ANO
9 |
VA R S Ó V I A – Polônia
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EDIÇÃO
3006
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Desde a noite de quarta-feira — aqui 17 horas é noite cerrada —estamos
pela primeira vez na Polônia, mais precisamente em sua linda capital: Varsóvia.
Este é o 47º pais que visito. É também o 23º país no qual este blogue é
postado. Há outros 24 países, a maioria anterior a 2006, quando ainda não
editava este blogue. Inauguramos a estada aqui, indo a um restaurante saboreando
comida que evoca a ancestralidade muito próxima da Gelsa.
Permito-me, antes de falar de Varsóvia, num parágrafo comentar
os três últimos dias de Berlin (SEG/TER/QUA) vividos após a última postagem
deste blogue.
A caracterização: “Berlin, cidade dos museus!” foi
plenamente ratificada. Na segunda-feira,
primeiro visitamos uma galeria de arte ao ar livres, onde mais de uma centena
de artistas cobriram mais de 1,5 km de trecho do antigo Muro com diferentes
evocações; após estivemos no Museu Judaico, aí assistimos uma exposição acerca
da circuncisão (esta por si mereceria uma blogada). O cartaz da mesma, ao lado, não poderia ser
mais elucidativo. A terça teve muitas fruições; destaco a visita que fizemos a
museu que funciona em uma antiga estação de trem (Hamburg Bahnhoff) onde nos
encantamos com Beuys, Raschenberg, Warahol e muitos outros. Na quarta, tivemos
só a manhã, pois viajamos à tarde, fomos, vencendo desafios de transportes
coletivos, ao Bergruen Museu, valeram as imensas dificuldades para chegar.
Estar em Varsóvia pode gerar um problema grande: a comunicação
oral e escrita com a língua. Veja-se uma afirmação sobre Varsóvia em polonês:
Warszawa – stolica Polski i województwa mazowieckiego,
największe miasto kraju, położone w jego środkowo-wschodniej części, na Nizinie
Środkowomazowieckiej, na Mazowszu, nad Wisłą. Isto
quer dizer algo como “Varsóvia - capital da
Polônia e da província de Mazowieckie, a maior cidade do país, localizada na
parte centro-leste da Planície Central da Mazovia, às margens do rio Vístula”.
Esta grande dificuldade com a língua nesta imponente e milenar
cidade determinou um destaque muito especial: Casimiro Marcos Przeszowski, um jovem e competente guia de turismo,
com mestrado em história, que escolhemos — por ser hispano hablante — e com
quem há mais de um mês preparamos a viagem por correio eletrônico. Aqui e agora,
uma recomendação para quem quiser vir a Varsóvia, sem saber polonês (inglês,
não é solução): contate casimiro@lomejordevarsovia.com ou
www.lomejordevarsovia.com Este
nós recomendamos, por que podemos atestar sua competência. Na foto o Casimiro
conosco em muitas aulas que nos deu em dois dias.
A quinta foi o primeiro dia inteiro de Varsóvia. Começamos,
orientados pelo Casimiro com um recorrido pelo antigo bairro judeu de Varsóvia
pré-guerra. Estivemos em áreas onde se localizou um dos mais abjetos crimes
contra a humanidade: o Gueto de Varsóvia (o nosso hotel
está nesta área) o maior gueto judaico estabelecido pela Alemanha Nazista na
Polônia durante o Holocausto, logo após a ocupação da Polônia em setembro de
1939 no inicio da Segunda Guerra Mundial. Nos três anos da sua existência, a
fome, as doenças e as deportações para campos de extermínio reduziram a
população estimada de 380 000 para 70 000 habitantes. O Gueto de Varsóvia foi o
palco da revolta do Gueto de Varsóvia, a primeira insurreição massiva contra a
ocupação nazista na Europa. Apesar disso, a maioria das pessoas que estiveram
no Gueto de Varsóvia foi morta nas câmaras de gás no campo de extermínio
Nazista de Treblinka.
Vimos parte dos muros que são conservadas e também monumentos
evocativo. Estivemos no Umschlagplatz, local onde nazistas alemães deportavam
os judeus poloneses para o campo de extermínio de Treblinka. Ali foi filmado no
filme "Pianista" (The
Pianist, 2002 dirigido por Roman Polanski e estrelado por Adrien Brody. Baseado
no livro autobiográfico de mesmo nome escrito pelo músico polonês Władysław
Szpilman). As ilustrações mostram detalhes do muro do Gueto e locais nas
calçadas marcando os limites do mesmo.
