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sexta-feira, 30 de novembro de 2018

30.- Para não dizer que não falei de flores...



ANO
 13
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EDIÇÃO
3386
Novembro se esvai. Se esvai lânguido. Novembro não era assim lúbrico. Ao contrário. Ele se fazia com garbo o predecessor do festeiro dezembro. Este ano parece que ele não termina.
Seu antecessor ofereceu para muitos de nós dois domingos (7 e 28) que ainda sabem a fel. E por isto novembro não poderia ser diferente.
Novembro foi de continuados pesadelos que – lamentavelmente – não foram pesadelos... Era bode entrando e saindo da sala a toda hora.
Pensei muito acerca do que iria blogar nesta sexta-feira. A muitas propostas um censor mágico vetava meu intento. Não me cabia achar no mínimo de mau tom um militar colombiano ser o ministro da Educação ou um destemperado mental ser o Chanceler. Não adianta a minha opinião.
De repente me dei conta que tinha um lindo assunto inédito para a blogada do dia que despede novembro. O ciclo das flores de Porto Alegre.
Não sou botânico, mas me encanta ver a sazonalidade de florações que enfeitam a cidade, que uma vez se dizia a cidade sorriso. A violência semeada pela droga fê-la perder o título. Mas as diferentes florações que embelezam a cidade, por enquanto, se mostram impunes a violência.
Detectei quatro ciclos muito bem marcados na cidade. Há outros, e talvez algum leitor expanda minha contagem. Eis a minha relação.
 Em abril dezenas de paineiras primeiro fazem a cidade rosácea e depois as flores se transformam em painas que brisas outonais espalham pela cidade.
No inverno as árvores se aquietam. Não há floradas. Mas, a seguir a natureza se tinta à primavera.
Mas quando começa setembro os ipês de diferentes cores, mais especialmente os rosas e os amarelos avisam que a Semana da Pátria (que os coxinhas, agora, acham que é só deles) está por começar. Os ipês brancos são mais raros por estas bandas. Na minha rua tem minguado ipê branco que eu acredito que seja só meu.
Outubro são os imponentes jacarandás que tintam de roxo muitas ruas anunciando que é tempo de feira do livro na Praça da Alfândega. Sei que há mais de 100 espécies de jacarandás, mas os nossos que a esta época estão ‘frutificando’ são os mais bonitos.
Agora, nos tempos em que novembro se transmuta em dezembro, há dezenas de flamboaiã (se os chamo de flamboyant eles parecem mais elegantes) lindamente floridos ornamentando a cidade com floradas magníficas. As duas fotos que ornamentam este texto foram feitas esta semana pelo meu filho André. Ratifica-se a tese: uma boa foto vale mais 1001 palavras.
Sei que deixei de referir algumas árvores ornamentais da cidade. Mas, se há de dizer que falei de flores neste novembro custoso.

2 comentários:

  1. Texto sagrado à primavera que jamais falha em encantar-nos. Lembra-te também do amarelo aurifulgente dos guapuruvus, que se confundem com os Ipês e Tipuanas em estupendo bouquet.
    Beijos polínicos! Guy

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  2. Áttico, meu bom amigo! Obrigado por esta blogada florida! Digo-o por este motivo: a cada notícia que ouço a respeito da próxima gestão nacional, tenho calafrios, tristeza e não consigo sentir outra coisa a não ser o mais profundo lamento pelo nosso povo. Lamento aqui no sentido das "carpideiras", aquelas senhoras que choravam nos velórios e acompanhavam o féretro. É bem verdade que até já sabe que havia alguma paga para tal serviço, o que não é o meu caso. Vejo-me como uma das "carpideiras" velando e chorando pelo nosso povo que escolheu sem saber que está na fila para a "degola". Perdoe-me se maculei tua belíssima postagem com as plantas que enriquecem nosso tempo. Mas como tu bem o sabes, tens ouvidos largos para o desabafo. Meu abraço!

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