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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

CLUBE DE LEITURA?...EXPERIMENTE! VALE A PENA!

ANO 17*** 10/02/2023***EDIÇÃO 2070

Há dias, ainda neste janeiro tecido por tempos de sentimentos tão antípodas, alguém me inquiriu: “Que livro estás lendo?” Fiz-me surpreso.  Parecia um desvelar de minha intimidade. Dei-me conta que houve momentos que essa era uma pergunta usual.  As listas dos 10 livros de ficção e dos 10 livros de não ficção eram termômetros para trocarmos opiniões acerca de alguns títulos. Fazímos escolhas. Nas livrarias (= lojas que vendiam livros, nas  quais havia locais que se podia assentar para obter informações de livros, lendo orelhas e/ou quarta capas) as listas antes referidas eram afixadas a cada semana, para orientar seleções.

 Hoje, parece que nem mais as novelas têm catalisado temas de discuções. Há muitas ofertas de novelas e assemelhados que podem ser vistas em horários pessoais mais díspares por streaming. Nossos horários quase sagrado de ouvir (rádio) ou ver (televisão) podem ser substituídos pelos podcasts acessados a hora que quisermos, em diferentes plataformas. Aquele cuidado de não telefonar para os pais na hora do Repórter Esso não mais subsiste. Cada um faz seu horário. Aliás, isso de fazer seu horário não é tão trivial. Sei de netos que, queridamente, preparam agendas (com datas, horários e canais) para facilitarem múltiplas escolhas para que seus avós possam escolher quais as partidas de futebol que querem assistir, por exemplo. Outra novidade: as narrações de um jogo de futebol por rádio se transformaram, naturalmente, em uma transmissão por imagem (qual televisão).

A mirada dos dois parágrafos que preludiam esta edição parece nos remeter à última edição deste blogue: mudanças há tão surpreendentes que chegam a dar medo. 

 Não tenho o perfil do número sempre minguante de umas poucas dezenas de leitores que a cada dia visitam (resisti a tentação de colocar ‘leem’) a edição semanal deste blogue. Acredito que entre estes haja um número significativo de ‘órfãos do Círculo do Livro’. Em minha biblioteca na secção ficção há dezenas de livros capa dura adquiridos nos anos 1970/80 escolhidos, quinzenalmente, de catálogo. Tenho uma enciclopédia Larousse em 30 volumes (hoje, aposentada pela Wikipédia) adquirida no Círculo do Livro. Pela mesma razão doei os 20 volumes da Enciclopédia Mérito ao ITerra.

O Círculo do Livro foi uma editora brasileira que existiu entre 1973 e 2000 de propriedade do Grupo Abril e da editora alemã Bertelsmann. Vendia livros por um "sistema de clube", onde os sócios recebiam uma revista quinzenal com sugestão de livros acompanhados de pequena resenha a serem escolhidos. Havia a obrigação de comprar ao menos um livro por mês. Livros de excelente qualidade que chegavam custar a terça parte de uma edição brochura nas livrarias. Em 1983 a editora anunciou um quadro de oitocentos mil sócios espalhados por 2.850 municípios brasileiros, atendidos por uma cadeia de mais de dois mil vendedores e da distribuição através dos correios.

Mas, por que este saudosismo? Simplesmente para dizer que  temos algo muito mais emocionante que o Círculo do livro. Eu já disse para mais de um colega bibliófilo: “Tu deverias conhecer a TAG, ela parece que foi feito para ti!...” O que é a TAG? A resposta está na página https://taglivros.com/ da qual  trago excertos para tecer esta blogada. Esta é a segunda vez que a TAG é heliocêntrica neste blogue. A primeira, em agosto de 2018, quando eu completava meio ano no clube* Também esta edição foi fonte à edição de hoje: esta comemorativa dos meus cinco anos na TAG.

As imagens AGO/2018 (½ ano de TAG) e FEV2023 (5 anos de TAG)

Endereço da edição dos seis meses de filiação à TAG: https://mestrechassot.blogspot.com/2018/08/24-tag-experiencias-literarias.htm

A TAG - EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS é um clube de assinatura de livros que envia mensalmente para o endereço do assinante um kit que inclui uma obra selecionada a dedo por um curador especial, e ainda uma revista temática acerca do livro do mês e um mimo, escolhido de acordo com o autor ou título do livro. A primeira remessa foi enviada em agosto de 2014. Cada caixinha que chega me encanta e imagino que apenas 65 receberam o primeiro kit e hoje (não tenho atualização dos dados) esses se transformaram em mais de 40 mil, espalhados em 1,7 mil municípios de todos estados do Brasil, lendo a cada mês um mesmo livro. Se tu tens um DNA de bibliófilo certamente és ou serás envolvido pela tagmania. Vale a pena. Experimente!