Ainda pela manhã visitamos por mais de três horas o moderno
Museu que narra mil anos de História dos judeus poloneses — http://www.polin.pl/en, O prédio inaugurado
em outubro do ano passado, tem magnífica proposta arquitetônica e no seu
interior se pode ver o resultado de pesquisa de uma equipe multidisciplinar
durante quase 20 anos de pesquisa. À tarde, visitamos uma exposição temporária acerca
dos bastidores de concepção da obra.
Da sexta-feira, faço
dois destaques. 1) Estivemos por cinco horas no Centrum Nauki Kopernik (Centro
de Ciencias Copérnico). Se tivéssemos ficado quatro vezes mais não teríamos visto
tudo que vimos. Há uma regra presente para as centenas de crianças que conosco
fizeram a visita: pode-se tocar em tudo. Vimos temas muito importantes como uma
exposição sobre a vida no mundo infinitamente pequeno, uma sessão do Planetário
e um teatro de robô. Fomos bastante prejudicados, especialmente nos dois
últimos pontos citados, pois não havia tradução para o inglês. 2) A noite, sob
gélida temperatura fomos assistir a um concerto da Pilharmonia Narodowa
(Filarmônica Nacional). Foi esplendoroso assistir este espetáculo na terra de
Frederic Chopin. Então era dispensado qualquer tradução. A linguagem da música
é universal.
Ontem, sábado, com temperaturas
entorno de zero graus centígrados fizemos um tour guiado, mais uma vez pelo
competente Casimiro. Fomos primeiro ao romântico parque Łazienki Królewskie (Banhos
reais) com o Palácio sobre as água e podemos ver monumento o monumento a
Frederico Chopin. Voltamos à parte central onde visitamos o centro histórico de
impressionante beleza arquitetônica. Destaco aí precioso Castelo Real renascido de suas cinzas qual fênix sua total destruição completa que sofreu durante
Segunda Guerra Mundial, No seu interior podemos visitar muitas salas e assistir
a exposição de multimídia que cobria mais de 4 séculos. Vimos a coluna do Rei
Segismundo, a catedral medieval de São João Batista e a igreja dos jesuítas.
Foi
emocionante ver a casa onde nasceu Marie Skłodowska-Curie. Pode-se ver na fachada da mesma uma alegoria a descoberta dos elementos Rádio e Polônio.
Neste domingo, dia 25, pela manhã estamos partindo por trem, para
Cracóvia, que anuncia nos esperar com neve. É a continuação desta viagem de férias. A quarta das cinco postagens do
diário de um viajor prometidas será desta cidade.
Caro Chassot
ResponderExcluirimagino o que sentes ao visitar a casa de Marie Sklodowska-Curie. É uma belíssima viagem pela história de fatos modernos.
Boa viagem!
Um abraço.
Viajei nessas postagens.....
ResponderExcluirBoa viagem para vc e Gelsa.
Um abraço afetuoso.
Edinéia - em Cuiabá
Uma Maravilha Chassot! Espero um dia poder fazer este roteiro. Abraço. JB
ResponderExcluirAttico,
ResponderExcluirQue bom que estás a viajar pela Europa. Europa para mim é sempre uma mistura de sentimentos tristes e alegres. A constatação que somos crianças e que fomos sugados até a alma.
Aproveite!!!
E tenho certeza que trará mais novidades.
A propósito, tem o filme do Alan Turim. Já assististe?
Abraços fraternos,
Dr. Sidnei Quezada
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQuerido Chassot,
ResponderExcluirquantas imagens. Senti-me visitando contigo a terra de Curie, Chopin e Copérnico. Fiquei encantado com o museu no qual se pode em tudo tocar. É uma oportunidade de aprender pela experiência, que vai além da simples vivência da contemplação distanciada.
Apesar de tudo, deve ser doloroso ver as marcas do nazismo. Os criminosos do 3º Reich mandaram para os campos de extermínio não somente seres humanos, mas boa parte da elite intelectual e artística da Europa. Movidos pela inveja e pela cegueira do fanatismo… Que a neve que glaceia os campos sejam um bálsamo para tantas emoções. Mazel tov!
Abraço ex corde
Guy
Isto não é uma viagem de férias. Parece muito mais estudos aprofundados em história, ciência e cultura na forma de visitas. Incrível. E a gente degusta a tudo com proveito. Grande abraço, mestre!
ResponderExcluirQuerido Chassot,
ResponderExcluirObrigada por compartilhar tanto conhecimento, que aula maravilhosa a céu aberto!!!
Compartilho da tua dor, o nazismo não pode ser esquecido, pois nos confronta com a capacidade de psicopatologizar coletivamente. Homem lobo do homem.....
Obrigada.
Forte abraço, desfruta da viagem e da Vida.
Denise Quaresma