ANO
11 |
Morreu tio Kathy
Um herói de nosso tempo
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EDIÇÃO
3280
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O
veterano da luta contra o apartheid Ahmed Kathrada, companheiro de cela de
Nelson Mandela na prisão de Robben Island, morreu, ontem terça-feira, dia 28,
em Johannesburgo aos 87 anos. Este blogue une-se a dor dos sul-africanos e
ajudado por jornais homenageia a um herói.
Ex-deputado
e conselheiro do presidente Mandela durante seu único mandato à frente da
África do Sul, entre 1994 e 1999, Kathrada integrou o primeiro círculo de
dirigentes históricos do Congresso Nacional Africano (ANC).
Conhecido
como "Tio Kathy", foi uma figura destacada no final dos anos 1980,
durante as negociações entre o ANC e o regime branco que contribuíram — no
início dos anos 90 — para o fim do apartheid e a realização das primeiras
eleições livres na África do Sul, em 1994.
Uma
das últimas figuras vivas da histórica luta contra o apartheid, o ex-arcebispo
da Cidade do Cabo Desmond Tutu, ganhador do Nobel da Paz, de 85 anos, lamentou
a norte de "homem de uma gentileza, uma modéstia e uma tenacidade
notáveis". Diferentes manifestações, feitas por relevantes líderes
sul-africanos dão conta do significado do ilustre finado: "'Kathy' era uma
fonte de inspiração para milhões de pessoas, em todo o mundo". "O
camarada Kathy era uma alma boa, humano e humilde", disse Derek Hanekom,
companheiro de armas e membro da fundação. "Um revolucionário determinado,
que dedicou sua vida ao combate pela liberdade em nosso país". “Sua vida é
uma lição de humildade, de tolerância, de resistência e de compromisso
tenaz",
Ahmed
Kathrada nasceu em 21 de agosto de 1929 em uma pequena vila da província do
Transvaal ocidental, em uma família de imigrantes indianos. Kathrada abandonou
a escola aos 17 anos para ingressar na luta contra as leis do apartheid. O
ativista foi preso em 1963 com Nelson Mandela e parte do Estado-Maior do ANC no
QG clandestino da organização em Johannesburgo, sob a acusação de sabotagem.
Condenado
em 1964 à prisão perpétua, permaneceu na penitenciária de Robben Island durante
26 anos.
Desde
que se afastou da política em 1999, Ahmed Kathrada dirigia a fundação que tem o
seu nome, dedicada a lutar contra a desigualdade.
No
ano passado ele saiu rapidamente de sua aposentadoria política para lamentar o
rumo tomado pelo ANC sob o comando do atual presidente sul-africano, Jacob
Zuma, envolvido em uma série de escândalos de corrupção. Também pediu a
renúncia do governante.
"Querido
camarada presidente, o senhor não pensa que continuar como presidente vai
contribuir para agravar a crise de confiança no governo do país?",
questionou em uma carta aberta.
Apesar
da opinião polêmica, a morte de Ahmed Kathrada provocou uma homenagem unânime
dos políticos sul-africanos.
Quando a Humanidade fica sem alguém que defende sua dignidade igualitária, para além dos mesquinhos e passageiros poderes, pode brotar, naqueles que ficam, revolta e descrença. Afinal, por que se vão os que deveriam viver para além dos séculos combatendo as estúpidas diferenças criadas para nos separar? Mas, para o Universo, também os bons se vão. E, se estes se despedem, sempre deixam herdeiros de seus ideais. Nestes, nos unimos para gritar à Africa e à Terra: somos uma só espécie numa casa transitória e com pouco tempo para aprendermos a existir. Ao amigo e admirável Chassot, é neste patamar de dignidade que o tenho. Meu abraço! Élcio, da "Terra Rasgada".
ResponderExcluirQue permaneça o EXEMPLO, mesmo que a mídia, o poder e a imbecilidade do sistema ignore.
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