ANO
14 |
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EDIÇÃO
3416
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Prefácio esta última blogada de agosto se divide em dois
momentos: no primeiro há um breve Prelúdio,
que poderia ser dito como extraído de meu diário de viajor. O segundo momento é
uma reflexão agustina para o mês que se esvai e que teima em não completar um
sonhado tetramorfo.
Prelúdio: Quando esta edição começar a circular estarei na
zona rural de Igrejinha RS. Neste fim de semana curto minha filha Clarissa e o
Carlos, meu genro, a Maria Clara e a Carolina, minhas netas que têm lugares na dedicatória
de A Ciência é masculina? É, Sim Senhora!.
Vamos amanhar a terra e embalar sonhos. Sonho a dar uma biblioteca a uma escola
que nos é lindeira.
Uma
reflexão Agustina: Agosto
se esvai. A videira já está podada, e... que venha setembro! Mas o dito mês do
desgosto se esvai com frustrações. O esperado quarto raio para consolidar o
catastrófico tetramorfo de tragédias com presidentes da República não cai.
Por
três vezes, em minha história de viver uma República, que sonha ser democrática,
vi cair raios demolidores na Presidência. Ei-los por ordem cronológica, até
porque me dou conta que a maioria dos meus leitores conviveu apenas com um, no
máximo dois.
Meninas
e meninos, eu vi os três. Eu esperava/espero/esperarei o quarto!
1º) 1954, 24 de agosto: A morte trágica de Getúlio Vargas, no exercício
da presidência. Ao lado ganhos sociais (especialmente trabalhistas), ganhamos
uma Carta Testamento endereçada ao
povo brasileiro escrita por Getúlio horas antes de seu suicídio. Existe uma
nota manuscrita de suicídio, diferente da "Carta Testamento", da qual
se conhecem 3 cópias, que foi divulgada mais tarde.
2º) 1961, 25 de agosto: Um mestre inato da arte da comunicação, Jânio, no
intuito de se manter diariamente na "ribalta", utilizava factoides
como a proibição do maiô e biquíni nos concursos de miss, a proibição das
rinhas de galo, a proibição de lança-perfume em bailes de carnaval, e a tentativa
de regulamentar o carteado. Em sua despedida diz: Fui vencido pela reação e, assim, deixo o Governo. Nestes sete meses,
cumpri meu dever. Tenho-o cumprido, dia e noite, trabalhando infatigavelmente,
sem prevenções nem rancores. Mas, baldaram-se os meus esforços para conduzir
esta Nação pelo caminho de sua verdadeira libertação política e econômica, o
único que possibilitaria o progresso efetivo e a justiça social, a que tem
direito o seu generoso povo. [...] Encerro,
assim, com o pensamento voltado para a nossa gente, para os estudantes e para
os operários, para a grande família do País, esta página de minha vida e da
vida nacional. A mim, não falta a coragem da renúncia. Saio com um
agradecimento, e um apelo. O agradecimento, é aos companheiros que, comigo,
lutaram e me sustentaram, dentro e fora do Governo e, de forma especial, às
Forças Armadas, cuja conduta exemplar, em todos os instantes, proclamo nesta
oportunidade.
3º) 2016, 31 de agosto: O impeachment de Dilma Rousseff consistiu em uma
questão processual aberta com vistas ao impedimento da continuidade do mandato
de Dilma Rousseff como presidente da República Federativa do Brasil. O processo
fraudulento se estendeu de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016
Não é
difícil conjecturar qual a quarta peça que esperávamos para completar o
tetramorfo. Mas, esperamos imerso em uma falsa ilusão.
Esta
semana acendeu um pisca alerta, especialmente com conversas com alguns amigos:
Vejo que laborei em um falso pressuposto, de maneira ingênua.
Sentia
no meu convívio algo como senso comum:
Aqueles que no triste 28 de outubro de 2018, não votaram como nós (este nós
aqui não é um plural majestático: nós =
meus amigos e eu) agora estavam desiludidos com seu candidato e
estariam de nosso lado. Triste engano. Tristíssimo engano.
Havia
algo que palpitava que aqueles que não votaram conosco no dia 28 de outubro, já
estavam arrependidos das tantas perversidade praticadas pelo coiso que passaram para o nosso lado. Repito
triste engano... mais ainda: há cada vez mais enfurecidos contra nós. Tenho
ouvido, à madrugada, uma emissora de rádio que se diz ser uma Tribuna Livre para todos; realmente ela dá
voz a quem ligar para ela e o que mais se ouve é que esse governo só não está
fazendo as coisas melhores por causa desses ladrões do PT que não deixam o
presidente governar e também desses comunistas que estão atrapalhando o
governo, pois tudo que eles querem é instalar uma Venezuela no Brasil. Neste
quadro de agressões vale recordar como foram agredidos no festival do cinema em
Gramado, quando pediam um não à censura.
Merece
o registo a vergonha a que são submetidos brasileiros que participam de eventos
científicos no exterior. Interrogações como: enquanto brasileiros o que
fizeram elegendo este governo. Se repetem a toda hora. Os 210 milhões
de brasileiros são corresponsabilizado pelo voto de uma maioria dos quase 150
milhões votaram na última eleição presidencial.
Tempos
difíceis...os que vivemos!
Caro Chassot, incansável amigo pelas terras do Brasil! Na sexta-feira passada, uma criança de 8 anos, enquanto conversávamos sobre o nosso Saci-Pererê, perguntou-me: "Por que você escreveu sobre o Saci?" Eu respondi: "Porque é nosso e eu quis fazer uma homenagem ao Brasil". Eis a razão pela qual digo de suas andanças, apresentações e debates pelas nossas terras. Tens razão, caríssimo, quando diz de "Tempos difíceis... os que vivemos!" São tenebrosos, sombrios, traidores, maldosos e avassaladoramente funestos, nocivos e ceifadores. Ceifam esperança, brilho da vida, luz dos olhos, do coração e da mente. É bem verdade que tamanha tragédia nacional tem nome e identidade, tem endereço e atende quando apontado. Responsáveis ou corresponsáveis, claríssimo está, as contas serão pagas por todos. Mas, não digo que serão quitadas, já que o país pensado pelos que o dirigem, também o querem para menos da metade dos 210 milhões de brasileiros. O fundo do poço é grande meu amigo, então, nossa resistência precisa ser ainda maior! Com esperança de que unindo nossos braços não deixaremos que alguém seja levado aos porões, abraço-te!
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