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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

07AGOSTO2020 quando choramos os cem mil mortos


 


 

 ANO 15

É UM TEMPO DE LIVES

EDIÇÃO

3682

E... já é agosto. Nem sei avaliar se o mágico fluir do tempo é moroso ou é rápido. Há tempos que não recordo quando começou este aziago 2020. Não raro me desligo de Cronos. Me parece mais tranquilo me entregar Kairós, que na mitologia grega, é o deus do tempo oportuno. Cronos é por demais rigoroso no controlar o tempo e pode, não raro, ser dispensado nestes tempos pandêmicos.

Nesta abertura das edições agustinas choramos os cem mil mortos que já perdemos para o coronavírus. Estes lotariam dois estádios de Porto Alegre (Arena do Grêmio mais Beira-Rio do Internacional) que agora têm jogos vazios. Dolorosamente há muitos que já morreram.

Houve por exigência destes tempos justificar a escolha do texto que destinara para a primeira e sumarenta live com meus orientandos de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Os tempos pandêmicos em que vivemos são bipolares. Minha imersão salutar em lives (quando se ouve tanto falar em insânias) me agraciou parceiros intelectuais até então ignotos. Há um quase mágico no transmutar destes em amigos.

Ainda em junho, respondi a nove perguntas formuladas pelo Felipe, que promoveu a minha 12ª live, em 19/06. Quando refiro que a 13 de maio fiz a primeira live na UFCA, em Brejo Santo CE me outorguei uma nova linha do tempo para (des)novelar os tempos desta atemporal quarentena. Assim, esta noite quando dialogarei com o Felipe acerca do binômio leitura <> escrita será a minha 33ª live. Datas de agosto já são poucas livres. Há já agendamentos em setembro e um em outubro.

Felipe Figueira — Professor no IFPR, campus Paranavaí PR — é historiador e pedagogo, doutor em Educação e fez pós doutorado em História na UFOP. Poeta e colunista na imprensa do Paraná, com livros publicados, dos quais destaco Dom Quixote e Nietzsche e o eruditismo. Agora ele é também meu amigo

Pedi aos meus orientandos que acolhessem como justificado o texto escolhido, quando faço a transcrição, aqui e agora, de excerto da resposta que narrei à terceira pergunta formulada pelo Felipe, que depois da 12ª live já organizou comigo uma tetralogia de lives para fazer Alfabetização Científica e preparamos um ofertório muito especial, para a partir de 18 de agosto: uma História da Ciência em um heptagrama — cinco revoluções científicas entre certezas & incertezas.

Eis a terceira pergunta do Felipe seguida de minha resposta: Entre os seus livros, algum o senhor gosta mais? Esta é uma pergunta indiscreta. Algo como perguntar para um pai / uma mãe de qual dos filhos gosta mais. Pior situação é quando um dos filhos nos inquere para saber ser ele (ou não) o preferido. Fico — para facilitação — nos seis títulos que estão em circulação. O Alfabetização científica: Questões e desafios para a Educação tem como destaque ter os seus direitos (desde a primeira edição em 2000 à 8ª edição em 2019) destinado ao Departamento de Educação do MST. Isto para mim é muito gratificante. De meu muito polêmico A Ciência é masculina? É, Sim Senhora! já em nona edição, eu tenho muito orgulho por ser aquele que tem maiores sacações[1] minhas; é o mais original. O A ciência através dos tempos, que circula desde 1994 é referência no Brasil quando se precisa indicar um livro de História da Ciência para neófitos. Vês que fuguei a uma não-resposta.

Mas trago uma surpresa: dentre os textos que escrevi (ficção e não ficção) a minha produção mais querida é Diálogo de aprendentes. Curto muito sua edição original[2], assim como a segunda edição[3] mesmo que esta só atualize a vivência de Maria Clara e do professor Giordano. Ainda não concretizei o desafio de escrever um segundo capítulo acerca do mestrado e/ou do doutorado de Maria Clara. Ao leitor que inquerisse acerca do estilo literário do destacado Diálogo de aprendentes: ficção ou não ficção? Diria que o texto é uma hibridação entre os dois estilos literários. Considero seja uma assemblage.

 Isto poderá ser assunto a outra blogada. Por ora a expectante por um novo encontro quando mais uma vez for sexta-feira.

 



[1] Há um tempo, estou desejando propor a dicionarização ao Priberam do substantivo sacação, até porque uma das acepções dicionarizadas do verbo sacar (Tirar à força; arrancar; extrair) traduz o significado que se propõem ao substantivo.

[2] Este texto está inserto como o primeiro capítulo assim referenciado: CHASSOT, Attico. Dialogo de aprendentes, in MALDANER, Otavio Aloisio (Organizador); SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos (Organizador). p. 23-50 Ijuí: Ensino de Química em Foco Editora Unijuí, 2010, 368 p. ISBN 978-85-7429-888-7

[3] O livro referido na nota precedente teve uma segunda edição assim referenciada: SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos (in memoriam) MALDANER, Otavio Aloisio (Organizador); MACHADO, Patrícia Fernandes Lootens (Organizadora). Ensino de Química em Foco Editora Unijuí, 2019, 312 p. ISBN 978-85-419-0180-9.

3 comentários:

  1. O blog de um mestre. Vale a pena esperar pelas sextas!!

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  2. BOM Chassot, Feliz Dia dos Pais,por teus teus filhos e por esta paternidade revelada, agora, quando falas com tanto carinho por teus livros.Isso deixas claro nesta edição de teu blog:A metáfora genética de tua obra

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