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sexta-feira, 28 de março de 2025

28/03/2025 HUMANOS: E U S S O C I A L? EDIÇÃO 2818

ANO 16 28/03/2025 
Livraria digital em www.professorchassot.pro.br
 HUMANOS: E U S S O C I A L? EDIÇÃO 2818 

 A carinhosa despedida (até mais ler) não se concretiza pois hoje, com os eussociais há que saber mais acerca de cupins. Para tal se (re)visitou uma blogagem que escrevi há quase 10 anos. Até mais ver, talvez  seja necessário usar uma lente…

Minha apreensiva suspeita confirma-se: paredes de parte de minha biblioteca estão tomadas de cupins. Há alguns dias era alertado pelo surgimento dos temidos dejetos que indica a silenciosa presença de um muito numeroso exército invasor.

A meta hoje é exterminá-los. Essa pode ser uma situação de guerra que viola meus sentimentos pacifistas, mas ante um tribunal vou evocar legítima defesa de meus livros que são mais preciosos que esses vândalos que põem risco o que mais prezo de meu patrimônio.
Sinto-me um apenado. Agradeço a meus leitores ser alvo de condoimento. Hoje, mereço. Aqui uma amostra desta manhã, antes de começar o serviço.



Aprendo sobre cupins na Wikipédia: cupim (no Brasil), térmite ou térmita (em Portugal), muchém (em Moçambique) ou salalé (em Angola), ou ainda, formiga-branca [em espanhol: termitas, termes, turiros ou comejenes y também hormigas blancas], é um inseto eussocial da ordem Isoptera [Isos, igual e ptera, asas = asas iguais], do qual existem cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo. Vejam a beleza de os cupins viverem a eussociabilidade.

O termo eussocial é conferido aos animais que apresentam as sociedades mais complexas, ou seja, aqueles que compartilham três características: uma sobreposição de gerações em um mesmo ninho, o cuidado cooperativo com a prole, e uma divisão de tarefas (reprodutores e operárias). Como exemplo, podem ser citados: formigas, abelhas, vespas, cupins e o rato-toupeira-pelado, um roedor africano. Entendo porque me pesa essa guerra difícil contra seres tão organizados.

Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha (na foto), que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia.

Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários) que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.

Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.

A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época ocorrem as revoadas de alados (chamados popularmente de siriris ou aleluias), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.

Os cupins são mais conhecidos por sua importância econômica como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos, ou ainda pragas agrícolas, entretanto, apenas cerca de 10% das espécies conhecidas de cupins estão registradas como tal.

Em número de espécies, a ordem Isoptera deve ser considerada intermediária entre os insetos, já em termos de biomassa e abundância, os cupins apresentam enorme significância e podem ser comparados às formigas, minhocas, mamíferos herbívoros das savanas africanas ou seres humanos, por exemplo, e estão entre os mais abundantes invertebrados de solo de ecossistemas tropicais. Esta grande abundância dos cupins nos ecossistemas, aliada à existência de diferentes simbiontes, confere a estes insetos a possibilidade de desempenhar papéis como o de "super decompositores" e auxiliares no balanço Carbono-Nitrogênio.

Termino lembrando uma maneira de dar tchau de minha infância: tocava-se a aba do chapéu, às vezes imaginária, se dizia: “Até um mais ver!”. Assim: até outro mais ler!


sexta-feira, 21 de março de 2025

Quem se impõe a Trump no México?

 

ANO 16

21/03/2025

Livraria digital em www.professorchassot.pro.br

Quem se impõe a Trump no México?

EDIÇÃO

2812

Não fosse o exotismo da situação, muito provavelmente poucos leitores deste blogue  — inclusive eu  —  saberíamos o nome da Presidente do México e mais ainda, nos referiríamos à Cláudia como a Presidente de um dos mais importantes países do Planeta. Ora vence Trump com firmeza e democracia. 

O assunto, aqui e agora, é Cláudia Sheinbaum.

Ela atuou como Secretária do Meio Ambiente da Cidade do México de 2000 a 2006 durante o mandato de Andrés Manuel López Obrador como prefeito, e foi Prefeita de Tlalpan de 2015 a 2017. 

O Prêmio Nobel da Paz de 2007 foi compartilhado entre dois (1 o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (O grupo ganhou o Prêmio Nobel da Paz no qual Cláudia se envolveu, naquele ano) & (2 Albert Arnold Gore Jr., mais conhecido como Al Gore*. 

