ANO
9 |
EDIÇÃO
3049
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Esta blogada dominical não é, apenas, para
manter a média de duas postagens semanais, que venho buscando desde que no
final do ano passado anunciei que este blogue deixaria de ser diário. Este
domingo é muito especial, pois ele entremeia duas longas viagens. Encerrei
ontem (já era domingo quando cheguei em casa) meu périplo goiano. Amanhã,
depois de minhas aulas na graduação e Universidade do Adulto Maior (nas aulas
da noite de terça, serei substituído pelo meu colega Norberto Garin), vou à
Manaus, para trabalhos com doutorandos da Rede Amazônica de Educação em
Ciências e Matemática.
O meu quarto e último dia da jornada goiana se
constituiu em saborosa sobremesa aditada aos três outros que usufrui no Centro
Oeste. Ter estado no Parque Municipal do Itiquira foi um
raro privilégio. Digo algo desta maravilha da natureza e adito, após, uma breve
síntese dos três primeiros dias.
A visita ao Parque Municipal do
Itiquira se constituiu numa
atividade de campo da disciplina de mineralogia do curso de Química da UEG. Éramos
um grupo de cerca de 30 pessoas (todos docentes e discentes da Licenciatura em
Química) muito bem orientado pelo Noel José dos Santos, muito competente ambientalista
da Prefeitura com serviço no parque.
O destaque que sobressaiu entre muitos detalhes
da visitação é a imponência da queda d’água principal com 168m de altura,
considerada a maior, detre aquelas acessíveis do País. Nada é tão bem posto
para descrever a cachoeira, quanto a tradução de idioma indígena: Itiquira = o rio
que corre em pé. Há mais de uma dezena de outras cachoeiras menores.
As andorinhas fizeram bailados álacres emoldurando
o parque ensolarado. Os pingos resultantes da chegada das águas às rochas
produziam lindos arco-íris. Um almoço
de confraternização encerrou a programação meteorológica.
Mais do que relatos
acerca de meu deslumbramento com o fenômeno da natureza, vale apresentar para
meus leitores algumas fotografias. Em uma delas fui captado pelo professor Eleandro
Adir Philippsen quando eu fazia um self com cachoeira.
Há fotos de participantes da visita e também
algumas da página da prefeitura. Na citação do nome do Coordenador do Curso de Química
expresso a minha gratidão a professoras e professores, alunas, alunos e funcionários
da UEG, campus de Formosa pela maneira querida como me acolheram e estiveram
sempre atentos para que fruísse o maior conforto.
Agora a sinopse
do périplo goiano prometido:
Na quarta, a viagem aérea Porto Alegre / Belo
Horizonte / Goiânia por problemas de conexões durou mais de seis horas. A esta
se seguiu uma viagem rodoviária: Goiânia / Pires do Rio / Urutaí. Só cheguei ao
Ciclo de Debates e Palestras em Química (CIDEQUI), no IF-Goiano à noite, a tempo de
assistir apresentação de trabalhos e uma mesa redonda.
Na quinta, pela manhã o minicurso Saberes primevos fazendo-se saberes escolares, que foi muito concorrido. Por quatro
horas tive um grupo muito participante. À noite fiz a palestra de encerramento
do CIDEQUI: Assestando óculos para ver mundo, que mereceu, talvez, a maior ovação e
aplausos, como talvez nunca recebi antes. Autografei dezenas de meus livros. O
número de fotos que tirei pode receber a adjetivação de inumerável.
Ainda, um registro ligado ao IF-Goiano: Na
blogada anterior mencionara as oportunidades geográficas que a jornada goiana
me ensejava. Não sabia que meus colegas convidados ao evento de Urutaí e eu
ficaríamos na cidade de Pires do Rio. Esta cidade que aditei aos meus
conhecimentos corográficos foi fundada em 1922, as margens da ferrovia que liga
a região ao porto de Santos. O topônimo me era desconhecido. A Wikipédia
socorreu-me: nome foi dado em homenagem ao Ministro de Viação e Obras Públicas
do Governo Epitácio Pessoa, Dr. José Pires do Rio. O ministro visitou o local
do município em Agosto de 1921 para inspecionar as obras. Pires do Rio,
localizada a 140 km da capital, Goiânia, possui o único museu ferroviário do
estado e o 5º do gênero no país. A cidade possui uma ponte de ferro histórica,
sobre o Rio Corumbá, a ponte Epitácio Pessoa, importada da Europa possuindo
características arquitetônicas da época. Tempos depois foi substituída por uma
ponte de concreto, mas, continua no local original.
Na manhã de sexta, cumpri uma viagem rodoviária
em duas etapas: Pires do Rio / Luziânia / Formosa. A estada por uma hora no
Goiás, campus de Luziânia foi proveitosa. Tive minha atenção despertada pela
presença de monumentos com símbolo da maçonaria nos trevos de acesso a várias
cidades. Agora surpresa geográfica ocorreu ao percorrer cerca de 100 km no
território do Distrito Federal encontrando no percurso um verdadeiro deserto humano.
Não havia esta paisagem, nas imediações de Brasília, em meu imaginário. Impressionou-me.
À tarde no ‘coliseu’ da Universidade Estadual
de Goiás, campus Formosa falei para mais de uma centena de professoras e
professores das redes estadual e municipal, na inauguração da atividade “Rodas
de Saberes”. Trouxe sugestão de prática de pesquisa indisciplinar a
partir da proposta: “Saberes primevos
fazendo-se saberes escolares”
À noite houve a abertura 12ª SEMANA DE QUÍMICA da UEG, na Câmara dos Vereadores de Formosa
onde proferi palestra: “Das exigências de
estar no mundo da academia hoje”. Recebi acarinhamentos de alunos e
professores, com muitas fotos e também com autógrafos. Depois da abertura
participei de jantar que privilegiou os sabores da cozinha goiana.
No sábado, ocorreu o já relatado encantamento
com Parque Municipal do Itiquira. Após fui à Brasília, desta vez passando pelo
eixo monumental, para o sonhado retorno. Na extensa estada no aeroporto Juscelino
Kubitschek, redigi e pré-postei esta edição.
Mestre Chassot! Que linda essa sua jornada, que incluiu duas cidades que admiro, Pires do Rio, pelo belo rio que dá nome à cidade e por seu Colégio Agricola, hoje um Campus do IF Goiano, e Formosa, pelo seu inesquecível Salto do Itiquira. Ambas cidades muito acolhedoras, com a calorosa hospitalidade do povo goiano. Uma pessoa que participou de sua jornada é uma querida amiga minha, a Professora Mayara Melo, do IF Goiano. Grande abraço, mestre!
ResponderExcluirMestre Chassot,
ResponderExcluiro senhor não só prega constantemente a importância de sermos curiosos. O senhor demonstra o quanto é curioso. Vejamos nessa blogada: qual a origem do nome de Pires do Rio, a presença maçônica em Goiás, o nome de Itiquera... O senhor é um exemplo de coerência acadêmica,
A admiração
O alerta na blogada de hoje é deveras importante. Visualizas-te dois opostos, a beleza do "rio que corre em pé", e a tragédia da área desertificada. Como dizem hoje os jovens #ficaadica.
ResponderExcluirTem uma gringa jovem provavelmente alemã que adora desfilar sem roupa peladona nas cachoeiras do Itiquira. Desde 2017 ela vai ao Itiquira vindo de Brasília já nua dentro do carro. Ela fica um mês inteiro assim. Vem nua e vai embora pelada. Quem dúvida entra no youtube Yan Carso e assisti o vídeo : ELA NADOU PELADA.
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