ANO
10 |
EDIÇÃO
3074
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Mais uma vez, estou
em uma cidade que deve ser desconhecida da maioria de meus leitores, como foi,
na semana passada, Iguatu. Esta cidade cearense, aliás, não fica muito distante
de Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte, aonde cheguei ao entardecer desta
quarta-feira. Por razões particulares, não participarei de uma mesa redonda
esta manhã, pois antecipei meu retorno. Esta manhã, às 8h, viajo por via rodoviária
a Juazeiro do Norte. Dali, voo Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre aonde devo
chegar quase 22h.
Na quarta, deixei
Porto Alegre às 6 horas. Fui ao Rio de Janeiro, aonde fiquei cerca de 30
minutos. Então em uma longa viagem de mais de 3 horas, cheguei à Fortaleza; cheguei
depois do meio dia. Ali era esperado pelo prof. Dr. Ulisses, que já em janeiro
iniciou as gestões para este estar aqui e pelo Joaby, competente motorista do
IF-RN, campus de Pau dos Ferros.
A viagem rodoviária,
de cerca de 350 km, praticamente toda em território cearense, é dolorosamente
impactante, de maneira especial quando se deixa a zona litorânea e ingressa na
região do semiárido, que agora deveria chamar-se superárido. Deste 2008, não
chove de maneira consistente na região. Isto a torna desértica. Percorrem-se
dezenas de quilômetros sem avistar qualquer plantio ou gado de qualquer
variedade. A região é formada por dobradas, fazendo o terreno muito íngreme,
pois há muitas serras. Num trecho a estrada é carroçável, e isto aumenta o
impacto de desolação.
O Joaby e o Ulisses
foram mais que competentes cicerones, narrando a região, a começar pela versão
da etimologia do nome de PAU
DOS FERROS: ser uma referência a uma árvore que, pela sua grande
dimensão, oferecia sombra e consequentemente um local para repouso dos
vaqueiros que deram origem ao povoamento da região. Estes prendiam suas
montarias com ferros na árvore.
Cerca de hora depois
de chegar de uma viagem de mais de 13 horas, fiz a primeira palestra de mais de
duas horas “Assestando óculos para ler o
mundo” para mais de uma centena de professores. Os docentes e discentes de
vários campi do IF-RN, me acolheram carinhosamente. Personalizo na profa. Dra.
Ayla, coordenadora do curso de Química, meu reconhecido agradecimento a cada
uma e cada um por esta acolhida.
Porém as emoções
maiores ocorreram na fala da manhã de ontem. Quando entro no auditório Ariano
Suassuna, com capacidade para 250 pessoas; muitos por falta de lugar estavam
assentados no chão, todos se põem de pé e aplaudem vigorosa e incessantemente.
Nunca, antes vivera tal emoção. Minha fala, apresentada pelo Prof. Dr. Maurício Façanha, amigo de há muito, foi “Das novas exigências de estar
no mundo da academia”. Das muitas manifestações destaco a do Prof. Dr. Wyllys,
um dos pró-reitores do IF-RN, que ao final da fala veio a público e disse que
enquanto biólogo e pesquisador do meio ambiente, em seus 30 anos de magistério,
a minha fala foi das mais significativas que assistira. Foi mais generoso
ainda: Citando autor que referiu, disse que seu conceito de felicidade é um
estado de bem estar que a gente não quer que termine. O prof. Wyllys disse
viver uma momento de não desejar que a minha fala terminasse.
O almoço foi com um
grupo de professores e dirigentes do IF-RN, na casa da Profa Antônia, diretora
do Campus do IF-RN de Pau dos Ferro. Saboreei pratos típicos que desconhecia. A
tarde dei um minicurso: “Saberes primevos fazendo-se saberes escolares”.
Tirei centena de fotos
e autografei dezenas de meus livros. A propósito fotos, fiz-me fotografar junto
a um jovem (5 anos) baobá. Esta árvore evoco sempre as histórias do Pequeno Príncipe
de Saint Exupéry. Nunca antes vira ao vivo está árvore.