*Al Gore (nascido em Washington, 31 de março de 1948, político, empresário e ambientalista americano que atuou como o 45.º Vice-presidente dos Estados Unidos; Al Gore Jr "por seus esforços para desenvolver e disseminar maior conhecimento sobre as mudanças climáticas causadas pelo homem e para estabelecer as bases para as medidas necessárias para neutralizar tais mudanças"

Em 2018, Cláudia foi referida como uma das 100 Mulheres da BBC. 100 Mulheres é uma série multi-formato da BBC iniciada em 2013. A série examina o papel das mulheres no século XXI e inclui eventos em Londres, no México e no Brasil.

Em 12 de junho de 2023, Sheinbaum renunciou ao cargo de prefeita para buscar a indicação presidencial de Morena nas eleições de 2 de junho 2024. Em 6 de setembro, Sheinbaum venceu as primárias do partido sobre seu rival mais próximo, o ex-secretário de Relações Exteriores, Marcelo Ebrard. Venceu as eleições com 60% dos votos. 

Cláudia Sheinbaum Pardo nasceu na Cidade do México, 24 de junho de 1962, em uma família judia. Seu pai, o químico Carlos Sheinbaum Yoselevitz (1933–2013), era filho de imigrantes asquenazita provenientes da Lituânia na década de 1920. Sua mãe, a bióloga Annie Pardo Cemo (1940), é filha de pais sefarditas emigrados Bulgária e é professora emérita da Faculdade de Ciências da Universidade Nacional Autônoma do México. Seu irmão é físico.

Sheinbaum estudou Física na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), onde obteve um diploma de graduação (1989), seguido de um mestrado (1994) e um doutorado (1995) em engenharia de energia. Ela completou o trabalho de sua tese de doutorado em quatro anos (1991/94) no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley em Berkeley, Califórnia, onde analisou o uso de energia no transporte do México, publicou estudos sobre as tendências do uso de energia em edifícios mexicanos e obteve um Ph.D. em engenharia de energia e física.

Em 1995 ingressou no corpo docente do Instituto de Engenharia da UNAM. Ela foi pesquisadora do Instituto de Engenharia e é membro do Sistema Nacional de Investigadores e da Academia Mexicana de Ciências. Em 1999 recebeu o prêmio de melhor jovem pesquisador da UNAM em engenharia e inovação tecnológica.

Em 2006 Sheinbaum voltou à UNAM, após um período no governo, publicando artigos em revistas científicas. Em 2007, ela se juntou ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) nas Nações Unidas na área de energia e indústria, como coautora colaboradora do tema "Mitigação das mudanças climáticas" para o Quarto Relatório de Avaliação do IPCC. Em 2013, ela foi coautora do Quinto Relatório de Avaliação do IPCC ao lado de 11 outros especialistas no campo da indústria.

Prefeita da Cidade do México Em 1º de julho de 2018, Sheinbaum foi eleita para um mandato de seis anos como chefe de governo do Distrito Federal da Cidade do México, derrotando outros seis candidatos. Durante a campanha, Sheinbaum foi acusada pelo PAN de ser responsável pelo colapso de uma escola primária em um terremoto de nível 7,1 que matou 19 crianças em 2017. Ela se tornou a primeira da Cidade do México prefeita eleita e sua primeira prefeita judia. Depois de assumir o cargo de chefe de governo, Cláudia Sheinbaum foi ao Teatro da Cidade do México apresentar seu gabinete.

Em junho de 2019, Sheinbaum anunciou um novo plano ambiental de seis anos. Inclui reduzir a poluição do ar em 30%, plantar 15 milhões de árvores, banir os plásticos descartáveis ​​e promover a reciclagem, construir uma nova estação de separação de resíduos, fornecer serviço de água a todas as casas, construir 100 quilômetros de corredores para uso exclusivo de linhas de trólebus e o sistema Metrobús da Cidade do México e a construção e instalação de aquecedores solares de água e painéis solares.

Seu governo foi caracterizado por questões ecológicas e uma forte política social, criando infraestrutura (transporte para abrir os subúrbios, universidades, etc.) e distribuindo ajuda social nos bairros mais pobres. Em termos de segurança, a taxa de homicídios foi reduzida quase pela metade durante seu mandato.

