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sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Não fanatismo aos cultores do ‘tradicionalismo’

 

ANO 18

20092024

LIVRARIA VIRTUAL  www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO

 3.796

                                Não ao fanatismo

 Esta é a terça blogada de setembro. Hoje é feriado estadual no Rio Grande do Sul. O feriado farroupilha, tem uma oitiva meteorológica, foi de ribombar, à madrugada, como não recordo dantes. 

Agora, vivemos tempos de cultuar aqueles que fazem previsões meteorológicas. 

Depois choveu docemente. Parecia que se silenciava para não prejudicar o quase silêncio primaveril de pássaros que nidificam no meu jardim. 

Todavia verde/vermelho/ amarelo que cantam o exagerado orgulho gaúcho está presente nas bandeiras que tremulam nos acampamentos nativistas e nos desfiles gauchescos.

Também estão presentes em dezenas de anúncios em jornais, alguns de página inteira (um jornal de Porto Alegre encartou um caderno temático),  que cantam a bravura da gente desta terra, que já viveu sonhos de ser independente do Império brasileiro na primeira metade do século 19. Aliás, chama atenção o quanto marcas multinacionais (por exemplo, nescafé, subway...) assinam os anúncios mais custosos. Estes anúncios (mesmo aqueles alienígenas) fazem declarações de parcerias na recuperação de um novo Rio Grande,

Há um aparente paradoxo: os farrapos inscreveram no pavilhão tricolor (aqui é mais cultuado que o nacional) o mesmo lema dos revolucionários franceses de 1795: Igualdade, Liberdade e Humanidade e o mote das peças publicitárias e dos discursos, esquece a Igualdade e exalta exatamente quanto somos diferentes (mais heroicos, mais bravos, mais politizados...). Somos sim, mais ufanistas.

Devo dizer que a celebração desta data, que se espraia por todo o mês de setembro, cada ano me faz mais sestroso. Sinto-me mais latino-americano que brasileiro. Logo, não me sinto confortável com esse presunçoso gauchismo.

Mas, acolho de bom grado o feriado independente de cultua-lo. Assim como ‘celebro’ o dia da Padroeira do Brasil, a Sexta-Feira Santa ou dia da Virgem Maria do Livramento… guardo religiosamente como dia festivo.

Neste feriado de hoje, perdi tempo lendo de algumas blogadas desta data. Mostrei minha coerência na prédica ao anti-fanatismo.  

Em várias edições de feriado gaúcho de 20 de Setembro verberei, muitas vezes, contra o cada vez mais exagerado gauchismo. Encontro algo na mesma direção, com consequências no mínimo prosaicas, onde se ferreteia aqueles que não aderem ao fanatismo dos cultores do ‘tradicionalismo’

fanatismo dos cultores do ‘tradicionalismo’

4 comentários:

  1. Tu és um peregrino. E peregrinos são seres do mundo. Um beijo aqui do outro extremo desse continente chamado Brasil. SC

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  2. Obrigado pela blogada Professor! De ótima reflexão.

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  3. Caríssimo amigo Del Sul, meu abraço sorocabano a ti, Chassot! Permita-me dizer de meu longínquo sentimento histórico: ao ouvir Rio Grande em referência ao estado da Região Sul do Brasil, que valorizo e admiro, sem qualquer forma de "idolatria", já me perguntava sobre o Rio Grande (do Norte), que, aliás, conheci em 2017, exatamente, a Rua Profª Júlia Medeiros, mulher de grandiosa importância para o Brasil! E assim, reflito que o sentido de valorização do espaço vital não pode ser segregacional, ao contrário, deve ser expansivo, expandido, aglutinador e envolvente. Ainda que valorize-se, é preciso identificar tal postura frente à definição: do Sul ou do Norte, porque ambos são Rio Grande! Vivas ao Brasil!

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