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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

14.— Uma pavana para uma Educação estraçalhada



ANO
 ANO 14
AGENDA 2 0 2 0
EDIÇÃO
34667
Esta edição estava programada para vir a lume (gosto desta expressão! = tornar conhecido o que se ignorava; mostrar, revelar) no dia 07FEV, mas com a ação nazifascista da Secretaria de Educação de Rondônia, determinando a recolha de livros (Ver a edição pretérita!), ela foi procrastinada para hoje (eis um verbo que não saboreio! Pior, ainda, é ser procrastinatório).
Apropriei-me do título (e, também de alguns excertos) da protofonia que escrevi para o livro Sequências Didáticas para o Ensino de Ciências da Natureza [Viviana Borges Corte, Michel Pedruzzi Mendes Araújo, Camila Reis dos Santos (organizadores) – Curitiba: CRV, 2020, 226 p. ISBN 978-85-444-3667-7].
Quando escrevi o texto, que ora já é parte do livro antes referido, com chamada na capa, a Educação vivia em vertigem. Quando neste governo a situação foi diferente? Ela não tem sido continuadamente o patinho feio? Ela é tratada (a começar pelos ministros) como o escroto nestes tempos em que a República se transmudou em um feudo teocrático militar. Se os funcionários públicos são parasitas... imaginem aqueles que são professores de quaisquer esferas públicas: Municípios, Estados, Distrito Federal, União.
Lembro detalhes de quando escrevi o prefácio: Era semana da pátria. Recebi um sacudidela. Achava que muitos dos eleitores do Bozo estavam desiludidos e mudado para o nosso lado. Ilusão. Vã ilusão. Havia uma maioria de eleitores vibrando com governo que já estava começando o nono mês. Minhas fontes: emissoras de rádio à madrugada. Se diz que o governo só não é melhor porque o PT continua roubando e há ONGs querendo implantar comunismo no Brasil e destruir a família com os casamentos de homossexuais.
Não podemos deixar de reconhecer competências no clã bolsonaristas. Este sabe engambelar (= Seduzir ou ser agradável a alguém para enganar) como poucos. E é impressionante como os jornalistas (= autoproclamados formadores de opinião) se converteram com facilidade em arautos da corte. Com meios de comunicação como os que temos, por ora, não precisa nem ter mais a Voz do Brasil às 19 horas.
A explicação para título que dei a protofonia estava nas manchetes dos jornais brasileiros: “Bolsonaro assina decreto para ‘militarizar’ 216 escolas em quatro anos” [DECRETO Nº 10.004, DE 5 DE SETEMBRO DE 2019 / Institui o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares] no dia em que escrevia um excerto deste prefácio. À manchete se seguiam notícias como: O governo pretende implantar o modelo cívico-militar em 216 escolas até 2023, sendo 54 por ano. Os colégios devem ter de 500 até 1000 alunos do sexto ao nono ano do ensino fundamental ou alunos do ensino médio. Até o dia 27 de setembro (apenas três semanas depois da emissão do decreto), os 26 Estados e o Distrito Federal devem indicar as suas duas primeiras escolas para serem militarizadas já no 1º semestre de 2020. Cada escola terá uma dotação inicial de 1 milhão de reais. A governador que resistiu a proposta, o presidente ameaçou: “Me desculpa, não tem de aceitar, tem de impor!” A ideia é que os militares atuem na tutoria e na administração de cada escola. Serão contratados militares da reserva. Os contratados receberão 30% de remuneração sobre que ganhavam quando passaram para reserva. O ministro da Defesa anunciou que na primeira fase serão contratado 540 militares da reserva para atuar em 30 escolas (O Sul Porto Alegre, 06 de setembro de 2019, p. 3).
O Modelo China para fazer hospitais parece não se aplicar à construção de Escolas cívico militares. Aquela rapidação de 3 semana se acalmou. Aqui em Porto Alegre, esta semana, em hotel de luxo, militares que trabalharão nas ECMs tiveram treinamento.
Isto não surpreende. O Palácio do Planalto já é uma caserna. Com o general Walter Braga Netto na Casa Civil o "Partido Militar" passa a ter quatro generais e nove entre os 22 ministros, incluindo todos os palacianos. Outros 2500 militares estão em postos de chefia ou de assessoramento.
Mas, as escolas cívicos militares que estão em fase de implantação já tem um manual: A bandeira nacional deverá ser hasteada diariamente. As canções entoadas devem despertar entusiasmo pela escola, pelos heróis nacionais e pela Pátria. Não serão autorizadas palavras depreciativas, discriminatórias ou que exaltem a violência. Meninas poderão usar uma saia-calça cujo comprimento deverá estar na altura dos joelhos. Uniformizada as alunas poderão usar apenas adereços discretos como relógio, pulseiras e brincos. Os meninos devem ter cabelos curtos cortados de modo a manter nítido os contornos junto as orelhas e o pescoço. Os alunos devem se apresentar bem barbeados, com cabelos e sobrancelhas na tonalidade natural (Zero Hora, Porto Alegre 04FEV2020, p.3.).
Há muito mais a comentar, por exemplo, a agressão do presidente ao Green Peace. Ontem houve a visita de Lula ao Papa. É inegável a simbologia da foto de Lula sendo abençoado pelo Papa. E mais simbólico é o seu ocultamento. Uma visita às capas dos jornais brasileiros desta sexta (14) e se percebe que apenas a Folha de S. Paulo colocou a foto na capa. Entende-se que um jornal não deva se prestar ao papel de assessoria de imprensa de políticos, mas se tratava do encontro de um ex-presidente brasileiro com o Papa. O Jornal Nacional de quinta (13) dedicou 49 segundos para falar sobre a visita, sendo que 32 deles para falar da situação jurídica de Lula. Se a mídia escondeu, a direita esperneou. O encontro serviu para que católicos conservadores aumentassem o tom contra o Papa Francisco, que já não goza de prestígio junto à direita. Já reportagem da Deutsche Welle avalia que o encontro tem repercussões simbólicas para o petista, que retoma sua imagem de líder internacional, influi na disputa de poder dentro da própria Igreja Católica e ainda sinaliza para uma tentativa do PT em reatar seus laços com as bases progressistas da Igreja. newsletter.ponto.jor.br

2 comentários:

  1. Caro MESTRE, como reagirão os ditos "liberais" quando perceberem que um dos, talvez o principal, pilares do liberalismo será duramente atacado? A Liberdade. Com as escolas cívico-militares provavelmente muitos terão a oportunidade para compreenderem, na prática, o significado do conceito "doutrinação". Um povo com medo do progresso resolve recuar na história. Abraços

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