Este blogar é uma homenagem de gratidão à Cassandra, que com competência e zelo lidera o grupo de leitores TAG Porto Alegre!

6 comentários:

  1. Alice R Barão
    Caro professor. Hoje despertou-me saudades dos velhos tempos do “Clube do Livro”, onde bebi de uma fonte inesgotável de boa literatura. São livros que passei adiante por motivos práticos e sentimentais.
    Práticos, porque em minha vida um tanto nômade, não conseguia carregar tantos livros e sentimentais porque nunca achei justo que só uma pessoa usufrua de algo tão vital como a leitura.
    A não ser por alguns que são demasiado preciosos ao meu coração, procuro passar adiante a maioria dos livros que me vem às mãos.
    Ainda não me acostumei ao livro digital (talvez jamais consiga), por isso, agora no meu final de vida, acabarei por deixar uma quantidade de publicações que gostaria de ver em boas mãos (mentes) e minha bisneta mais velha será a feliz herdeira de todas as publicações suas e que conservo com carinho.
    Quanto ao TAG, conversaremos em particular.
    Um grande abraço

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  2. Alice, muito querida!
    Só a generosidade de partilhar livros com outros já dá a generosidade do teu livro. Quisera fazer de meus 4 mil livros uma biblioteca nua vila periférica.
    Sonhos embalado 'pra depois!'

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  3. Após um tempo, percebi algumas coisas que não combinam muito com a minha forma de ler.
    Primeiro: Gosto de escolher. Meu tempo é pouco e ainda há tanto a ser lido!
    Segundo: Surpreendi-me encontrando alguns erros de impressão que me deixaram um tanto incomodada.( Ou seria de tradução?)
    Pensei entrar em contado com os jovens( imagino que o sejam) que publicam os livros.
    Pensei melhor e resolvi em contrário.
    Quem sou eu, uma pessoa com tão pouco estudo acadêmico, para corrigir pessoas com uma bagagem muito maior que a minha? O sucesso do empreendimento é tão grande, que espero, de coração, que eles alcancem ainda maiores patamares em um segmento que tende a morrer em um tempo vindouro.
    De qualquer modo, obrigado pela dica e, por favor, desculpe uma velha senhora rabugenta que fica encontrando defeitos em tudo.
    Abraço saudoso

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  4. ALICE BARÃO Após um tempo, percebi algumas coisas que não combinam muito com a minha forma de ler.
    Primeiro: Gosto de escolher. Meu tempo é pouco e ainda há tanto a ser lido!
    Segundo: Surpreendi-me encontrando alguns erros de impressão que me deixaram um tanto incomodada.( Ou seria de tradução?)
    Pensei entrar em contado com os jovens( imagino que o sejam) que publicam os livros.
    Pensei melhor e resolvi em contrário.
    Quem sou eu, uma pessoa com tão pouco estudo acadêmico, para corrigir pessoas com uma bagagem muito maior que a minha? O sucesso do empreendimento é tão grande, que espero, de coração, que eles alcancem ainda maiores patamares em um segmento que tende a morrer em um tempo vindouro.
    De qualquer modo, obrigado pela dica e, por favor, desculpe uma velha senhora rabugenta que fica encontrando defeitos em tudo.
    Abraço saudoso

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    Respostas
    1. Muito querida Alice!
      Li muito atentamente as tuas justificativas.
      Não vou analisá-las. Peço autorização para postá-las como comentário para que sejam conhecidas por quem de direito!!! Algumas delas muito pertinentes que merecem ser comentadas como era, por exemplo no circulo do livro concordo contigo que nós temos direito/dever não temos mais muito tempo para ler tudo que ficamos devendo e assim temos necessidade poder escolher os livros que vamos "gastar".
      No teu texto tenho uma discordância: não cabe te conferir o título "velha senhora".
      Com estima espraiada minha querida colega e amiga

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