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sexta-feira, 5 de junho de 2015

05.- UMA REFLEXÃO PARA MAIS UM DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE


ANO
 9
EDIÇÃO
 3046

Este cinco de junho, que pela magia do ritmo de calendário religioso móvel ocorre após o dia de Corpus Christi (que pode ser entre 21 de maio e 24 de junho) expandindo para alguns o feriado a feriadão, é um dia muito especial: Dia Mundial  do Meio Ambiente. Sabemos, que a cada dia se comemora algo. Mas a celebração de hoje transcende a banalidade que impregna algumas comemorações. Não é sem razão que muitos fazem da primeira semana de junho a Semana do Meio Ambiente.
O cinco de junho — Dia Mundial  do Meio Ambiente — é uma das datas de  celebração internacional por decisão da Assembleia Geral das Nações Unidas na resolução (XXVII) de 15 de dezembro de 1972 com a qual foi aberta a Conferência de Estocolmo, na Suécia, cujo tema central foi o Ambiente Humano. Parece natural que, entre as múltiplas celebrações que nos são propostas, poucas como a de hoje mereceria ser consagrada como um dia de densas reflexões.
Se ontem comentávamos aqui uma festa herdada do medievo, hoje vivemos uma comemoração muito recente. Ela surge quase no último quartel de ‘nosso’ século 30. Nossos pais, nossos avós não a celebravam, talvez, por que para eles todos os dias era de cuidar do meio ambiente, mesmo que essa concepção do ambiente natural não fosse discutida.
Permito-me, num evocar de saudade, lembrar um ambientalista que homenageio em A ciência através dos tempos assim:
Para Afonso Oscar Chassot (1906-1987), meu pai,
que, mesmo nunca tendo visto seu nome
impresso em um livro ou jornal, muito me ensinou:
a gostar de ouvir notícias,
instrumental importante para conhecer e entender a história,
e
a vibrar com a profissão,
marceneiro hábil que era, trabalhando a madeira com amor.
Para ele, este livro e estes versos,
adaptados da poeta Hannah Szenes (1921-1944):
Bendito o fósforo que ardeu e acendeu a fogueira!
Bendita a lavareda que ardeu no âmago do coração!
Bendito o coração que soube parar com honra!
Meu pai foi ambientalista quando esta palavra não existia. Quando morávamos em uma rua que tinha coleta domiciliar de lixo, jamais eu assisti descartar qualquer material para a coleta pública de lixo. Tudo era aproveitado em sua oficina de fabrico de artesanatos, em embalagens, no trato de animais domésticos (galinhas ou um porco que quase sempre compunham o patrimônio familiar), especialmente na horta como adubo etc. Quando eu já morava em Porto Alegre, era instado a trazer embalagens; ele sabia como reaproveita-las. Creio não ter sido diferente com meus ancestrais, particularmente por terem vivido quando ainda não se era abalroado para essa imensa ‘fartura’ de embalagens descartáveis. 
A Roma, minha aluna na Universidade do Adulto Maior, é uma coletora de quaisquer tipos de tampas de embalagens que encaminha à reciclagem. Quando a questionei do por que, ela lembrou-me da parábola do beija-flor, que levava gotas de água no seu bico para ajudar a debelar o incêndio na floresta. Afortunadamente temos muitos preocupados com o reciclar.
Segundo um relatório (de março de 2011) da Agência Europeia do Ambiente, a taxa de reciclagem dos países europeus aumentou 21% entre 2001 e 2010. Atualmente, 35% de todo o lixo gerado nas cidades ganha vida nova e ainda gera receita: a boa gestão de resíduos sólidos da União Europeia já rende 1% do PIB do bloco. Na ponta do lápis, trata-se de um mercado que emprega 2 milhões de pessoas e rende 145 bilhões de euros por ano.
Mas muitos países ainda precisam ir além, a fim de atender as metas mandatórias ambiciosas do bloco, que determinam uma taxa de reciclagem de lixo urbano de 50% até 2020. Cinco deles já chegaram lá. Na Áustria, Alemanha, Bélgica, Holanda e Suíça, a vontade política e a participação civil deram um novo valor ao lixo. Exemplos que devem inspirar o Brasil, que recicla apenas 13% de seus resíduos urbanos.  
A preocupação em tornar-nos mais efetivos na preocupação poderia ser um bom propósito pessoal neste Dia Mundial  do Meio Ambiente de 2015.

5 comentários:

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    1. Meu caro Jair,
      teus acrósticos faziam saudades.
      Tuas postagens, mesmo de vez em vez, trazem sempre motivos a densas reflexões.
      Agradecido,

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    2. Este acróstico está completo, o outro estava capenga.

      Depois que a natureza criou a vida
      Instalou o Homo sapiens ali no meio
      Agora tudo bem, missão cumprida!
      Mas o homem não disse a que veio.

      Unidos bichos e plantas em seguida
      Nunca se desvirtuaram, assim creio
      Dividiam o espaço em razão contida
      Indiferentes sem qualquer manuseio.

      Ali era um paraíso de larga avenida
      Ladeada de árvores com sombreio
      Dúvida não havia, farta era comida
      Ouvindo-se dos pássaros o chilreio.

      Mas homem não desejava harmonia
      Ele se achava o dono desse pedaço
      Insuflou morte e desdita onde queria
      O dono sou eu, o que quero eu faço!

      Assim morte da mata e esgoto fedia
      Milhares de seres não deixam traço
      Babaca, ele não percebe o que viria:
      Inabitável Planeta de vida escasso.

      E agora José, qual o próximo passo?
      Nada restará dessa vida de única via
      Tudo que existe conhecerá o fracasso
      Em terra arrasada nenhum pássaro pia.

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