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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

AGORA UMA ÁGORA RETORNA ANO 16 ***21/01/2022 *** EDIÇÃO 2029

Nosso último encontro, aqui, foi em 17 de dezembro, quando 2021 já avançava célere à reta final. Prometia-me férias até 17 de janeiro. Embalava sonhos nos reencontros familiares. Era tempos de fruição, para pensar em paradas para descansos. A agenda de lives se reinicia apenas em 01 de fevereiro. 

Em 18/12, reuni na Morada dos Afagos, depois de mais de dois anos, filhas, filhos, noras, genros, 4 netas e 4 netos. Foi um sábado memorável. Nas luminosas noites de 24 e 31 de dezembro aquietei-me para guardar distanciamentos para fazer abstinência do Covid-19.

Os dias planejados para vagabundear foram traspassados por onerosa semana dada a fazer o relatório do 3o ano como Professor Visitante Nacional Sênior no Programa de Pós Graduação de Educação em Ciências e Matemática (PPGECM) na UNIFESSPA e também propostas de ações para um 4o ano.

Se em março de 2020 dizia, aqui, que deveria aprender a chorar, hoje posso dizer que não aprendemos o suficiente. Houve/há muitos mortos a chorar. E não aprendemos nunca a chorar. Já disse que há duas dimensões de perdas: as familiares e as acadêmicas. Quando nossa ágora estava silenciada, houve três perdas daquelas da segunda dimensão. Trago-as aqui menos pela dimensão universal, mas mais pela dimensão pessoal.  Aquelas tiveram adequados comentários. As dimensões pessoais são trazidas porque adensam saudades. Optei pela ordem cronológica.

Lya Luft (1938-2021) nasceu em Santa Cruz do Sul, de descendência alemã, e faleceu em Porto Alegre. Tradutora e escritora de renome. Conheci Celso Pedro Luft, enquanto Irmão Arnulfo, marista. Parece que CPL deve ter sido da última ‘safra’ de membros de diversas ordens religiosas católicas que trocavam os nomes civis por nomes religiosos (e, com o Vaticano 2o retornavam aos nomes civis). Fui colega do casal LL & CPL na FAPA, onde na sala dos professores, comentávamos as crônicas semanais acerca do mundo das palavras. Depois dos anos setenta não tive mais contatos pessoais com uma ou outro.

Amadeu
Thiago de Mello (Barreirinha, 30/03/1926Manaus, 14/01/2022) foi um poeta e tradutor brasileiro. Foi considerado um dos poetas mais influentes e respeitados no país, reconhecido como um ícone da literatura regional. Talvez seu texto-ícone seja o poema o Estatuto do Homem, que serviu de mote na instalação da assembleia parlamentar que gerou a Constituição de 1988. Muito atual nestes penosos tempos pandêmicos. Meu momento pessoal é singular. Numa viagem Manaus/Guarulhos, Thiago Mello e eu estávamos assentados, lado a lado, em poltronas da primeira fila. Nos apresentamos e a conversação se fez madrugada. Ele escreveu no meu diário e convidou para visitar sua casa em Barreirinha. Foi um dos melhores presentes do acaso. 

EUCLIDES REDIN (1939 /2022) Nesta segunda-feira, dia 17, morreu o Mestre em Educação pela PUC/RJ (1975) e doutor em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela USP (1985). Foi professor titular da UNIJUÌ/RS; da UFV/MG; da UNISINOS/RS. Com expertise na área de Educação atuou com temas: Infância, História da Criança, Educação Infantil, Políticas para a Infância, Ludicidade e Infância, Cidadania e Educação, Cidade educadora; Gestão e Orientação Educacional. Artigos publicados em revistas, jornais e livros. Autor do livro: “O espaço e o tempo da criança-se der tempo a gente brinca”, 5ª Edição, Editora Mediação Porto Alegre (2004). Era marcadamente o professor das crianças. Minha ligação com o Redin foi muito densa. Primeiro, éramos coetâneos, isso sempre faz laços. Segundo, por mais de 10 anos, nossas salas eram geminadas no Programa de Pós-graduação em Educação; isso determinava saberes partilhados. E em terceiro lugar: éramos parceiros políticos; isso nos autorizava entre-ajudas em nossas ações. Vez ou outra, ele e sua companheira Marita, minha colega no curso de pedagogia, me convidavam para irmos  a casa deles para almoçar. Ele, que fora padre, dizia que eu era o ateu mais religioso que conhecia. É fácil imaginar a tristeza que me fez encharcar a noite quente desta segunda-feira. 

Penso nos muitos colegas que perdemos nessa pandemia. Eles farão muita falta quando voltarmos a povoar as salas de professores, por ora fechadas.


13 comentários:

  1. Realmente este é um ano que se inaugura com muitas perdas. No meu nucleo já contamos perdas familiares bem tristonhas. Tomara o tempo consiga remodelar este andar fatídico e nos devolva melhores momento para vivermos alegrias e satisfações ao lado dos nossos queridos e queridas. Abraço do JB

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    1. Jairo, meu colega e amigo.
      Sei o quanto já choraste nestes tempos pandêmicos!
      Sou solidário

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    1. Bernardo, meu filho querido!
      Foi realmente um sábado maravilhoso e se fez saudades

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  3. Da pra sentir a consternação nas suas palavras... perdas acadêmicas são livros que se fecham...Acho que por isso que somos tão instigados a deixar um legado escrito, assim como nosso mestre Chassot tem feito!
    Ana Clédina UNIFESSPA PPGECM Marabá PA

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  4. Muito querida amiga e colega Ana Clédina Marabá PA
    obrigado por teu muito generoso comentário. Ele faz também -- e por tal essa é gostosa fruição -- aumentar saudades de tempos que partilhávamos saberes para alunos que presenciávamos de maneira presencial. Há que sonhar que este 2022 faça desejadas mudanças.
    Obrigado, Ana Clédina querida

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  5. Chassot, amigo caro, as lágrimas se somam por parentes e amigos que nos deixaram e, enlutadas ficam por outros parentes e amigos que, ainda, apoiam o desgoverno no Brasil. Valem os sentimentos verdadeiros de carinho, amizade e afago, esperançosos que são pelos reencontros e pelas comemorações, ainda que virtuais, na expressão verdadeira dos vínculos alimentados. Meu abraço!

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    1. Muito querido colega e amigo Élcio!
      Realmente, a dor que nos causa saber que Alfa, Beta, Ômicron ou Ômega continuam destruindo o Planeta Terra e, também, impedem o vacinar e a saúde de muitos é algo doloroso e não raro superam as tristeza de alguns levado a óbito.

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  6. I don't know what to say after reading this article. Anyway, hope for the best. Everything will be alright one day. Don't lose your hope. There will be a day you can do everything. I will pray for you. May God bless you.
    성인웹툰

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  7. Grandes e tristes perdas nas Letras, na Educação, na Música, no ativismo feminista e negro, enfim. O registro de encontros e amizades se faz importante pra história e memória pessoal e coletiva. Boa blogada, amigo! Meu abraço.

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  8. Que blog tão lindo , e significativo recheado de conteúdos inspiradores .

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