ANO
13 |
Livraria
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EDIÇÃO
3386
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Novembro se esvai. Se esvai lânguido. Novembro não
era assim lúbrico. Ao contrário. Ele se fazia com garbo o predecessor do
festeiro dezembro. Este ano parece que ele não termina.
Seu antecessor ofereceu para muitos de nós dois
domingos (7 e 28) que ainda sabem a fel. E por isto novembro não poderia ser
diferente.
Novembro foi de continuados
pesadelos que – lamentavelmente – não foram pesadelos... Era bode entrando e
saindo da sala a toda hora.
Pensei muito acerca
do que iria blogar nesta sexta-feira. A muitas propostas um censor mágico
vetava meu intento. Não me cabia achar no mínimo de mau tom um militar
colombiano ser o ministro da Educação ou um destemperado mental ser o
Chanceler. Não adianta a minha opinião.
De repente me dei
conta que tinha um lindo assunto inédito para a blogada do dia que despede
novembro. O ciclo das flores de Porto Alegre.
Não sou botânico, mas
me encanta ver a sazonalidade de florações que enfeitam a cidade, que uma vez
se dizia a cidade sorriso. A
violência semeada pela droga fê-la perder o título. Mas as diferentes florações
que embelezam a cidade, por enquanto, se mostram impunes a violência.
Detectei quatro
ciclos muito bem marcados na cidade. Há outros, e talvez algum leitor expanda
minha contagem. Eis a minha relação.
Em abril dezenas de paineiras primeiro fazem a cidade rosácea e depois as flores
se transformam em painas que brisas outonais espalham pela cidade.
No inverno as árvores
se aquietam. Não há floradas. Mas, a seguir a natureza se tinta à primavera.
Mas quando começa
setembro os ipês de diferentes cores, mais especialmente os rosas e os amarelos avisam que a Semana da Pátria
(que os coxinhas, agora, acham que é só deles) está por começar. Os ipês brancos
são mais raros por estas bandas. Na minha rua tem minguado ipê branco que eu acredito que seja só meu.
Outubro são os
imponentes jacarandás que tintam
de roxo muitas ruas anunciando que é tempo de feira do livro na Praça da Alfândega.
Sei que há mais de 100 espécies de jacarandás, mas os nossos que a esta época
estão ‘frutificando’ são os mais bonitos.
Agora, nos tempos em que
novembro se transmuta em dezembro, há dezenas de flamboaiã (se os chamo de flamboyant eles parecem mais elegantes) lindamente floridos
ornamentando a cidade com floradas magníficas. As duas fotos que ornamentam este
texto foram feitas esta semana pelo meu filho André. Ratifica-se a tese: uma
boa foto vale mais 1001 palavras.
Sei que deixei de
referir algumas árvores ornamentais da cidade. Mas, se há de dizer que falei de
flores neste novembro custoso.
Texto sagrado à primavera que jamais falha em encantar-nos. Lembra-te também do amarelo aurifulgente dos guapuruvus, que se confundem com os Ipês e Tipuanas em estupendo bouquet.
ResponderExcluirBeijos polínicos! Guy
Áttico, meu bom amigo! Obrigado por esta blogada florida! Digo-o por este motivo: a cada notícia que ouço a respeito da próxima gestão nacional, tenho calafrios, tristeza e não consigo sentir outra coisa a não ser o mais profundo lamento pelo nosso povo. Lamento aqui no sentido das "carpideiras", aquelas senhoras que choravam nos velórios e acompanhavam o féretro. É bem verdade que até já sabe que havia alguma paga para tal serviço, o que não é o meu caso. Vejo-me como uma das "carpideiras" velando e chorando pelo nosso povo que escolheu sem saber que está na fila para a "degola". Perdoe-me se maculei tua belíssima postagem com as plantas que enriquecem nosso tempo. Mas como tu bem o sabes, tens ouvidos largos para o desabafo. Meu abraço!
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