ANO
10 |
EDIÇÃO
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Uma segunda feira
para inaugurar mais semestre letivo. No meu 55º ano letivo, inicio, uma vez
mais, um novo período. Ainda assim, sabe a raras emoções.
Dentre os muitos
bônus de ser professor, um é a cada semestre termos novas turmas e, algumas
vezes, novas disciplinas. Nesta segunda pela manhã inauguro com uma nova turma
de Teorias do Desenvolvimento Humano
com alunas e alunos que iniciam hoje o curso de licenciatura em Música. À tarde
estreio com novo grupo da Universidade do Adulto Maior. Na noite de amanhã
tenho a disciplina de Ética, Sociedade e
Meio Ambiente para um grupo de 5º semestre de Pedagogia e Música. Na próxima
semana na sexta e no sábado iniciarei seminários com dois grupos do Mestrado
Profissional de Reabilitação e Inclusão.
Ainda, na noite de
hoje tenho uma significativa oportunidade para ampliar saberes: ocorre a quarta
sessão de 2015 do Fronteiras do
Pensamento. Depois de ouvir nos três meses anteriores Richard Dawkins,
Jimmy Wales e John Gray, nesta noite na Reitoria da UFRGS o palestrante é o
escritor português Valter Hugo Mãe.
Mas abertura de um
novo semestre letivo teve um gostoso prelúdio. De quinta-feira a ontem, por quase
80 horas de houve férias fazendo turismo na Terra Brasilis. Não foi apenas algo
diferente. Foi saboroso.
Depois de uma série
de viagens de férias no exterior e várias viagens nacionais a trabalho, quase
quatro dias no Rio de Janeiro parecia algo quase exótico. Houve momentos muito típicos
de turistas. Por exemplo, tomar um metrô desconhecido em horário de pico, num
fim de tarde de sexta-feira; então, aconselhado pelo Google descer na estação
errada para, em seguida, orientados por um policial militar, caminhar dois
catetos, ao invés de percorrer a hipotenusa para chegar ao Centro Cultural do
Banco do Brasil. Mais, depois de exaustiva caminhada, chegando ao CCBB soubemos
que o espetáculo pretendido estava esgotado. Nestas quase trapalhadas foi
singular evocar quando pedíamos informações em países envolvidos em línguas
como as faladas na China, Rússia ou ainda este ano na Polônia.
Claro que, como
qualquer turista tupiniquim não resistimos a máxima do capitalismo
"Consumo, logo existo". Eu comprei um par de sapatos mais leve, pois
seria mais confortável a longas caminhadas. O argumento: era preciso proteger
um joelho que me incomodava.
Ratifiquei neste fugaz
turismo que realmente não sou dado há momentos pantagruélicos. A um rodízio
quase infartante de mais de uma dezena de variedades de frutos do mar, talvez
preferiria uma meia dúzia de ostras e uma pequena porção de lagostim. Não é sem
razão que sou avesso a rodizio de churrasco e ao dito café colonial da serra
gaúcha. Também constatei que aos cariocas falta o discernimento dos três
sapateiros de Cacimbinha. Quando o Zeca colocou uma placa em sua sapataria:
"O melhor sapateiro do Brasil", seu Chico não teve dúvidas, afixou
solenemente "O melhor sapateiro do Planeta". Seu Chico não podia
ficar para trás. Lascou solene: "O melhor sapateiro de Cacimbinha. Em meio
a outras carioquices, não dirimi uma dúvida, pois parece haver mais de uma dezena
de restaurantes que anuncia a "a melhor feijoada do Rio".
Ao fim e ao cabo, só
mais um registro: o Rio continua lindo. Foi ótima esta ‘fugidinha’. Quando na
noite de sexta-feira, de dentro de uma piscina no 39º andar de um hotel de
Copacabana contemplava uma lua cheia de azul esplendoroso e a imagem do Cristo
Redentor, imaginei... se existe paraíso, talvez essa seja uma amostrinha.
Enquanto o Criador ônus e bônus distribuía
ResponderExcluirConcomitante à sua suprema obra criativa
Ordenando bondade e maldade Ele se via
Nalguns sítios muita feiura na matéria viva.
Talvez a má distribuição gerasse anomalia
Inserida em lugar bisonho ou nação festiva
Nem tudo eram flores, pois fealdade existia
Um local porém, ultrapassou a expectativa.
Aí no Rio de Janeiro tudo é mais que lindo
Logo não entendo porque não há espinho?
Interrogas, não continues portanto sorrindo!
No Rio de Janeiro a beleza construiu ninho
Deixei contudo, o último mal ir distribuindo
O que viverá ali é o pior pernóstico povinho.
No Rio a natureza artística não deve ter descansado.
ResponderExcluirNo Rio a natureza artística não deve ter descansado.
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