Em setembro de 2019, Sheinbaum anunciou um investimento de 40 bilhões de pesos (US $ 2 bilhões) para modernizar o metrô da Cidade do México nos próximos cinco anos, incluindo modernização, reforço, novos trens, melhoria de estações, escadas, controle e automação de trens, informações do usuário e sistemas de pagamento.

Sheinbaum foi indicada pela City Mayors Foundation para o prêmio World Mayor em 2021 na América do Norte por lidar com a pandemia de COVID-19 no México.

Pergunta: Quando surgiu e como se divide estes dois grupos: judeus ashkenazim e judeus sefaradim?

Resposta: Após a destruição do primeiro Templo, aproximadamente em 450 Antes de Cristo, os judeus foram exilados para a Babilônia. Após 70 ano de exílio, muitos deles retornaram a Terra de Israel. Contudo, a maioria dos judeus permaneceu na Babilônia. Os judeus que se encontravam na Terra de Israel foram novamente levados a diáspora em 70 Antes C, desta vez pelos romanos. O exílio romano criou comunidades na Europa e no norte da África. As comunidades européias estavam concentradas na França, Espanha, Roma, e Alemanha. Os judeus da França e Alemanha ficaram conhecidos como "ashkenazim" (palavra hebraica para "alemão"), e os judeus da Espanha ficaram conhecidos como "sefaradim" (palavra hebraica para "espanhol"). Os judeus da Espanha, que permaneceram sob o Império árabe por centenas de anos, tinham conexão com os judeus do norte da África e no Oriente Médio, e assim os judeus destas regiões acabaram sendo sefaradim.

As diferenças de costumes entre as comunidades ashkenazi e sefaradi têm origem nas discussões de Halachá entre os rabinos das diferentes regiões, e algumas influências da cultura externa. Halacha é o conjunto de normas e leis que guiam os judeus na prática da Torá, tanto na escrita como na oral. Saiba mais sobre o significado, o sistema e a ética da halacha no judaísmo.

Posfácio 

  1. As diferentes citações desta edição deste blogue são quase  todas como fonte principal a Wikipédia. Mais que um continuado agradecimento, a carta do presidente ratificando que a Wikipédia NÃO está à venda. Tenho sobradas razões, para hoje  — mais uma vez  —  fazer uma doação por termos esta tão significativa Enciclopédia preciosa. 

  2. Não é possível conhecermos a Doutora Cláudia sem fazermos comparações com os políticos brasileiros. No México é provável há algo que se assemelhe

  3. Claro que nos encantamos com o slogan da sua campanha: “Para o bem de todos, os pobres em primeiro lugar”. Há que reconhecer que estamos longe de mestres e doutores em nossos parlamentos.

sexta-feira, 14 de março de 2025

O jovem pai salva o seu filho de cinco anos ou seu pai de 80 anos?

 

ANO 16

14/03/2025

Livraria digital em www.professorchassot.pro.br

O jovem pai salva o seu filho de cinco anos ou seu pai de 80 anos?

EDIÇÃO

2812

Esta blogada é tecida no embalar da celebração, do dia de ontem, quando evoquei o 64º aniversário de meu ser professor. Como preâmbulo narro, uma vez mais, uma historieta que me foi contada, já há algum tempo, pelo Prof. Dr. Nélio Bizzo* da USP. 


*UM MITO ANCESTRAL:

        Em um barco havia um homem com cerca de 30 anos, acompanhado de seu filho de 5 anos e de seu pai de 80 anos. O barco soçobrava. Só o jovem pai sabe nadar. Ele pode salvar apenas um. Quem ele salva? O menino? O velho?”

Na cultura africana, onde esta historieta tem sua matriz, o natural é que o velho seja salvo, por um único argumento: ele é  detentor de conhecimentos que são muito preciosos para toda a comunidade.

Há alguns anos narro esta historieta*, quando procuro motivar docentes e discentes à busca de saberes primevos para deles fazer saberes escolares. Parecia ser natural que usasse a mesma historieta quando buscava destacar a valorização de saberes, muitas vezes em risco de extinção, detidos pelos mais velhos. Para os estudantes, que assistem a minha fala, parecia natural que o jovem pai salvasse o menino. Afinal este, diferente de seu avô, tem toda uma vida pela frente. Todavia, na cultura africana, onde esta historieta parece ter suas raízes, é natural que o velho fosse salvo, por um único argumento: ele é o detentor de conhecimentos que são muito preciosos para toda a comunidade. De maneira usual o ensinar ocorria, naturalmente: os mais velhos sempre ensinavam os mais jovens. Estes consideravam os saberes ancestrais como verdades inquestionáveis.

