isso me evoca a construção da torre de Babel—, eles empilharam o Monte Pilion no
Monte Ossa, para chegar ao Olimpo onde moravam as deusas e os deuses.
Deixemos os tempos míticos e
retornemos ao Monte Pilion em nosso 2017. A meta era visitarmos um monastério.
Se for perguntado ao Google por monastérios no monte Pilion, teremos elencado
uma dezena.
O competente Stamatis, nosso
Virgílio neste tour, nos levou ao Agios
Lavrentios ou monastério de São Laurêncio. Ele está situado num dos planaltos mais altos do
Monte Pilion, cercado de uma vegetação colorida pela primavera. É uma imensa
construção original do século 13, muito bem restaurada. O monastério esteve por
um tempo com os beneditinos, mas a situação se altera com o aprofundamento do
Cisma.
Grande Cisma foi o evento que causou a ruptura da Igreja
Católica, separando-a em duas: Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica
Apostólica Ortodoxa, a partir do ano 1054, quando os líderes da Igreja de
Constantinopla e da Igreja de Roma se excomungaram mutuamente. O distanciamento
entre as duas igrejas cristãs tem formas culturais e políticas muito profundas,
cultivadas ao longo de séculos. As tensões entre as duas igrejas datam no
mínimo da divisão do Império Romano em oriental e ocidental, e a transferência
da capital da cidade de Roma para Constantinopla, no século 4º.
Assim, por exemplo, os membros
da Ordem de São Bento, ligados à Igreja Católica Romana, deixam o mosteiro e
vêm monges ligados a Monte Atos, em tempos diferentes, em um dos quais vem
aquele que será o santo patrono do convento.
Ontem, nos surpreendeu pelo
menos duas informações: são apenas três as monjas que povoam o imenso monastério
e aquela que nos acolheu com imensa cordialidade contou que tem automóvel para
seus necessários deslocamentos. Como não perguntamos a marca do carro, não
sabemos se ela viola o voto de pobreza, presente àqueles que vivem a vida em
ordens religiosas.
Ao anoitecer nosso grupo —
cerca de 40 pessoas — que havia sido recebido mais cedo em uma casa de família para
mostrar a fidalguia grega, confraternizou em um pequeno vilarejo em um
restaurante, em jantar muito típico e muito farto. Como no local não há acesso
a veículos automotores, não vou relatar os temores de subir e descer por
caminhos acascalhados. Mas todos sobrevivemos.
Na volta — já mais de 22 horas —
um plenilúnio parecia pratear as águas do mar Egeu. Esta lua cheia, por ser a primeira da primavera/outono 2017, nos alerta que próxima sexta-feira será
Sexta-Feira Santa.
Adorei compartilhar esse passeio com você e a Gelsa. Aprendemos bastante com ele e, este seu texto acrescenta muito mais. Esperando para ler sobre Meteora.
ResponderExcluirMiriam querida,
ResponderExcluirobrigado por teu comentário. Já circula a Edição Meteora.
Agradeço a companhia na Grécia.
Saudades