Em se tratando de natureza, um registro singular: Em minhas falas aqui, como também nas de Iguatu, abri com um prelúdio, fazendo uma breve referência à encíclica "Laudato Si'. Quase todos meu ouvintes, então, tiveram o primeiro conhecimento da mesma.
Devo ao cabo deste
relato acerca de um rápido, mas muito gratificante estar no Campus do IF-RN de
Pau dos Ferros, dizer que é muito difícil estar saindo sem cumprir toda agenda.
Muito queria estar na mesa-redonda desta manhã e na entrevista à televisão
programada. Agradeço aos que gestionaram para que eu pudesse, não sem
dificuldades, antecipar meu retorno.
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ResponderExcluirÉ sempre uma honra e um prazer imenso poder desfrutar deste nobre "missionário da Ciência", principalmente no IFRN, onde pude colaborar com a implantação da Licenciatura em Química. Que tenha sido apenas o primeiro encontro em terras potiguares...
ResponderExcluirObs: Ainda não consegui aquela quarta consoante como título acadêmico, por enquanto ainda grafo Me, mas o nome, que bem usas neste espaço, também me enobrece, como uma referência à maestria na Educação Química e como um Baobá, me faz sentir, sempre que ofereço a sombra do conhecimento ao ajudar futuros e presentes professores a aprender...
Foi uma honra sem tamanho ter conhecido uma pessoa que tanto tem a nos ensinar.
ResponderExcluir😊
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ResponderExcluirCaro Attico,
ResponderExcluirpossuo dois baobás em vasos, para que cresçam como bonsais. O fruto do baobá é chamado mukua e é um remédio natural contra malária (rico em quinino). Normalmente as mukuas estão maduras entre setembro e dezembro. Como Recife é a capital dos baobás, enviarei algumas sementes com as instruções para você, assim que chegar a época. E,da próxima vez que vir ao Recife, te levarei a visitar alguns de nossos exemplares, inclusive o que dizem ter sido plantado por Maurício de Nassau e que teria servido de inspiração ao Exupèry para escrever o Pequeno Príncipe.
Abraços,
PAULO MARCELO
Caríssimo Chassot,
ResponderExcluirPara nós foi uma honra recebê-lo em nosso estado e principalmente em nosso evento.
Com certeza aprendemos muito com seus ensinamentos e com sua experiência. Para os que tiveram a sorte de conviver com o senhor além das palestras, constatou que sua grandeza não se resume em seu trabalho, mas na pessoa incrível que o senhor é.
Obrigada por nos permitir aprender mais da quimica da vida!
Um afetuoso abraço.
Odisséia Gaspareto
Professor Chassot,
ResponderExcluirObrigado pelas palavras, pelo ensinamento. Amanhã, ao entrar em sala, falarei aos meus alunos da honra que tive em acompanhá-lo nesses poucos momentos, mas os quais levarei por toda a minha vida.
Um grande abraço,
Márcio Bezerra
Querido professor Chassot,
ResponderExcluirMais que uma honra em tê-lo em terras potiguares, foi de
uma alegria e satisfação imensuráveis!
Feliz demais por tê-lo acolhido tão bem. Anseio em poder vê-lo palestrar mais uma vez.
Muito obrigada por tudo, por proporcionar momentos únicos em nosso evento.
Um grande abraço repleto de carinho.
Profa. Dra. Ayla Márcia Cordeiro Bizerra - Química
Coordenadora do Curso de Licenciatura em Química - IFRN
Campus Pau dos Ferros
Querido Chassot, boa noite!!
ResponderExcluirQue bom que chegou bem em casa e com disposição para logo cedo voltar ao trabalho.
Sem sombra de dúvida a história da nossa instituição e da nossa semana de química ficou marcada com a sua sabedoria...foi muito rico passar esses dias com você.
Fico muito feliz em saber que agora fazemos parte de sua história...desde muito que o autor/educador CHASSOT faz parte da minha história, mas agora, além disso, o ser humano, o cidadão brasileiro...
Toda energia do mundo para continuar transformando o mundo em um lugar melhor para se viver.
Abraços,
Ulysses Vieira
Professor de Química do Ensino Básico, Técnico, Tecnológico
IFRN - Campus Pau dos Ferros