ANO
10 |
EDIÇÃO
3070
|
Quando na
segunda-feira, ouvi o escritor português Valter Hugo Mãe falando no Fronteiras do Pensamento acerca de sua necessidade
de escrever, identifiquei-me com ele. É provável que, por tal, tenha resolvido
escrevinhar algo desta semana.
Na manhã de ontem,
mandei na lista do WhatsApp um convite ratificando a comemoração, em minha
casa, pelo dia dos pais. Enderecei-a a “Filhas e Filhos; netas e netos”. Logo,
em mensagem particular, fui, carinhosamente, advertido: “Esqueceste noras e
genros”. Achei uma desculpa. “Considero as/os como filhas/filhos!” Sem muitos melindres,
recuperei-me.
A semana inaugural
do 2015/2 letivo foi fabulosa. Mesmo que tivéssemos as maiores temperaturas
mínimas em agosto em mais de 100 anos. Dizia aqui, na segunda-feira que dentre
os muitos bônus de ser professor, um é o de, a cada semestre, termos novas
turmas e, algumas vezes, novas disciplinas. Nesta semana fiz estreia em três turmas.
Na manhã segunda dei
a primeira aula de Teorias do
Desenvolvimento Humano para um grupo de doze alunas e alunos que iniciava o
curso de Licenciatura em Música. É significativo acompanhar os rituais, e de
maneira especial, as emoções de acesso à Universidade. Alguns são da primeira
geração que chega ao ensino superior.
No mesmo dia à tarde foi a primeira aula de Enfoque Histórico e Sócio Antropológico na Universidade do Adulto Maior, para um
grupo de mais de mais de meia centena de participantes, muitos dos quais estão ‘repetindo’
até a terceira ou quarta vez. Mesmo em sua maioria setentinhas ou mais, estavam
gárrulos como alunos chegando a primeira vez à escola.
Na noite de terça
tive a primeira aula de Ética, Sociedade
e Meio Ambiente para cinquenta alunas e alunos de 5º semestre dos cursos de
Música (na sua maioria), de Pedagogia e Educação Física. A maior parte já havia
sido meus alunos em semestres anteriores. Anunciei, e causou agrado, que vamos
trabalhar a Laudato sí’.
A propósito da encíclica
do papa Francisco, nesta semana, por duas vezes, foi tema de minhas falas, além
das referências em sala de aula.
Na quinta, como
antecipei na blogada de quarta, fui um dos quatro participantes de painel "Oikouméne: a nossa
casa comum", que numa promoção do NEEHV–Núcleo de Estudos
de Educação, Espiritualidade e Histórias de Vida buscou trazer reflexões acerca da Laudato si’.
Foi uma atividade muito enriquecedora pelos diferentes
enfoques trazidos pelos outros três painelistas (um biólogo, um teólogo e um educador).
Na noite de sexta, a
convite das coordenações dos dois mestrados (Reabilitação e Inclusão; Biociências
e Reabilitação) fiz uma fala mais extensa acerca da encíclica Já tendo escrito
aqui duas edição acerca da Laudato si’: Sobre o Cuidado da Casa
Comum (09 de julho e 05 de agosto) faço apenas
uma citação que não trouxe antes.
A teóloga estadunidense Christiana Peppard, professora da
Fordham University de Nova Iorque afirma: “A Laudato Si’ é um documento
fascinante no tocante à religião e à ciência. Ela recorre aos ensinamentos
consagrados da Igreja segundo os quais a ciência
e a fé não estão em contradição e diz duas coisas. Em primeiro lugar, a fé não deveria contradizer o que a ciência
identifica como verdadeiro. Isso implica que as interpretações da Escritura
podem mudar — uma ideia que o próprio Francisco exige em relação ao
“antropocentrismo moderno”! — e isso é muito importante. Mas, em segundo lugar,
Francisco destaca, com razão, que a
ciência, em e por si mesma, não tem uma bússola moral suficiente. É preciso
haver fontes de sabedoria e princípios naturais reunidos a partir de culturas e
tradições religiosas para ajudar a dar suporte às compreensões humanas da
finalidade da ciência, de como ela deveria ser praticada e do que significa
para o comportamento humano” (IHU on Line, 03/08/2015 469, p.117).
Ao fim e ao cabo, votos que neste domingo dedicado aos pais,
tenhamos muitas alegrias no homenagear e no ser homenageados. Vale curtir (numa
acepção pré-facebook) muito esse dia comemorativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário