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sexta-feira, 23 de junho de 2023

23/06/2023 … RECÉM FAZ UM ANO..../ JÁ FAZ UM ANO.....

 

    ANO

 16

LIVRARIA VIRTUAL em www.professorchassot.pro.br

EDIÇÃO

 3109

Este ano marcarmos o dia 20JUN como o inicio do inverno, no hemisfério Sul, parece ter sido um evento apenas simbólico. Por exemplo, os gaúchos amargam ainda um tétrico Ciclone extratropical que matou e feriu  humanos, animais e vegetais, na inauguração do inverno2023 (pelo calendário astronômico), depois de um verão/outono inclementemente seco. Ao lado de diversos calendários que compartilhamos comunitariamente todos nas temos diferentes calendários exclusivos, não raro secretos. Estes, em diferentes situações, têm coparticipes.  

Eu vivo uma celebração muito especial. Há um ano (no exato 21/06/2022) quando vivia-se o início do inverno 2022 eu vivi, talvez, o dia mais significativo de toda minha octogenária jornada terrena. Permito-me um autoplágio. Uso um excerto do blogue de 23/09/2022, omde narro três messes de sofrida ausência aqui: O blogar desta sexta-feira é muito especial. Termina o inverno. Começa a primavera. Não me relaciono bem com o dito inferno astral. Quando da última edição deste blogue, em 17 de junho, parece que prognosticava um inverno baixo astral. Escrevia então: esta é a penúltima edição deste lento primeiro semestre 2022. Mesmo que a primavera começasse ontem às 20h04min, a despedida do inverno foi/é com aquele frio gélido dito como os ventos de finados. Houve uma penúltima edição… mas, não houve (e não haverá!) uma última edição no já passado primeiro semestre de 2022. Durante os 16 anos deste blogue nunca deixei de postar pelo menos uma edição semanal. Houve períodos em que as edições eram {!pasmem!} diárias. Mesmo em férias, não esquecia meus leitores. Houve quem dissesse viajar comigo. Neste inverno não apenas deixei de publicar qualquer edição, como não signifiquei explicações para o meu silêncio. Retorno a 21 de junho, terça-feira -- primeiro dia do inverno no Hemisfério Sul -- este parecia não oferecer mais do que um dia chuviscoso e muito frio. Na minha agenda dois compromissos: pela manhã uma fala acerca de uma alfabetização digital como uma necessidade moral na UFMT no campus de Sinop MT. Era, então, acolhido pela Patrícia Rosinke que fora minha orientanda no doutorado na Reamec. Estudamos as miscibilidades entre o sagrado e o profano nos Quatro Elementos Alquímicos. Isso gerou um livro. Atribuí nota 5 (de 10) à minha fala matinal. Fiquei devendo algo melhor. Na parte da tarde a situação foi diferente. Tinha, compartilhado com minha colega Alessandra Rezende, dois de três tópicos da penúltima de 15 aulas de História e Filosofia da Ciência na graduação da Unifesspa. Ocorreu um imprevisto, talvez catalisado pela atividade da manhã: adormeci no breve intervalo que fora proposto. No segundo tempo, a Alessandra acolheu minhas explicações e disse que já reorganizara a aula. Eu fiquei muito atrapalhado. Em 62 anos como professor não tivera antes esse impasse. Lembro (aceito que muitos de meus relatos sejam ‘viajadas’!) que procurava acessar uma tomada para carregar a bateria do celular. Adormeci. Acordei. Três episódios eram visíveis: 4 ou 5 gotas de sangue no chão onde estava deitado; um dedo quebrado (para recordar a infância: Minguinho, Seu Vizinho, Pai de Todos, Furabolo, Mata Piolho). Depois soube de fraturas de duas costelas e mais 3 ou 4 fraturas nasais. Ainda uma dolorosa consequência: não podia levantar para caminhar. Isso impedia de chegar ao telefone para pedir ajuda. Um trecho que fazia em 10 segundos, levei mais de uma hora, me arrastando no chão. Não podia abrir a porta. A tarde se fez noite gelada. Depois de cerca de seis horas chegaram Zelma e João Paulo (= os dois anjos que me salvaram), que tinham a chave de entrada de minha morada. Estavam preocupados com minhas não respostas na minha longa ausência. Não tive forças para cantar o Aleluia de Handel, para celebrar uma renovada VIDA. Só queria um banho quente e ir para minha cama. Saboreava aquele que passaria ser o melhor iogurte do mundo. Chegam 2 paramédicos: devo ser levado ao Hospital Moinhos de Vento! Não previra isso. Na ambulância, sou informado que o HMV não tinha plantão de traumatologia naquela hora. Levam-me para o Hospital Pronto Socorro. Fico em uma movimentada Emergência. Durante a noite e pela manhã, sou entrevistado por especialistas de diferentes áreas médicas. Primeira pergunta que não sabia responder: como o senhor se machucou? Inventei. Fantasiei. Pelas 10h da manhã, depois de prometidas e esperadas altas, fui informado que familiares estavam na recepção aguardando minha alta. Vibrei por voltar para casa, sem nada grave a curar. Ledo engano. Meu destino era o HMV. Fico na Emergência lotada. Fantasiava. À noite, no segundo dia, sou transferido para UTI. Novas fantasias, como estar numa unidade do HMV em Capão da Canoa. Muitos exames sofisticados em diferentes áreas. Na sexta-feira -- quarto dia de investigações, sem respostas à pergunta: por que na tarde de terça-feira o senhor caiu? -- fui transferido para um quarto privativo. Fiz exames sofisticados: tomografia do crânio e tomografia do coração e muitos outros. Quando do meio-dia do 8⁰ dia de hospitalização aguardo a realização de um estudo eletro fisiológico. No dia 14 de julho (24⁰ dia de internação) tenho alta do segundo hospital. Parto com um anunciado ‘impulsos para uma vida longa’ ou um CDI = Cardioversor Desfibrilador Implantável. ♤♡◇♡ NOTA IMPORTANTE: As informações médicas deste texto não estão avalizadas por médicos.♤♤♤♤ Alerto ao meu leitor que não vou trazer mais narrativas destes dois primeiros hospitais; nem dos 12 dias no Hospital Mãe de Deus, um mês depois do HMV. Mesmo que de maneira continuada recebesse recomendações do tipo ‘aproveite para descansar’ as rotinas (= os protocolos) são tão intensas que eu não amealhei substantivas narrativas. Tentei entender algo da imigração alemã católica e alemã luterana no Rio Grande do Sul e as relações hospitalares (como as escolares). Tenho alguns relatos que podem se converter em blogares. As próximas edições não serão hospitalares. Já prometo sumarentas resenhas. Encerro partilhando a cereja do bolo: dentre várias palestras e bancas já agendadas para este último trimestre tão sonhado deste 2022 não raro tétrico, ontem recebi uma notícia completamente imprevisível, mas muito querida: o Professor Janio Alves, diretor do Colégio Israelita Brasileiro, me convidou para receber homenagem, ex-diretoras e ex-diretores, no próximo 20 de outubro, por ter sido diretor do Israelita há 30 anos (há 60 anos fora professor do Israelita). Vivo emocionado este convite inenarrável. Trago uma informação pessoal na última edição de quando o ano 2022 se esvai: o número de dias (41) em três hospitais em 2022 é maior que o total como hospitalizado nos meus anteriores 82 anos. Vale lembrar a causa e as consequências do ocorrido na primeira tarde de inverno no Hemisfério Sul, quando buscava chegar a uma tomada para ligar um smarthphone. As consequências do ocorrido são lembradas a quase cada mo momento (especialmente quando preciso levantar-me estando sentado em assentos muito fofos).  Passado um ano do meu dito acidente doméstico! Não posso sair sozinho. Tenho dificuldades com equilíbrio que ocasiona quedas (proprio do Parkinson). Estas quedas ocorrem também pelas calçadas de Porto Alegre. 

