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terça-feira, 30 de agosto de 2016

30- Ainda em um agosto que sabe a desgosto

ANO
 11
LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br
EDIÇÃO
 3203

“Este é o segundo julgamento a que sou submetida em que a democracia tem assento, junto comigo, no banco dos réus. Na primeira vez, fui condenada por um tribunal de exceção. Daquela época, além das marcas dolorosas da tortura, ficou o registro, em uma foto, da minha presença diante de meus algozes, num momento em que eu os olhava de cabeça erguida enquanto eles escondiam os rostos, com medo de serem reconhecidos e julgados pela história.”
Li a fala da Dilma ontem, horas depois de ela ter falado no Senado nesta segunda que  foi plúmbea e chuviscosa. Reli hoje o texto. Emocionei-me mais ainda.
Disse hoje, a uma jovem senhora, para quem filhos ainda são promessas: “Haverá um tempo que teus filhos, ao contarem a História do Brasil a seus filhos, lerão para eles o texto que hoje nos emociona!”. Então, teus filhos dirão: “E, tua avó, naquele agosto que já vai longe, acompanhou o que fizeram para tirar do governo a primeira e única mulher que foi duas vezes eleita Presidenta do Brasil!” Talvez, acrescentarão narrativas acerca das alegrias que tiveste em duas eleições e da tristeza que tu e milhões de brasileiros viveram quando a democracia foi mais uma vez golpeada em nosso país.
“Peço que façam justiça a uma presidenta honesta, que jamais cometeu qualquer ato ilegal, na vida pessoal ou nas funções públicas que exerceu. Votem sem ressentimento. O que cada senador sente por mim e o que nós sentimos uns pelos outros importa menos, neste momento, do que aquilo que todos sentimos pelo país e pelo povo brasileiro.
Peço: votem contra o impeachment. Votem pela democracia.”

2 comentários:

  1. Ivan Lins e Vitor Martins uma vez escreveram:

    Perdoem a cara amarrada
    Perdoem a falta de abraço
    Perdoem a falta de espaço
    Os dias eram assim

    Perdoem por tantos perigos
    Perdoem a falta de abrigo
    Perdoem a falta de amigos
    Os dias eram assim

    Perdoem a falta de folhas
    Perdoem a falta de ar
    Perdoem a falta de escolha
    Os dias eram assim

    E quando passarem a limpo
    E quando cortarem os laços
    E quando soltarem os cintos
    Façam a festa por mim

    Quando lavarem a mágoa
    Quando lavarem a alma
    Quando lavarem a água
    Lavem os olhos por mim

    Quando brotarem as flores
    Quando crescerem as matas
    Quando colherem os frutos
    Digam o gosto pra mim

    Dias de chumbo, os traidores regozijando-se, a eles unidos a Imprensa Golpista, os capitães de indústria, a aristocracia rural escravocrata, todo o Lado Escuro da Força... Quando o povo pobre do Brasil se der conta das perdas dos programas de incremento e promoção social, das garantias de direitos básicos, espero que haja fôlego para que seja reconduzida ao Planalto uma estrutura de governo de fato democrática e popular, não os vampiros que lá fizeram lar... Força, mestre!

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  2. Em tempos líquidos, porém de pulverização das informações/versões, as mais diversas, certamente a história não longinquamente será implacável: Fora Temer!!!

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