ANO
10 |
EDIÇÃO
3177
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No último domingo, como
faço a quase cada fim de semana, li a edição semanal do blogue de meu colega
Jairo Brasil. http://profjairobrasil.blogspot.com.br/ Mesmo que ele trate com mais frequência trate assuntos de
segurança do trabalhador, área na qual ele tem expertise, sempre traz a leigos
como eu leituras enriquecedoras.
Mas com a edição que ora circula tive uma surpresa. Ela esta já
no título da blogada, coo se pode ver. Imediatamente postei este comentário: Meu caríssimo amigo
e colega Jairo,
só uma pessoa
extremamente generosa como tu poderia, neste Dia Mundial do Meio Ambiente, alçar-me
a estatura descomunal de um Lutzenberger.
Este lugar não me
cabe. Se houvesse entre nós a quem se pudesse comparar, diria, sem nenhuma
ousadia ou deslumbramento que Jairo Brasil teria este lugar com mais adequação.
Mesmo ante tão imerecida loa, agradeço e sonho como tu: que esta biblioteca não
queime tão cedo. Nossa tarefa no fazer alfabetização científica — e nisso se
inclui a ajudar formar jardineiros para cuidar do Planeta — é ingente e nisso
somos parceiros.
Quem for ao texto do Jairo poderá ver em Lutzenberger (1926—2002)
o maior expoente do ambientalismo no Rio Grande do Sul e dos maiores nomes do Brasil.
Em 1990 foi convidado pelo presidente Fernando Collor de Melo para assumir a
pasta do Meio Ambiente. Sua atuação foi breve e muito controversa, mas deixou
realizadas obras importantes como a demarcação das terras ianomâmis. Seu estilo
contundente de crítica, não poupando ninguém, muito menos o governo, não cessou
de lhe trazer problemas, e após denunciar a corrupção no Ibama, em 1992, foi
demitido.
Afastado da cena política, deu continuidade ao seu trabalho
independente, sendo constantemente solicitado a dar entrevistas, palestras e
assessorias de várias espécies até o fim da vida, procurando manter-se atento
aos novos problemas ambientais que o progresso vem trazendo, e sugerindo
soluções que o mesmo progresso pode oferecer se conduzido com sabedoria. O valor
de sua contribuição foi reconhecido mundialmente, recebendo inúmeras distinções
importantes, como o Prêmio Nobel Alternativo, a Ordem do Ponche Verde, a Ordem
de Rio Branco, a Ordem do Mérito da República Italiana e doutorados honoris
causa, além de ser celebrado como um dos pioneiros e um dos maiores ícones do
movimento ecológico brasileiro.
Não é difícil reconhecer que meu ex-orientando exagerou. Colocar
o Alfabetização científica: Questões e
desafios para a Educação a nível do Fim
do Futuro – Manifesto Ecológico Brasileiro, de José Antonio Lutzenberger, já
é demais. O Jairo confirmou: elogios de amigos não são confiáveis.
Meu Caro Chassot
ResponderExcluirNada há de exagero exaltar predicados que sempre admirei na sua atuação. São eles que me fizeram ver de outra forma a educação ambiental, quando salientavas a necessidade de olharmos a natureza com outros óculos. Grande abraço e um bom final de semana.
JB