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sexta-feira, 4 de maio de 2012

04.- AGORA DO PARAGUAI



Ano 6*** ENCARNACIÓN – PY ***Edição 2102
Nos quase seis anos deste blogue, adito mais um país, onde por razões profissionais e particulares já houve postagem: Paraguai e Encarnación é 26ª cidade de 16 países estrangeiros (e antes do Paraguai postei da Argentina, Uruguai, Colômbia, México, USA, França, Espanha, Bulgária, Holanda, Reino Unido, Croácia, Eslovênia, Dinamarca, Suécia e Rússia).
É difícil fazer uma adequada síntese de uma viagem que durou 15 horas, para percorrer 400 km no Brasil e 160 km na Argentina e mais, se está há mais ou menos 200 km (por outra rota) do ponto de partida.
Do recorrido na região missioneira do Rio Grande do Sul pouco há a descrever além do que antecipei ontem acerca dos Sete Povos das Missões, pois tudo ocorreu à noite depois de atraso de 3 horas na partida de Frederico Westphalen. O ingresso na Argentina, marcado pela travessia da imponente ponte São Borja/Santo Tomé, foi extremamente burocrático e consumiu quase duas horas, com a pergunta muito repetida: ¿Mercosul, não vale para humanos?
O trajeto nas províncias de Corrientes e Missiones começou ao clarear do dia, pois era seis da manhã quando estávamos envolvidos na imigração. Assim pode-se contemplar o nascer do sol na imensa planura do pampa vendo o campo se juntar a um lindo céu azul no quase infinito.
Ao chegarmos à majestosa Posadas, capital de Misiones, já era nos oferecido o cenário de nosso tão esperado destino: Encarnación, do outro lado do rio Paraná. A ponte Santo Roque Gonzales, que há 397 anos fundou a capital da província paraguaia de Itapúa devia levar-nos a nossa meta. Mas, no começo e no fim da ponte duas lerdas e burocráticas aduanas. Era um pedágio sacrificial para alcançar nossa Meca.
Uma recordação lateral: uma das lembranças de minha infância foi quando chegou na paróquia de Montenegro, um relicário que continha o resto coração do então beato Roque Gonzales. Lembro a compunção com que fomos beijar a relíquia.
Enfim chegamos e tudo de repente parece ser esquecido. Almoçamos, em um grande grupo da URI, próximo ao hotel. Depois nos dividimos e as compras é um dos atrativos.
Encarnacíon é um importante porto fluvial e por estar na fronteira com a Argentina muitos de seus habitantes se dedicam ao item comercial, tendo seus negócios em diferentes pólos mercantis da conurbação, dentro das quais se destacam: A "Zona Alta" e a conhecida "Zona Baixa", a qual será inundada pelas águas do Rio Paraná uma vez que a Represa de Yacyretá estará em pleno funcionamento; pelo qual se estão construindo a nova zona comercial a proximidades do aduaneiro de Encarnación e da ponte Internacional; além da "Placita", edifício construído pela EBY (Entidade Binacional de Yacyreta) localizado a 100 m da Avenida Irrazabal, especificamente para absorver a comercialização de produtos de primeira necessidade (frutas, verduras, carnes etc.)
Eu dei uma circulada pela zona central e chamou-me atenção a marca da colonização ucraniana traduzidas em templos ortodoxos. Trago um pequeno ensaio fotográfico que fiz, evocando, distantemente as igrejas que vi no ano passado em Saint Petersburgo e Moscou.

À noite houve a solene abertura da XIV Jornadas Trasandinas de Aprendizaje, na Universidad Católica Nuestra Señora de Asunción. Teria vários registros a fazer do que ocorreu em um auditório lotado com centenas de participantes. Primeiro que a cerimônia abriu com a fala de um padre que convidou os presentes a persignarem-se, ouvir leituras da bíblia e rezarem.
Após houve apresentação de um excelente coral que apresentou canções do excelente folclore guarani. As falas oficiais eram em espanhol, guarani e português.
O guarani é uma das duas línguas oficiais do Paraguai. É muito difícil. Vejam um exemplo: Mbo ‘ehára tekombo ‘e ko ‘aga, arundukuaaita significa: A formação do professor hoje ante os desafios...
Um momento emocionante foi quando após o hino nacional paraguaio o coral cantou estrofes dos hinos dos outros cinco países que há mais de um quarto de século participam bienalmente das Jornadas: Argentina, Brasil, Chile, Peru, Uruguai.
O momento menos ‘acadêmico’ foi quando o reitor da universidade anfitriã, faz uma longa arenga ‘sobre a formação do professor cristão’ e esquecendo que a edição deste ano das jornadas tem como lema “A formação do professor hoje ante os desafios dos novos contextos: complexos e multiculturais” falou da formação do professor católico, espelhando-se nas recomendações de João Paulo 2º para formação do sacerdote católico. Uma das pérolas foi que ‘cada disciplina com seu método deve ajudar no aprofundamento da fé’. Enfim como disse meu ex-aluno Claudinei Cassol, viajar 15 horas para ouvir isso é doloroso.
Mas o reitor foi neutralizado por um excelente cantor nativista Ricardo Flecha. Foi muito emocionante ele conduzir todo auditório a cantar lindas canções latino-americanas.
Nesta sexta-feira o evento prossegue nos seus três turnos. Lemo-nos amanhã, ainda de Encarnación.

5 comentários:

  1. Caro Chassot,
    por este tipo de burocracia no deslocamento entre países vizinhos, que estou enfrentando uma maratona para fazer minha imigração na Argentina e poder transitar livre, usufruir dos muitos benefícios existentes, tais como o peso atualmente vale menos de 50centavos de real,você mesmo conferiu ha pouco e o contato com uma cultura totalmente diferente é maravilhoso.

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  2. Caro Chassot,
    Vejo que tuas jornadas estão sendo frutuosas e bem aproveitadas, parabéns, JAIR.

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  3. Bom dia, Mestre!
    Grande jornada!
    Uma pena que o nobre reitor tenha perdido o enfoque sobre o tema...
    Aliás, pelo visto, até contrariou a idéia central!
    Terá sido uma distração, ou foi mesmo carolice?
    Mas, felizmente, a sequência musical se sobrepôs a tudo!
    Abraços!

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  4. Caro Chassot,
    posso te imaginar ouvindo o reitor e pensando na formação disciplinar de sacerdotes medievais na contemporaneidade multidisciplinar tecnológica. De fato, só mesmo a música e o canto para exorcizar arengas da Idade Média.
    Um abraço,
    Garin

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  5. Prezado Professor

    Adorei ler o seu blog e reviver os momentos agradáveis( apesar das demoras) que tivemos no país vizinho.
    Um grande abraço
    Maite

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