Quando, agora reli o parágrafo anterior me deu uma tristeza de algo que parece  eu ter perdido: a sala de aula, não apenas por aposentadoria. Nas lives e mesmo nas aulas híbridas não ocorre mais ‘aquele contato’ com os alunos. Lembro o quanto curtia perambular entre os alunos em uma sala de aula… Lembro dos olhares cúmplices que trocava com quem meneava positivamente a cabeça; e também como fugia de quem enviava acenos de negação… Ora, isso não se faz mais. 

A cada momento, surge uma novidade que oblitera a sala de aula, na qual eu deambulei por mais de sessenta anos. Há não muito recebi dois convites para palestras. Redigia um sim muito entusiasmado. Soube, então, que devo fazer a palestra na minha casa, em momento que eu desejar, e encaminhar o link para a organização do evento para o qual fora convidado. Para quem e aonde vou falar? Não sei… É mais uma sala de aula que se esboroa silente.  

Dou-me conta que talvez esteja fugindo ao convite dos editores de conceituada revista que me convidaram para um texto. Quando já se tem mais de 60 anos de docência parece permitido sermos, vez ou outra, um pouco intimistas. Afinal as realidades daqueles que vivem agora as primícias da docência são diferentes daqueles que ora vivem o ocaso do inolvidável professorar. 


É preciso — aqui e agora — oferecer uma explicação aos meus atenciosos leitores. Buscara, na historieta de meu preludiar, dizer que este é um texto mal comportado. Ele foge à ortodoxia. Meus leitores já leram, inclusive escreveram, artigos científicos bem comportados. De maneira usual estes textos relatam uma pesquisa. Acerca destes artefatos culturais parece dispensável trazer comentários. Fiz, aqui e agora, apenas um preâmbulo. Em outro momento, prosseguirei com relatos. Até então!

*BIZZO, Nélio; CHASSOT, Attico; ARANTES, Valéria Amorim (Org). Ensino de Ciências: Pontos e Contrapontos, 192p. São Paulo: Summus, 2013. ISBN 978-85-323-0891-7)

sexta-feira, 7 de março de 2025

Por que este ano o carnaval é mais tarde (03/03)?

  07/03/2026 Sexta-feira, 07 de março de 2025// Ano 16<> Edição 2811

Preliminarmente devo trazer uma notícia indigesta: não realizei a disfunção que na pretérita sexta-feira, 28/02,  agastou e terminou sem encerrar a última blogada do primeiro bimestre de 2025. Tento uma recuperação.

Não raro sou criticado por ser por demais igrejeiro em muito dos temas aqui assuntados. Justifico quando  me refiro que estudo (também) Ciência e Religião. Nesta edição que escrevo acerca do Carnaval (na última terça-feira 04/02 os assuntos vêm a calhar. Eis uma questão: Por que a data do Natal (25 de dezembro) é fixa e a data da Páscoa é móvel(entre 22 de março e 25 de abril)? Mais uma interrogação: Por que este ano o carnaval é bem mais tarde (03/03)?  Nos 16 anos deste blogue ofereci textos a fruir a quase cada ano.

O plenilúnio (palavra com sonoridade ímpar que traduz um fenômeno astronômico que não raro nos embriaga no mundo da lua). A Páscoa ocorre sempre na primeira lua cheia do equinócio de primavera no Hemisfério Norte (ou de outono no Hemisfério Sul). Como o calendário lunar é independente do calendário solar, vemos que essa variação é de trinta e quatro dias, ou seja, cinco semanas menos um dia. Como o equinócio (quando temos o dia com 12 horas de sol e 12 horas de noite) de outono (no Hemisfério Sul) é em 22 de março, há a possibilidade de variação entre 22 de março e 25 de abril.

Ainda com ações restritas no computador, encerro este registro com convite aos crentes a que se integrem aos habitantes do Planeta em orações pelo restabelecimento da saúde do Papa Francisco e aos não crentes lembrar que torcer é uma maneira agnóstica de rezar. Torçamos pelo batalhador da Paz na Terra.