ANO
14 |
AGENDA 2019
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EDIÇÃO
3348
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Há quase um senso comum de que falas
que começam “No meu tempo não era assim...
ou no meu tempo era melhor...” são de
saudosista alienados ao mundo hodierno. Eu discordo. Eu sou dado a comparações acerca
das transições culturais não apenas para entender os mais jovens, de maneira
mais especial meus filhos e netos e meus orientandos, mas, mormente a mim mesmo
como indivíduo em uma sociedade em mutações. Percebo um leitor murmurando: mormente é coisa de velho.
Meu foco hoje quer ser outro. Gostaria
de obter de uma fração de meus leitores uma resposta a interrogante capital: Tu fazes/recebes visitas? O que é uma visita? O dicionário pouco
me ajudou na primeira visitação: visita s.f. 1. Ato ou efeito de visitar.
Então busquei: visitar – v. tr. 1. Ir ver outra pessoa por cortesia, dever, curiosidade, caridade etc. Agora a pergunta: Tu
fazes/recebes visitas? ganha mais densidade.
A curiosidade que catalisou o
frontispício desta blogada: Não se faz visitas como
antigamente surge de viver uma semana de sumarentas visitas. Elas se
pareciam com visitas de outrora se comparados com as que se fazem os ‘facefriends’.
Tive privilégio de na terça e na
quarta feiras receber a visita do filósofo argentino Enrique Del Percio, que
inspirou meus estudos que podem ser sumarizados no que se fez título de
palestras e de meu último livro: Das disciplinas à indisciplina.
O Enrique deu exemplo de sua generosidade
quando convidado pela UERGS para atividades acadêmicas, antecipou sua viagem à
Porto Alegre em três dias para dedica-los a visitação do Alfredo Culeton, um
filósofo e psicanalista argentino há muito residente em Porto Alegre e a mim. Ele
não via a um e outro acerca de cinco anos. A visita de terça-feira, em um
momento nos reuniu os três na Morada dos Afagos e depois, também em companhia
da Daiana, uma acadêmica de Direito argentina, ora em intercâmbio na UFRGS, fomos
à UNISINOS São Leopoldo. Ali, Enrique e eu, entre outros fazeres, a convite do
Alfredo, participamos de mesa redonda com alunos do curso de filosofia. Esta
atividade foi uma gostosa maneira de espraiar a visita.
Acerca do privilégio de ter passados
algumas horas com o Enrique na quarta-feira, eu poderia resumir num entoar loas
por poder fruir estar com um polímata. Tal situação tem dupla leitura: primeira,
a oportunidade de se poder inquirir o interlocutor acerca das muitas interrogações
que se tem; outra, a oportunidade de reconhecer as próprias limitações e
formular planos exigentes de estudos. Momentos como estes devem equivaler a um
pós-doutoramento.
Na quarta-feira houve o almoço
(quase) mensal que venho mantendo com meu ex-orientando de mestrado Jairo
Brasil. Como não havíamos nos encontrado em agosto, as novidades foram muitas.
Para esta sexta-feira havia outro
encontro que se prognosticava sumarento, mas meu bi-confrade Ivan Pinheiro (grupo
Ciências e Espiritualidade & Clube de leitores da Tag) assoberbado por
outros fazeres, deixou de ouvir como, ao participar no mês passado de sessão
solene da Assembleia Legislativa de Goiás em homenagem a maçons goianos
ilustres, tive, segredado pela Danila, como solenidade exigia, explicado porque
tanto se homenageava as cunhadas.
Realmente parece ser importante
fazer visitas modelos pré-WhatsApp e assemelhados. Ouso dizer emojis também
colaboram para abortar uma escrita menos bárbara. Uma boa sugestão, modelo Del
Percio: fazer/receber visitas.
Hoje, ainda que não se rotule como
visita, merece um registro muito especial o almoço, no qual minha nora Tatiana
e meu neto Pedro celebramos juntos com o André o início hoje de sua 50ª volta
ao redor do sol.
Como posfácio: esta manhã, quando na Academia anunciava minha ausência, por
duas semanas, perguntado para onde ia, disse: para a Amazônia, ajudar a apagar as queimadas. Minha afirmação não
era/é metafórica. Na fala que fiz ontem, para cerca de 100 pessoas no IFRS
Porto Alegre, evocando o antigo prédio onde era a loja da Mesbla, incluí como
prelúdio comentários acerca da Encíclica
Laudato Si’ como antidoto às políticas ambientais e indígenas do atual governo.
O
catastrófico aumento das queimadas é consequência destas atuais políticas.
Busco mostrar que Papa Francisco, num dos mais lúcidos documentos acerca do
cuidado de nossa Casa comum, nos alertava
já há cinco anos. Neste segundo semestre já preludiei a Laudato Si’ em mais de
uma dezena de palestras em vários estados brasileiros. Esta é uma das ações para
ajudar a apagar incêndios.
Tenho deixado como tema de casa: estudar a Laudato
Si’, Basta perguntar ao professor Google e ele levará ao sítio do Vaticano, em
Português, com muito boas sugestões de leituras. Eis uma excelente dica para o
fim de semana.
Querido!
ResponderExcluirQue texto bonito!
Espero que tenha entendido o quão importante são as cunhadas para a maçonaria!!
Beijo!
Danila
Querida! entendi -- com tua segredada explicação --a densidade fraterna das cunhadas na maçonaria.
ExcluirMuito obrigado