Não cabe aqui e agora detalhar as concepções cartesianas de medicina produzidas para que se viva mais e melhor. Trouxe o tema como contra exemplo da medicina que ‘nos cuida’ hoje. No meu recente périplo por três hospitais ratifiquei o quanto somos cada vez mais tratados por especialistas que diagnosticam o ouvido direito, mas não são capazes de fazer um prognóstico do ouvido esquerdo. Parece -- e a observação é muito pessoal -- que sabemos muito pouco acerca dos diferenciados metabolismos de nosso corpo. Trago um exemplo: uma tarde, no terceiro hospital (portanto, já há mais de 37 dias de meu medicalizado inverno 2022), entra um médico e afirma: vamos tirar líquido da pleura. Pergunto (por não saber o que dizer): quando? Resposta: agora. A aparelhagem do médico é ínfima. Um anestésico faz a punção de uma agulha ser indolor. Por sucção um recipiente vai coletando um líquido quase transparente. 1,5 litro informa o médico do lado esquerdo; em outro dia retiraremos do lado direito. Convoco minha leitora ou meu leitor a imaginar uma garrafa de água mineral de 1,5 litro alojada no lado esquerdo. Eu não sabia onde se localizava a pleura. Mais! Eu nem sabia o que era pleura; muito menos que eu tinha pleura. Aliás, devo reconhecer que meus conhecimentos anatômicos são sofríveis. Sou um contra exemplo das concepções cartesianas acerca do autoconhecimento de meu corpo. 


Vale ler o bloque de 05/05/2023:
que as panturrilhas são consideradas corações periféricos, e merecem tantos cuidados e atenções quanto o nobre órgão. Para sair do coração e irrigar os dedos dos pés ou o couro cabeludo, o sangue arterial é bombeado com uma força intensa para todo o corpo” (Professor Google).

Como clausura desta blogada: Discordo radicalmente de um senso comum: A velhice é a melhor idade. MENTIRA!

Um comentário:

  1. gutonormann66@gmail.com5 de outubro de 2023 às 15:53

    mestre, gostei da sinceridade! Melhor idade é o escambau!!! Abração!!

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